E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 30 30 709
  • info@edu-tech-global.com
“Temos de redefinir a política cultural do país. Estamos a olhar a cultura como se fosse um trapo”

O Vale do Infulene é uma região importante para a Cidade e Província de Maputo. Daquele solo fértil germinam hortícolas que alimentam várias famílias. Por lá nasceu Ídasse, um dos mais consagrados artistas plásticos moçambicanos.

<p>Talvez, numa rela&ccedil;&atilde;o de afecto ou por quest&otilde;es criativas, o artista resolveu assentar arraiais no Bairro Jardim, a uns passos do Vale do Infulene. &Eacute; no seu&nbsp;<em>atelier</em>, como uma horta, espa&ccedil;o f&eacute;rtil para produ&ccedil;&atilde;o, que nos recebe. O dia &eacute; quente, mas a oficina do artista revela-se suficientemente confort&aacute;vel para uma conversa que, afinal, vai durar uma hora. Por todo o lado h&aacute; obras que exibem a versatilidade do artista: desenho, cer&acirc;mica, escultura e muitos projectos. O encontro, na verdade, &eacute; um pretexto para reconhecer a longevidade do percurso art&iacute;stico de &Iacute;dasse, para muitos, &Iacute;dasse Tembe, e, para alguns, &Iacute;dasse Malendza. Os nomes pouco importam. O tempo, sim. Por isso, partindo dos anos 70, quando se inicia nas artes, aquele homem alto, razoavelmente forte, fala do que pensa e do que o incomoda no que &agrave;s artes pl&aacute;sticas diz respeito. Durante a conversa, como se ver&aacute;, vai dizer que Mo&ccedil;ambique &eacute; um pa&iacute;s aben&ccedil;oado em termos art&iacute;sticos. No entanto, o grande problema s&atilde;o os governantes, que n&atilde;o t&ecirc;m sensibilidade de acarinhar o que o povo d&aacute;: a arte. &ldquo;H&aacute; uma necessidade urgente de redefini&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica cultural do pa&iacute;s. N&oacute;s estamos a olhar para a cultura como se fosse um trapo&rdquo;. Segundo &Iacute;dasse, o Governo devia definir um&nbsp;<em>budget&nbsp;</em>para aquisi&ccedil;&atilde;o peri&oacute;dica de obras de artistas e proteger o patrim&oacute;nio que tem sido levado continuamente para o estrangeiro.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Pergunta pr&eacute;via. O &Iacute;dasse encontra-se no mundo das artes h&aacute; quase 50 anos. Como &eacute; que se consegue tanta longevidade?</strong></p> <p>Para mim, a grande peneira &eacute; o trabalho, a entrega &agrave; vontade daquilo que se pretende. Quer dizer, a pessoa define o que quer fazer. Ao mesmo tempo, vai-se descobrindo, porque n&oacute;s temos um artista dentro de n&oacute;s, que temos de dar a possibilidade de se expandir e de partilhar as mensagens. O artista deve ter essa capacidade de sintetizar, de fixar aquilo que est&aacute; a ver e repassar para um espa&ccedil;o onde possa registar, lembrar e fazer com que as pessoas possam perceber as mensagens que traz.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>O que se lembra das artes pl&aacute;sticas mo&ccedil;ambicanas dos anos 70, quando come&ccedil;a a sua carreira?</strong></p> <p>Eu n&atilde;o tenho palavras capazes de decifrar aquele momento. A verdade &eacute; que eu apare&ccedil;o numa altura em que havia uma gera&ccedil;&atilde;o&hellip; N&oacute;s t&iacute;nhamos aqui Jacob Macambaco, Malangatana, Samate, Mankeu, Agostinho Muthemba, Jo&atilde;o Aires, Jo&atilde;o Paulo ou Fernando Lobo. Era uma gera&ccedil;&atilde;o que toda a gente sabia que era de bons artistas. Depois, apareceram os curiosos, n&atilde;o diria imitadores, que come&ccedil;aram a pintar. T&iacute;nhamos artistas com voca&ccedil;&atilde;o natural, que foram fazendo coisas que os permitiu serem reconhecidos. No meu caso concreto, eu tive muitos alicerces:&nbsp;<em>ballet</em>, m&uacute;sica, teatro e tantas outras coisas. Nunca consegui ficar quieto. Portanto, apareci sem me aperceber que estava a aparecer. Eu apenas estava a fazer coisas, o que era mais importante. Fui fazendo e, depois, descobri que estava num trilho tra&ccedil;ado, tinha de continuar a trabalhar e &eacute; o que estou a fazer at&eacute; agora, tentando-me descobrir. Espero que um dia chegue a perceber o que tenho tentado fazer.