A Fundação José Saramago lamentou hoje a morte de Jorge Sampaio, recuperando um elogio antigo que o Nobel da Literatura fez ao ex-Presidente da República como uma "personalidade nascida para o diálogo civilizado".
<p>Na rede social Twitter, a Fundação José Saramago prestou hoje homenagem a Jorge Sampaio ao recordar um curto texto que o escritor português escreveu num blogue em fevereiro de 2009, a propósito do antigo chefe de Estado.</p> <p>Saramago descreveu-o como "um homem, sóbrio, inteligente, sensível" que, durante os dois mandatos na Presidência da República (1996 e 2006), "deixou a marca de uma personalidade nascida para o diálogo civilizado, para a procura livre de consensos, sem nunca esquecer que a política, ou é serviço da comunidade, serviço leal e coerente, ou acaba por tornar-se em mero instrumento de interesses pessoais e partidários nem sempre limpos".</p> <p>"Com Jorge Sampaio não há palavras falsas, podemos fiar-nos no que diz porque é o retrato do que pensa", escreveu Saramago em 2009, recordando que em finais dos anos 1980 chegaram a estar lado a lado na campanha das eleições autárquicas para a câmara de Lisboa, que Sampaio venceria.</p> <p>O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.</p> <p>Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 1960, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.</p> <p>Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).</p> <p>Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006, pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.</p> <p> </p> <p>Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, que fundou em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.</p>