Uniões prematuras, violência sexual e apoio em iniciativas de geração de renda foram as principais linhas de actuação da iniciativa governamental contra a violência sexual, que decorreu durante dois anos.
<p>Denominada SPOTLIGHT, a iniciativa visava promover acções de combate à violência sexual e às normas tradicionais que discriminam as mulheres, nos distritos das províncias de Gaza, Manica e Nampula.</p> <p>A representante do Ministério do Género, Criança e Acção Social, Elisa Motisse, apesar de não ter avançado os resultados concretos sobre a primeira fase de implementação do projecto, disse que esta iniciativa já ajudou várias mulheres em situação de vulnerabilidade.</p> <p>“A iniciativa está na fase terminal e pensamos que teve resultados positivos, várias lições foram aprendidas, que podemos transportar para a segunda fase do projecto”, avançou Elisa Motisse.</p> <p>Um dos principais desafios avançados pela governante é o reforço da coordenação, como forma de garantir que haja harmonia nas acções levadas a cabo pelas várias organizações, em todo o país.</p> <p>“A iniciativa é bastante alargada e apresenta vários pilares. Durante este período, as organizações avançaram na resposta aos casos de violência baseada no género e no apoio ao movimento de mulheres a nível do Governo e da sociedade civil”, concluiu.</p> <p>Motisse disse, ainda, que “as organizações estiveram a apoiar as comunidades na área de sensibilização contra as uniões prematuras, violência doméstica e apoio a mulheres na reintegração na comunidade, através de iniciativas de geração de renda”.</p> <p>Por sua vez, a financiadora da iniciativa, a União Europeia, acredita estarem criadas as condições para que se avance para a próxima fase da iniciativa.</p> <p>“O financiamento está garantido para o início da segunda fase, a decorrer de 1 de Julho de 2021 até Dezembro de 2022. Contudo, a ONU Mulheres está, ainda, no processo de avaliação e fecho de todas as parcerias, pois este não é o único parceiro desta iniciativa”.</p> <p>Fernanda Bernardo disse que, apesar de a iniciativa não abranger todo o país, “as acções das organizações da sociedade civil são extensivas e os resultados tendem a multiplicar-se em várias outras localidades nas quais não actuamos directamente”.</p> <p>Vítima de união prematura, Edna Munguambe contou que se casou quando tinha 16 anos com um homem de 44 anos, por influência das amigas.</p> <p>“As minhas amigas tinham uma vida que eu invejava. Era ingénua. Acabei por me deixar levar. Mas, quando me foi convidada para esta iniciativa, tive a coragem de me redimir com os meus pais e com a sociedade e, hoje, sou activista, na luta contra as uniões prematuras”.</p> <p>A iniciativa SPOTLIGHT é desenvolvida pelo Governo de Moçambique, coordenada pelo Ministério do Género, Criança e Acção Social, em parceria com as Nações Unidas e é financiada pela União Europeia.</p>