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Mas como se constr&oacute;i um percurso art&iacute;stico s&oacute;lido?</strong></p> <p>O artista tem de assumir a responsabilidade de tudo o que faz inerente &agrave;s artes. Primeiro, a responsabilidade. Depois, a humildade &eacute; muito importante no trabalho. Al&eacute;m disso, a pesquisa: &eacute; preciso ir atr&aacute;s das coisas, n&atilde;o basta s&oacute; pegar no pincel e pintar. Tem de haver o m&iacute;nimo de consci&ecirc;ncia de que, afinal de contas, o que se faz &eacute; importante porque o artista funciona como um vector da sua sociedade. Quer dizer, traz mensagens com preocupa&ccedil;&otilde;es do seu povo tem. Funciona como um filtro para passar as preocupa&ccedil;&otilde;es que o seu mundo lhe traz. O artista pode funcionar como um farol, um vidente.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Os conceitos propostos por artistas da sua e de uma gera&ccedil;&atilde;o mais velha torna-vos &ldquo;f&aacute;cil&rdquo; de consagrar. Como se faz para continuarmos a ter gera&ccedil;&otilde;es categ&oacute;ricas nas artes pl&aacute;sticas?</strong></p> <p>&Eacute; como tudo: temos de saber respeitar o palco que pisamos, em parceria com o tempo. Acima de tudo, um dos grandes segredos &eacute; o trabalho afincadamente. Trabalhando, vamos descobrindo. Por exemplo, a crian&ccedil;a que vai &agrave; escola pela primeira vez, primeiro, aprende o abeced&aacute;rio e, depois, a juntar as letras at&eacute; a altura de conseguir escrever uma carta de amor. Temos de ter a ferramenta e a ferramenta &eacute; o conhecimento, o trabalho, o que conjuga para podermos trazer uma obra &ldquo;perfeita&rdquo;. &Eacute; por isso que as minhas exposi&ccedil;&otilde;es individuais s&atilde;o muito pausadas. Tenho de trabalhar at&eacute; ter a certeza de que &eacute; isto que eu quero mostrar ao p&uacute;blico. Eu podia pegar as obras e expor quando quisesse porque tenho nome, quer dizer, vou fazendo o meu nome, mas eu tenho de respeitar e educar o p&uacute;blico atrav&eacute;s das minhas obras. N&atilde;o &eacute; por acaso que na d&eacute;cada de 90 integrei uma lista dos 10 melhores criadores da &Aacute;frica subsaariana. N&atilde;o pedi, foi por m&eacute;rito do meu trabalho. Hoje h&aacute; pessoas que olham para a minha obra e logo dizem que esta &eacute; uma obra do &Iacute;dasse. Eu n&atilde;o sei quais s&atilde;o os condimentos, mas eles conseguem ver o meu cunho. Eu s&oacute; pe&ccedil;o a Deus para poder ter sa&uacute;de, de modo a poder trazer coisas ainda mais criativas.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>O que representou para estar na lista dos 10 melhores criadores da &Aacute;frica Subsaariana?</strong></p> <p>Naquele altura, eu estava a fazer as coisas isoladamente no meu&nbsp;<em>atelier</em>. Depois, percebi que o meu trabalho tinha transcendido fronteiras, com pessoas que estavam em cima do meu trabalho. Achei normal e uma responsabilidade muito grande.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Pol&iacute;tica cultural no pa&iacute;s</strong></p> <p><strong>Uma das perguntas que j&aacute; foi feita de mil e uma maneiras tem a ver com a sustentabilidade financeira das artes. &Eacute; correcto o artista, no in&iacute;cio de carreira, pensar nisso?</strong></p> <p>Cada coisa acontece ao seu tempo, mas eu lembro que, na d&eacute;cada de 80, Mo&ccedil;ambique conheceu um&nbsp;<em>boom&nbsp;</em>em termos de variedades de inten&ccedil;&otilde;es. H&aacute; uma necessidade urgente de redefini&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica cultural do pa&iacute;s. N&oacute;s estamos a olhar para a cultura como se fosse um trapo. Mas o que &eacute; a cultura? Temos de saber o que &eacute; isso. Parece que h&aacute; um esfor&ccedil;o desfasado em termos de pol&iacute;tica ao n&iacute;vel governamental. N&atilde;o est&atilde;o a prestar muita aten&ccedil;&atilde;o. Eu fico muito preocupado