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Percurso de Jacques Cousteau pintado em fachadas de casas em Cabo Verde

Um tubarão, polvo, golfinhos, tartarugas, peixes, algas, entre muitas outras referências ao fundo do mar dão nova cor a fachadas de 13 casas numa localidade piscatória em Cabo Verde para retratar o percurso do navegador francês Jacques Cousteau.

<p>O projeto &eacute; da Associa&ccedil;&atilde;o Lantuna e o primeiro mural foi pintado em 2018 para sensibilizar as pessoas sobre a conserva&ccedil;&atilde;o das aves marinhas em Porto Mosquito, uma comunidade piscat&oacute;ria no concelho da Ribeira Grande de Santiago, com pouco mais de mil habitantes, e que dista a 20 quil&oacute;metros da capital do pa&iacute;s, a cidade da Praia.</p> <p>&quot;E da&iacute; nasceu essa ideia de agarrar numa figura internacional que esteve na Ba&iacute;a do Inferno em 1948, juntamente com o bi&oacute;logo Th&eacute;odore Monod e o f&iacute;sico Auguste Piccard, para sensibilizar a comunidade e tornar tamb&eacute;m a aldeia de Porto Mosquito numa refer&ecirc;ncia tur&iacute;stica&quot;, disse &agrave; Lusa Ana Veiga, diretora executiva da Associa&ccedil;&atilde;o Lantuna.</p> <p>Criada em 2013, esta associa&ccedil;&atilde;o de caris ambiental trabalha desde ent&atilde;o na Ba&iacute;a do Inferno, juntamente com as comunidades locais, para a conserva&ccedil;&atilde;o da biodiversidade marinha e terrestre.</p> <p>Para Ana Veiga, atrav&eacute;s da arte &eacute; poss&iacute;vel sensibilizar as pessoas &quot;de uma forma c&eacute;lere e eficaz&quot;, tendo o projeto ganhado velocidade de cruzeiro no in&iacute;cio deste ano, com a pintura dos &uacute;ltimos murais pelos artistas cabo-verdianos H&eacute;lder Cardoso, Tutu Sousa, Admir Inoc&ecirc;ncio e Tony Caia.</p> <p>Com parceria da Embaixada de Fran&ccedil;a em Cabo Verde, as 13 pinturas retratam a experi&ecirc;ncia de Jacques Yves-Cousteau e dos seus companheiros h&aacute; 73 anos na Ba&iacute;a do Inferno, que al&eacute;m de Porto Mosquito, engloba a comunidade de Porto Rinc&atilde;o e Entre Picos de Reda.</p> <p>Jacques Yves-Cousteau (11 de junho de 1910 - 25 de junho de 1997) foi um oficial da marinha francesa, documentarista, cineasta, ocean&oacute;grafo e inventor mundialmente conhecido pelas suas viagens de pesquisa a bordo do Calypso, um navio franc&ecirc;s de pesquisas hidrogr&aacute;ficas.</p> <p>Os estudiosos estiveram na Ba&iacute;a do Inferno para testar o Batiscafo, um pequeno submarino, em que a ideia era alcan&ccedil;ar os 2.000 metros de profundidade e aceder a zonas inacess&iacute;veis ao mergulhador, estando todos pintados nas fachadas das casas.</p> <p>Cousteau lutou para a conserva&ccedil;&atilde;o do meio marinho, tal como faz agora a Lantuna, comparou Ana Veiga, dizendo que a associa&ccedil;&atilde;o que dirige tenta fazer atividades em prol da conserva&ccedil;&atilde;o da Ba&iacute;a do Inferno e contribuir para desenvolver a comunidade.</p> <p>&quot;A nossa ideia &eacute;, nas pr&oacute;ximas fases, continuar a pintar mais casas da aldeia de Porto Mosquito, tornar essa zona numa refer&ecirc;ncia tur&iacute;stica a n&iacute;vel da ilha de Santiago e tamb&eacute;m de Cabo Verde&quot;, projetou Ana Veiga.</p> <p>Mesmo em tempo de pandemia, a respons&aacute;vel associativa destacou a &quot;grande participa&ccedil;&atilde;o&quot; da popula&ccedil;&atilde;o local.</p> <p>&quot;J&aacute; h&aacute; uma grande ades&atilde;o da comunidade local, basicamente todas as pessoas querem ter pinturas nas suas casas&quot;, afirmou a ativista, explicando que neste momento a associa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o tem condi&ccedil;&otilde;es financeiras para o fazer, mas &agrave; medida que for desenvolvendo parcerias e obtendo mais recursos mais casas v&atilde;o ser pintadas.</p> <p>&quot;O projeto n&atilde;o para por aqui, &eacute; para continuar, &eacute; um projeto vivo e vai avan&ccedil;ando &agrave; medida que a Lantuna conseguir mais recursos financeiros, porque o nosso intuito &eacute; contribuir tamb&eacute;m para a autoestima da comunidade, mostrar que, al&eacute;m de ser uma zona piscat&oacute;ria, antigamente esquecida, mas que tem o seu valor tur&iacute;stico e fazer relembrar a hist&oacute;ria de Cabo Verde&quot;, referiu.</p> <p>Uma das casas que foi pintada foi a de Nazolino Cabral, 34 anos, agente sanit&aacute;rio em Porto Mosquito, que agora exibe com orgulho um enorme polvo e v&aacute;rias cores.</p> <p>&quot;&Eacute; maravilhoso. A nossa zona mudou de figura&quot;, avaliou o morador, um dos 15 jovens da localidade que frequentaram um curso de guia tur&iacute;stico de montanha, dizendo que os desenhos v&atilde;o ajudar a todos a atrair mais visitantes para a localidade e s&atilde;o uma forma de sensibilizar para a prote&ccedil;&atilde;o dos oceanos.</p> <p>Filomena Pereira de Brito &eacute; vizinhade Nazolino e tamb&eacute;m a entrada da sua casa ganhou nova cor com imagens do fundo do mar.</p> <p>&quot;A pintura ficou bonita, fico agradecida&quot;, referiu a moradora, que quer ver mais casas pintadas na localidade e garantiu que todos v&atilde;o fazer tudo para proteger os desenhos.</p> <p>&quot;Vamos ficar atentos para n&atilde;o sujarem, para n&atilde;o estragarem e ficarem sempre bonitas&quot;, disse Filomena Brito, que agora convida todos a percorrerem a aventura contada com tinta.</p>

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