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Museu Rainha Sofia prepara mudança radical que poupará apenas 'Guernica'

O Museu Rainha Sofia, em Madrid, está a preparar "uma mudança radical" da sua exposição, a que apenas o quadro "Guernica", de Pablo Picasso, será poupado, disse, em entrevista, o seu diretor, Manuel Borja-Villel.

<p>&quot;O objetivo &eacute; mudar tudo, ou quase tudo, porque &#39;Guernica&#39; n&atilde;o &eacute; tocado&quot;, disse Borja-Villel, que dirige o museu h&aacute; uma d&eacute;cada, citado pela ag&ecirc;ncia de not&iacute;cias espanhola Efe.</p> <p>Passaram dez anos desde a anterior mudan&ccedil;a, aquela que empreendeu quando assumiu a dire&ccedil;&atilde;o do museu.</p> <p>&quot;Tantas coisas t&ecirc;m acontecido desde ent&atilde;o que parece que &#39;a idade da pedra&#39; foi deixada para tr&aacute;s&quot;, disse, adiantando que chegou o momento de compor &quot;uma nova hist&oacute;ria&quot; para o Museu Rainha Sofia, cuja exposi&ccedil;&atilde;o atual termina nos anos oitenta.</p> <p>Dentro de alguns meses a nova mostra dever&aacute; incluir t&oacute;picos como a arquitetura, um olhar sobre a Am&eacute;rica Latina, ecofemenismo, ex&iacute;lio - com o qual, afirmou, a Espanha &quot;tem uma d&iacute;vida pendente&quot; -, a era do Trump e, claro, a pandemia.</p> <p>A parte dedicada ao ex&iacute;lio &eacute; aquela em que mais ser&aacute; explorada.</p> <p>&quot;&Eacute; um assunto inacabado para este pa&iacute;s. H&aacute; os espanh&oacute;is que foram for&ccedil;ados a ir para Fran&ccedil;a ou para a URSS com a Guerra Civil, mas tamb&eacute;m os exilados latino-americanos que d&eacute;cadas mais tarde vieram para c&aacute;, e depois h&aacute; todas as migra&ccedil;&otilde;es no mundo nos &uacute;ltimos anos&quot;, apontou.</p> <p>Muitos autores sair&atilde;o, novos entrar&atilde;o, muitas ser&atilde;o mulheres, tais como Louise Bourgeois, Las Sinsombrero ou Angela Meritopoulos, que ter&aacute; uma instala&ccedil;&atilde;o sobre migra&ccedil;&otilde;es</p> <p>&quot;N&atilde;o vamos conseguir coloc&aacute;-los a todos&quot;, pede desculpa antecipadamente.</p> <p>Quase todas as novas pe&ccedil;as vir&atilde;o da cole&ccedil;&atilde;o do museu e de doa&ccedil;&otilde;es que a galeria tem recebido nos &uacute;ltimos anos.</p> <p>&quot;Os fundos s&atilde;o limitados, h&aacute; certas obras a que n&atilde;o conseguimos aceder, por isso temos estado interessados em outras menos &oacute;bvias, mas muito importantes&quot;, adiantou.</p> <p>Entre todos, destaca-se uma pe&ccedil;a de Diego Rivera, uma pequena gravura, &quot;mas essencial&quot; para o novo percurso do museu.</p> <p>Chama-se &quot;Vasos Comunicantes&quot;, foi desenhada em homenagem a Breton e nela se mostra a sua rea&ccedil;&atilde;o &agrave; ordem art&iacute;stica estabelecida.</p> <p>A mudan&ccedil;a j&aacute; come&ccedil;ou em algumas salas e as altera&ccedil;&otilde;es ir&atilde;o afetar progressivamente seis andares.</p> <p>A renova&ccedil;&atilde;o total das 22 salas dever&aacute; estar conclu&iacute;da em novembro &quot;se a pandemia o permitir&quot;.</p> <p>&quot;H&aacute; seis andares. Pode acontecer que algumas das salas que est&atilde;o a ser apresentadas agora sejam novamente alteradas&quot;, advertiu.</p> <p>Haver&aacute; muitos outros marcos no percurso para al&eacute;m dos mencionados: os 15M, Expo 92, Documenta &#39;82, ecologia ou colonialismo.</p> <p>&quot;Sempre fomos acusados de ser um museu demasiado discursivo&quot;, mas muitos dos temas abordados no seu discurso ganharam uma for&ccedil;a brutal nos &uacute;ltimos anos&quot;, afirma o diretor.</p> <p>O museu ganhou peso internacionalmente e Manuel Borja-Villel entrou em 2018 para a lista das personalidades mais influentes do mundo da arte (no n&uacute;mero 51) pela sua proposta &quot;radical&quot; para o centro de arte de Madrid.</p> <p>O seu objetivo para a nova transforma&ccedil;&atilde;o, que certamente ser&aacute; tamb&eacute;m considerado radical, &eacute; claro e conciso: &quot;Que o museu sirva para compreender um pouco melhor o mundo louco em que tivemos de viver (...) Dar&aacute; &agrave; cole&ccedil;&atilde;o um papel de lideran&ccedil;a, uma forma de se compreender a si pr&oacute;pria e um maior sentido na era atual&quot;.</p> <p>Manuel Borja-Villel vinha trabalhando na mudan&ccedil;a da cole&ccedil;&atilde;o desde antes da pandemia de covid-19, e embora n&atilde;o tenha alterado a linha do que estava a pensar fazer, a crise da sa&uacute;de deu-lhe mais &quot;perspetiva&quot; e deu for&ccedil;a a uma s&eacute;rie de temas em que j&aacute; tinha estado a trabalhar.</p> <p>A dois anos de terminar o terceiro mandato, o diretor do Rainha Sofia assinalou que teve &quot;alguns momentos &#39;complicados&#39;&quot;, durante uma d&eacute;cada &agrave; frente do museu, referindo-se &agrave; queixa de uma associa&ccedil;&atilde;o crist&atilde; sobre a exibi&ccedil;&atilde;o de uma caixa de jogos com a inscri&ccedil;&atilde;o &quot;A &uacute;nica igreja que se ilumina &eacute; a que arde&quot;.</p> <p>&quot;Este museu tem uma identidade muito forte, mas &eacute; tamb&eacute;m um museu muito amado, isso &eacute; dif&iacute;cil de conseguir&quot;, afirmou.</p>

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