porque h&aacute; obras que est&atilde;o a sair do pa&iacute;s e est&atilde;o a desaparecer em termos de refer&ecirc;ncia. H&aacute; muitos estrangeiros que compram as obras e as levam consigo para fora. Isso &eacute; muito bom! &Eacute; preciso que haja algu&eacute;m que compre as obras, que &eacute; para o artista sobreviver. Mas eu penso que n&oacute;s dev&iacute;amos ter um or&ccedil;amento capaz de cativar algumas obras, de modo que n&atilde;o saiam daqui. Tarde ou cedo vamos precisar das obras para o nosso patrim&oacute;nio, que &eacute; muito importante. Acho que se devia definir algum&nbsp;<em>budget</em>, quer dizer, o Minist&eacute;rio da Cultura e Turismo devia definir um&nbsp;<em>budget&nbsp;</em>para aquisi&ccedil;&atilde;o peri&oacute;dica de obras de artistas, com identifica&ccedil;&atilde;o de olheiros que possam acompanhar os passos dos artistas. Este povo precisa de respirar, e &eacute; atrav&eacute;s das artes que se pode respirar.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Os maiores compradores das artes pl&aacute;sticas mo&ccedil;ambicanas s&atilde;o estrangeiros. Como se educa para, internamente, possamos comprar mais obras?</strong></p> <p>Isso &eacute; uma quest&atilde;o de informa&ccedil;&atilde;o e cultural. A verdade &eacute; que uma obra de arte tamb&eacute;m &eacute; um investimento. Acho que a melhor forma de guardar dinheiro &eacute; atrav&eacute;s da arte. Anualmente, essa obra valoriza. &Eacute; preciso ter olho e capacidade, at&eacute; porque se pode negociar a forma faseada de pagamento com o artista.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Referiu-se h&aacute; pouco ao&nbsp;<em>boom&nbsp;</em>dos anos 80. Nessa d&eacute;cada surgiu a AEMO,&nbsp;<em>Charrua</em>,&nbsp;<em>Gazeta de Artes e Letras&nbsp;</em>e dois escritores que hoje s&atilde;o Pr&eacute;mio Cam&otilde;es come&ccedil;aram a afirmar-se a essa altura&hellip;</strong></p> <p>Considero-me felizardo, perten&ccedil;o a uma gera&ccedil;&atilde;o que assistiu ao parto de uma na&ccedil;&atilde;o. Perten&ccedil;o a uma gera&ccedil;&atilde;o que sonhou fazer de Mo&ccedil;ambique um exemplo da humanidade. Eu digo, com muito orgulho, que das muitas associa&ccedil;&otilde;es culturais que nasceram neste pa&iacute;s, com sorte, participei nos momentos de decis&atilde;o e da cria&ccedil;&atilde;o. Sinto-me orgulhoso por ter dado o meu contributo, mas, diria, Mo&ccedil;ambique precisa de melhor sorte. N&oacute;s temos toda mat&eacute;ria-prima, temos tudo para dar certo, como se costuma dizer. Tenho ouvido amigos estrangeiros que, quando v&ecirc;m c&aacute;, dizem que &ldquo;em Mo&ccedil;ambique tu chutas uma pedra e sai um artista&rdquo;. Este povo &eacute; outra coisa. O nosso maior problema s&atilde;o os governantes, que n&atilde;o t&ecirc;m a sensibilidade de acarinhar o que este povo d&aacute;. Este povo &eacute; especial! N&atilde;o se encontra em nenhum canto do mundo um povo que anda sempre com o leque na m&atilde;o para peneirar o ar que passa, porque &eacute; muita chatice que este povo est&aacute; a viver.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>A grande consequ&ecirc;ncia da&nbsp;<em>Charrua</em></strong></p> <p><strong>&Eacute; um artista pl&aacute;stico muito presente na literatura mo&ccedil;ambicana. Por exemplo, ao meu lado vejo uma obra que serviu de capa do livro&nbsp;<em>Animais do ocaso</em>, de &Aacute;lvaro Taruma. E h&aacute; tantas outras capas de livro com suas obras&hellip;</strong></p> <p>Foi uma oportunidade que tive de ajudar a completar o&nbsp;<em>puzzle</em>, trazendo alguma coisa diferente. Os meus colegas, amigos e confrades acharam que eu era a pe&ccedil;a certa. Eu dei o meu contributo, tanto que a&nbsp;<em>Charrua&nbsp;</em>custou-me o meu primeiro casamento. Porque eu estava ali, sempre de olho naquele grande projecto, porque a&nbsp;<em>Charrua&nbsp;</em>foi um grande projecto.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Valeu a pena?</strong></p> <p>Valeu a pena. A&nbsp;<em>Charrua&nbsp;</em>desbravou v&aacute;rias mentes. N&atilde;o foi sacrif&iacute;cio nenhum, foi fazer as coisas conforme o momento exigia. Para mim, foi uma satisfa&ccedil;&atilde;o muito grande. Conheci gente bonita que at&eacute; hoje partilho uma amizade tamb&eacute;m bonita.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Mo&ccedil;ambique tem institui&ccedil;&otilde;es dedicadas &agrave; forma&ccedil;&atilde;o de artistas. Estou a pensar na Escola de Artes Visuais, ISARC e etc. Est&atilde;o a cumprir o seu papel?</strong></p> <p>Eu penso que a Escola de Artes Visuais trouxe uma outra maneira de abordar as coisas. Trouxe outra grelha. E existe agora o ISARC. O conhecimento e a escola s&atilde;o como um cinto que p&otilde;e as cal&ccedil;as no lugar certo. Agora, os artistas aparecem de um modo completamente diferente, com outra vis&atilde;o. J&aacute; n&atilde;o s&atilde;o aqueles que est&atilde;o a imitar. Os artistas mais novos est&atilde;o a ter novas correntes, novas abordagens e nova forma de dizer as coisas com base no conhecimento. A Escola Nacional de Artes Visuais deu um grande contributo em termos de gr&aacute;fica, cer&acirc;mica e&nbsp;<em>designer</em>. Contudo, temos de saber distribuir essas oportunidades pelo pa&iacute;s todo. O que acontece, muitas vezes, temos muitas diferen&ccedil;as de oportunidade entre Sul, Centro e Norte. Temos de pensar seriamente nisso.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Projectos para o futuro? Sei que h&aacute; a&iacute; uma&nbsp;<em>Janela</em>&hellip;</strong></p> <p>&Eacute; um projecto muito louco, chama-se&nbsp;<em>Janela do futuro</em>, n&uacute;cleos de inicia&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica. J&aacute; tenho mais ou menos tr&ecirc;s n&uacute;cleos montados. Eu quero trazer o conhecimento adquirido ao longo da minha carreira a uma gamela e convidar as crian&ccedil;as a trocarem conhecimento. J&aacute; fiz isso em alguns&nbsp;<em>atelieres&nbsp;</em>ao ar livre e tenho descoberto coisas e eu tamb&eacute;m aprendo. Acredito que, se tivermos uma crian&ccedil;a a participar na&nbsp;<em>Janela do futuro</em>, em cinco anos n&atilde;o ser&aacute; a mesma pessoa. E ter&aacute; por onde come&ccedil;ar.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>O que as artes pl&aacute;sticas lhe deram de precioso?</strong></p> <p>Deram-me o mundo, e estou a viver esse mundo diferente de uma pessoa que n&atilde;o est&aacute; nas artes. Tenho uma sensibilidade a altura de poder decifrar aquilo que eu vejo. Tenho uma outra maneira de poder interpretar a vida e isso apraz-me, d&aacute;-me uma felicidade enorme.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Perfil</strong></p> <p>&Iacute;dasse nasceu a 1 de Julho de 1955, no Infulene, hoje Prov&iacute;ncia de Maputo. Faz um pouco de tudo: desenho, pintura, cer&acirc;mica e escultura. Em 1979 fez o curso de Animador Cultural no Centro dos Estudos Culturais, onde adquiriu conhecimentos de Antropologia, Hist&oacute;ria da Arte Moderna e Arte Africana, M&uacute;sica, Fotografia, Teatro, Pintura, Cer&acirc;mica, Desenho e Xilogragura. Criou o departamento de arte no Instituto Nacional de Cinema. Trabalhando na s&eacute;tima arte, tornou-se o primeiro mo&ccedil;ambicano a fazer desenhos animados em Mo&ccedil;ambique. &Eacute; membro do N&uacute;cleo de Arte, da Associa&ccedil;&atilde;o Mo&ccedil;ambicana de Fotografia, da Associa&ccedil;&atilde;o de Escritores Mo&ccedil;ambicanos. Em 1984, ajudou a fundar a revista&nbsp;<em>Charrua</em>. Praticou ballet durante cinco anos, entre 1973 e 1978, e jogou futebol no Desportivo de Maputo. Entre os nomes das artes que julga importante destacar, constam Malangatana, Makamo, Naguib, V&iacute;tor Sousa, Valingue, Paulo Come, Mundlozi, Francisco Mandlate, Neto, Fernando Rosa, Miguel C&eacute;sar, Sitoi. Quando olha para tr&aacute;s, lembra com alguma saudade do Horizonte Arte e Difus&atilde;o, dos grandes projectos que Mo&ccedil;ambique teve depois da independ&ecirc;ncia. Nos anos 90, integrou a lista dos 10 melhores criadores da &Aacute;frica subsaariana.</p>

Tags:
Partilhar: