E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 30 30 709
  • info@edu-tech-global.com
Coleção da extinta Cotovia adquirida pela Livraria Poesia Incompleta

A coleção de Poesia da editora Cotovia, que encerrou em novembro do ano passado, foi adquirida pela Livraria Poesia Incompleta, em Lisboa, exclusivamente dedicada àquele género literário, anunciou hoje em comunicado a editora Fernanda Mira Barros.

<p>No final de agosto de 2020, Fernanda Mira Barros anunciou o fecho da Cotovia, em pleno per&iacute;odo pand&eacute;mico, uma decis&atilde;o &quot;ponderada&quot; e &quot;definitiva&quot;, recorda a editora, que seis meses depois permanece aberta apenas por &quot;raz&otilde;es burocr&aacute;ticas&quot;.</p> <p>Uma dessas raz&otilde;es &eacute; tratar do &quot;destino a dar a um &#39;stock&#39; de livros excelentes, n&atilde;o datados, publicados ao longo de 35 anos com dedica&ccedil;&atilde;o, cuidado e consci&ecirc;ncia do seu valor para a cultura do pa&iacute;s&quot;.</p> <p>&Eacute; o caso da cole&ccedil;&atilde;o de Poesia, uma das quatro cole&ccedil;&otilde;es emblem&aacute;ticas da editora -- Prosa, Ensaio, Teatro e Poesia -- que &quot;foi agora adquirida pela Livraria Poesia Incompleta&quot;, uma livraria &quot;praticamente &uacute;nica no mundo, por ser dedicada inteira e exclusivamente &agrave; poesia&quot;.</p> <p>&quot;Uma coisa t&atilde;o rara, t&atilde;o preciosa como a Livraria Poesia Incompleta deveria vir em todos os roteiros de Lisboa e de Portugal, deveria ser uma alegria, um lugar de visita frequente, um assunto de conversa: Como &eacute; poss&iacute;vel que um s&oacute; homem, o dono e livreiro da Poesia Incompleta, tenha feito sozinho, e mantenha, num pa&iacute;s onde se l&ecirc; o que sabemos, uma livraria assim?&quot;, considera Fernanda Mira Barros.</p> <p>A cole&ccedil;&atilde;o de poesia, iniciada nos anos 1980, inclui tradu&ccedil;&otilde;es de poetas como Paul Clean, Antonio Machado, Jaime Gil de Biedma, Adrienne Rich, Luis Cerrnuda, Josef Brodskii, Edmond Jab&egrave;s, Hans Magnus Enzensberger, Francis Ponge e Philip Larkin.</p> <p>Mas esta cole&ccedil;&atilde;o &eacute; apenas parte do &#39;stock&#39; da Cotovia, permanecendo desconhecido o destino das restantes cole&ccedil;&otilde;es e edi&ccedil;&otilde;es.</p> <p>No inicio de dezembro, a companhia de teatro Artistas Unidos, que em parceria com a Cotovia editava os &quot;Livrinhos de Teatro&quot;, anunciou uma nova parceria com a Livraria Snob, que passou a edit&aacute;-los.</p> <p>A editora Livros Cotovia foi fundada em 1988, por Andr&eacute; Fernandes Jorge (1945-2016), com seu irm&atilde;o, o poeta Jo&atilde;o Miguel Fernandes Jorge, que abandonou o projeto editorial pouco tempo depois.</p> <p>Ao longo de mais de 30 anos, a editora ultrapassou os 700 t&iacute;tulos, de 350 autores, &quot;todos eles relevantes&quot;, para &quot;um p&uacute;blico leitor que sabe o que quer&quot;, como escreve no seu &#39;site&#39;, e todos eles detentores de uma identidade pr&oacute;pria, marcada, na sua maioria, pela imagem gr&aacute;fica original, desenhada pelo cineasta Jo&atilde;o Botelho.</p> <p>Os portugueses A.M. Pires Cabral, Teresa Veiga, Daniel Jonas, Lu&iacute;s Quintais, Paulo Jos&eacute; Miranda, Jacinto Lucas Pires, Eduarda Dion&iacute;sio, Lu&iacute;sa Costa Gomes constam do cat&aacute;logo da Cotovia, assim como o angolano Ruy Duarte de Carvalho e os brasileiros Andr&eacute; Sant&#39;Anna, Bernardo Carvalho, Carlito Azevedo e Marcelo Mirisola, entre muitos outros autores de l&iacute;ngua portuguesa dos dois lados do Atl&acirc;ntico.</p> <p>Martin Amis, Virginia Wolf, Roberto Calasso, Doris Lessing e Natalia Ginzburg est&atilde;o entre os autores traduzidos ao longo dos anos pela Cotovia, assim como John Milton, Robert Louis Stevenson e Arthur Schnitzler.</p> <p>&quot;Respons&aacute;vel pela edi&ccedil;&atilde;o, pela primeira vez em l&iacute;ngua portuguesa, de v&aacute;rios autores de renome internacional, e tamb&eacute;m pela descoberta e promo&ccedil;&atilde;o de alguns autores rapidamente reconhecidos como os &#39;novos&#39; da literatura portuguesa, a Cotovia &eacute; ainda uma das raras editoras que em Portugal publica regularmente textos dram&aacute;ticos (portugueses e em tradu&ccedil;&atilde;o)&quot;, descreve, na apresenta&ccedil;&atilde;o que a Cotovia mant&eacute;m no seu &#39;site&#39;.</p> <p>Nas cole&ccedil;&otilde;es de Ensaio, Fic&ccedil;&atilde;o, Poesia encontram-se autores como Paul Celan, Iosif Brodskii, Luis Cernuda, Doris Lessing, Eric Rohmer, Reiner Werner Fassbinder, Thomas Bernhard, Christa Wolf, Jos&eacute; Ortega y Gasset, Simone Weill, Victor Aguiar e Silva, Jo&atilde;o Barrento e Jorge de Sena.</p> <p>Na cole&ccedil;&atilde;o de cl&aacute;ssicos gregos e latinos, a Cotovia publicou Homero, Virg&iacute;lio, Ov&iacute;dio, Apuleio, Petr&oacute;nio, Hor&aacute;cio, entre muitos outros, fazendo com que os seus t&iacute;tulos chegassem ao p&uacute;blico em geral, acompanhando-os ainda de estudos e ensaios.</p> <p>Ap&oacute;s a morte do fundador, em 2016, a dire&ccedil;&atilde;o editorial dos Livros Cotovia ficou entregue a Fernanda Mira Barros, que fazia parte da equipa h&aacute; mais de 20 anos. Licenciada em L&iacute;nguas e Literaturas Inglesa e Alem&atilde;, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Mira Barros fora respons&aacute;vel pela cria&ccedil;&atilde;o do &#39;blog&#39; da Cotovia, em 2011.</p> <p>Em fevereiro de 2020, a Cotovia anunciou o encerramento da sua loja, na rua Nova da Trindade, em Lisboa, situada no edif&iacute;cio projetado por Raul Lino, que acolhera a hist&oacute;rica Livraria Opini&atilde;o, na d&eacute;cada de 1970.</p> <p>O encerramento da loja foi ent&atilde;o marcado para 13 de mar&ccedil;o, poucos dias antes da declara&ccedil;&atilde;o do estado de emerg&ecirc;ncia, por causa da pandemia. Na altura, a editora transferiu a venda de livros para o seu &#39;site&#39;.</p> <p>O cat&aacute;logo continua dispon&iacute;vel na p&aacute;gina &#39;online&#39; e &eacute; poss&iacute;vel ainda comprar livros por encomenda atrav&eacute;s do email da editora.</p>

Tags:
Partilhar: