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Documentário sobre escritora Maria Gabriela Llansol estreia em televisão

Um documentário centrado na vida e obra de Maria Gabriela Llansol, que pretende abrir caminhos para a compreensão daquela que é tida como uma das mais geniais escritoras portuguesas, estreia-se na próxima quinta-feira, na RTP2.

<p>Escrito por Fernando Lu&iacute;s Sampaio e realizado por Ab&iacute;lio Leit&atilde;o, o filme documental &#39;Maria Gabriela Llansol - Um Olhar Intenso Pode Incendiar o Texto&#39; contou com a colabora&ccedil;&atilde;o do Espa&ccedil;o Llansol, entre 2019 e 2020, que disponibilizou o esp&oacute;lio da autora, o de escrita e o material, que se revelou uma &quot;fonte inesgot&aacute;vel de ideias e de inspira&ccedil;&atilde;o&quot;, revelou aquela associa&ccedil;&atilde;o, que se dedica ao estudo da obra liter&aacute;ria de Maria Gabriela Llansol.</p> <p>Juntos, lan&ccedil;aram-se &quot;na dif&iacute;cil e prolongada aventura de construir um filme que desse a ver e ouvir os momentos fundamentais da vida de Gabriela, as veredas mais frequentes por onde se movimenta a sua escrita, as Figuras que ela arrancou ao fluxo do tempo e &agrave;s vicissitudes da Hist&oacute;ria para lhes dar nova vida&quot;, l&ecirc;-se no &#39;site&#39; do Espa&ccedil;o Llansol.</p> <p>Maria Gabriela Llansol, &quot;o pr&oacute;ximo grande mito liter&aacute;rio portugu&ecirc;s&quot;, como afirmou Eduardo Louren&ccedil;o, &eacute; retratada atrav&eacute;s de depoimentos de pessoas pr&oacute;ximas, especialistas e ensa&iacute;stas, num document&aacute;rio que &quot;abre caminhos para a compreens&atilde;o&quot; daquela que &eacute; &quot;uma das mais originais e inquietantes autoras da fic&ccedil;&atilde;o portuguesa contempor&acirc;nea&quot;, segundo informa&ccedil;&atilde;o da RTP.</p> <p>O document&aacute;rio &eacute; constru&iacute;do como se fosse uma pe&ccedil;a de teatro e cruza momentos da vida e obra da escritora com a leitura de textos da sua autoria, recorrendo a imagens e outros materiais de arquivo.</p> <p>&quot;Escrever &eacute; o duplo de viver&quot; ou &quot;a minha maior responsabilidade &eacute; contribuir para que um livro seja um ser&quot; s&atilde;o frases da autora, retiradas do seu livro &quot;Falc&atilde;o no Punho&quot;, que retratam a forma como, para Maria Gabriela Llansol, fic&ccedil;&atilde;o e realidade s&atilde;o a mesma coisa, uma premissa que subjaz tamb&eacute;m a este document&aacute;rio, acrescenta a RTP.</p> <p>O filme, que ser&aacute; exibido &agrave;s 23h40 de dia 11, &eacute; protagonizado por M&oacute;nica Garnel e Miguel Loureiro.</p> <p>A m&uacute;sica &eacute; de Richard Wagner e de Johann Sebastian Bach, este &uacute;ltimo, compositor a quem a autora deu vida no seu livro &#39;Lisboaleipzig&#39;, promovendo um encontro entre o m&uacute;sico barroco e o poeta Fernando Pessoa.</p> <p>Maria Gabriela Llansol tem sido v&aacute;rias vezes comparada com a escritora brasileira Clarice Lispector, por especialistas liter&aacute;rios que tra&ccedil;am paralelismos entre os estilos das duas autoras.</p> <p>Nascida em 24 de novembro de 1931, em Lisboa, Maria Gabriela Llansol formou-se em Direito, que nunca exerceu, e em Ci&ecirc;ncias Pedag&oacute;gicas, tendo trabalhado em &aacute;reas relacionadas com problemas educacionais.</p> <p>Entre 1965 e 1984, viveu na B&eacute;lgica, onde deu in&iacute;cio, com &quot;O Livro das Comunidades&quot;, a uma obra, com mais de 26 t&iacute;tulos, de g&eacute;nero inclassific&aacute;vel.</p> <p>Quando regressou a Portugal foi viver para Sintra, onde permaneceu at&eacute; morrer, em mar&ccedil;o de 2008, com um cancro, aos 76 anos.</p> <p>&Agrave; data da sua morte, Gabriela Llansol tinha perto de 30 livros publicados, mas foram encontrados 73 cadernos manuscritos, a primeira parte de um extenso conjunto de in&eacute;ditos.</p> <p>Caracterizada por um estilo muito pr&oacute;prio, Gabriela Llansol afirmou-se, desde 1957, com as narrativas de &#39;Os Pregos na Erva&#39;, consolidando-se com &#39;O Livro das Comunidades&#39; e com todas as obras posteriores, entre as quais &#39;A Restante Vida&#39;, &#39;Um Beijo Dado mais tarde&#39; e &#39;Lisboaleipzig&#39;.</p> <p>Segundo notas biogr&aacute;ficas da autora, os seus textos estruturam-se de forma n&atilde;o linear e n&atilde;o sequencial, traduzindo a descontinuidade temporal e espacial, e a sua escrita alia a subjetividade e originalidade a um pendor m&iacute;tico, inspirado por uma vis&atilde;o religiosa do mundo, criando universos compostos por figuras da hist&oacute;ria, da poesia, da filosofia, da pintura, da B&iacute;blia ou dos sonhos.</p> <p>Maria Gabriela Llansol, que descascava ervilhas enquanto ouvia Johann Sebastian Bach, gostava de convocar para os seus textos Cam&otilde;es, Espinosa, Nietzsche ou Fernando Pessoa (designado por Aoss&ecirc;), al&eacute;m do Mestre de Leipzig, entre outros.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Estas &quot;personagens&quot; t&ecirc;m caracter&iacute;sticas especiais, s&atilde;o despojadas do seu conte&uacute;do hist&oacute;rico, e aparecem nos seus textos com a mesma naturalidade com que aparecem esp&eacute;cies de animais, &aacute;rvores, utens&iacute;lios ou pe&ccedil;as decorativas, num universo onde n&atilde;o existem hierarquias, nem &quot;em cima&quot; e &quot;em baixo&quot;, nem ju&iacute;zos de valor ou prerrogativas sociais.</p>

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