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Artista portuguesa participa na primeira edição da Bienal de Momon

A artista Susana Mendes Silva foi convidada para a primeira Bienal de Momon, para a qual um grupo de nove artistas criou obras conceptuais inspiradas na localidade francesa de Maumont e deverá apresentá-las em junho, nos Países Baixos.

<p>A artista portuguesa est&aacute; no grupo de nove artistas de v&aacute;rios pa&iacute;ses convidados a participar nesta nova bienal criada pelo artista holand&ecirc;s Frans van Lent, residente em Dordrecht, nos Pa&iacute;ses Baixos, com liga&ccedil;&atilde;o &agrave; aldeia de Maumont, em Fran&ccedil;a, onde estava previsto decorrerem resid&ecirc;ncias art&iacute;sticas para conce&ccedil;&atilde;o das obras.</p> <p>Fazem parte da Bienal de Momon nove artistas: al&eacute;m de Susana Mendes Silva, Sarah Boulton, Marc Buchy, Joan Heemskerk, Frans van Lent, Josh Schwebel, Lisa Skuret, Elia Torrecilla e Martine Viale - origin&aacute;rios de Portugal, Espanha, Reino Unido, B&eacute;lgica, Fran&ccedil;a e Holanda - tendo em comum o foco em processos de mudan&ccedil;a, em vez de dep&oacute;sitos materiais.</p> <p>Todos estes criadores t&ecirc;m-se dedicado a pr&aacute;ticas art&iacute;sticas desmaterializadas, como performances, instru&ccedil;&otilde;es, ou partituras, segundo a organiza&ccedil;&atilde;o.</p> <p>La Biennale de Momon tem a sua origem na localidade de Maumont (cujo nome antigo, em occitano, &eacute; Momon), no sudoeste de Fran&ccedil;a, uma aldeia antiga, semelhante a muitas outras pequenas localidades europeias que mudaram significativamente nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas com o desaparecimento dos moradores originais.</p> <p>&quot;O plano inicial [antes da pandemia covid-19], era que os artistas ali fizessem uma resid&ecirc;ncia, trabalhassem por um tempo, absorvendo a atmosfera, a Hist&oacute;ria e as hist&oacute;rias locais&quot;, relatou Susana Mendes Silva &agrave; Lusa.</p> <p>Depois das resid&ecirc;ncias, deixariam a aldeia &quot;sem qualquer vest&iacute;gio f&iacute;sico&quot;, e o projeto seria apresentado &acute;online&acute;, em https://momon.fr, com encontros posteriores para a sua apresenta&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Susana Mendes Silva acabou por ser a &uacute;nica artista a conseguir fazer a resid&ecirc;ncia: &quot;Devido &agrave;s limita&ccedil;&otilde;es de viajar de avi&atilde;o, acabei por fazer a viagem no meu carro com uma amiga artista, a Lara Botic&aacute;rio Morais&quot;, percorrendo mais de tr&ecirc;s mil quil&oacute;metros desde Lisboa, passando por Salamanca, San Sebastian e Maumont, e de regresso.</p> <p>&quot;A pandemia mudou radicalmente o projeto. A maioria dos participantes s&oacute; conhece a aldeia atrav&eacute;s de fotografias e v&iacute;deos. A realidade f&iacute;sica que desencadeou, desempenha agora um papel diferente&quot;, indicou.</p> <p>A covid-19 tamb&eacute;m alterou o projeto conceptualmente, porque &quot;empurrou os artistas ainda mais do f&iacute;sico para o virtual, mas esse facto n&atilde;o foi experimentando como uma limita&ccedil;&atilde;o, foi aceite como um evento natural, que inevitavelmente influenciou as escolhas&quot; para criar as obras.</p> <p>&quot;Olhando para o que ainda l&aacute; est&aacute;, imagin&aacute;mos como isso poderia levar-nos a algo belo. Cri&aacute;mos uma nova col&oacute;nia no mundo virtual, baseada numa Maumont imagin&aacute;ria&quot;, descreveu Susana Mendes Silva.</p> <p>O projeto da artista, apoiado por uma bolsa de cria&ccedil;&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o Calouste Gulbenkian, j&aacute; se encontra dispon&iacute;vel &acute;online&acute;, em conjunto com os dos outros artistas, que tiveram de o realizar &agrave; dist&acirc;ncia, e a apresenta&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica nos Pa&iacute;ses Baixos, em junho.</p> <p>A organiza&ccedil;&atilde;o pretende tamb&eacute;m reunir, antes, em maio, os artistas com os habitantes de Maumont para confrontar as suas obras com a realidade f&iacute;sica da aldeia, que &quot;acabou por ser um lugar quase ficcional pelas condi&ccedil;&otilde;es que a covid-19 imp&ocirc;s&quot;.</p> <p>A 13 de junho, decorrer&aacute; uma confer&ecirc;ncia da Bienal de Momon no Museu Dordrechts, naquela cidade holandesa, onde os artistas ter&atilde;o a oportunidade de falar publicamente sobre o seu trabalho, e para a qual tamb&eacute;m ser&atilde;o convidados atores, escritores e cientistas.</p> <p>A Bienal de Momon &eacute; a primeira edi&ccedil;&atilde;o numa s&eacute;rie de projetos bianuais para a apresenta&ccedil;&atilde;o de obras de arte conceptual que conta com o apoio do munic&iacute;pio da cidade de Dordrecht.</p> <p>Susana Mendes Silva, nascida em Lisboa, em 1972, &eacute; artista pl&aacute;stica e &#39;performer&#39;, e o seu trabalho integra uma componente de investiga&ccedil;&atilde;o e de pr&aacute;tica arquiv&iacute;stica.</p> <p>Nas obras que produz surgem refer&ecirc;ncias hist&oacute;ricas e pol&iacute;ticas, e o seu universo contempla e reconfigura contextos sociais diversos, mas tendo em conta a singularidade do indiv&iacute;duo, de acordo com os dados biogr&aacute;ficos da artista.</p> <p>Estudou Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, frequentou o programa de doutoramento em Artes Visuais no Goldsmiths College, Londres, e &eacute; doutorada em Arte Contempor&acirc;nea, pelo Col&eacute;gio das Artes da Universidade de Coimbra, com a tese baseada na sua pr&aacute;tica performativa.</p>

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