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A estreia de 'Fantasmas do Império', uma "viagem pelo cinema" português

O documentário é da autoria de Ariel de Bigault, que vai marcar presença, esta quinta-feira, na estreia, no Cinema City em Alvalade, pelas 19h30.

<p>&#39;Fantasmas do Imp&eacute;rio&#39; &eacute; o mais recente document&aacute;rio de Ariel de Bigault e chega &agrave;s salas de cinema portuguesas esta quinta-feira, 3 de junho. A realizadora francesa, que tem percorrido as rotas da lusofonia, leva, assim, ao grande ecr&atilde; os&nbsp;retratos da hist&oacute;ria imperial no cinema portugu&ecirc;s.</p> <p>Percorrendo um s&eacute;culo de hist&oacute;ria cinematogr&aacute;fica portuguesa, Ariel analisou diversas obras da s&eacute;tima arte, desde document&aacute;rios a fic&ccedil;&otilde;es do passado colonial, passando ainda por filmes contempor&acirc;neos, como Posto Avan&ccedil;ado de Comando, de Hugo Vieira da Silva, Peregrina&ccedil;&atilde;o, de Jo&atilde;o Botelho, ou Cartas de Guerra, de Ivo M. Ferreira.</p> <p>Em declara&ccedil;&otilde;es ao&nbsp;Not&iacute;cias ao Minuto, a realizadora explica que o &quot;filme re&uacute;ne trechos de v&aacute;rios filmes, realizados ao longo de 100 anos, sobre temas e hist&oacute;rias das col&oacute;nias portuguesas, n&atilde;o s&oacute; em Africa, mas tamb&eacute;m no Oriente&quot;.&nbsp;</p> <p>E foi pelo arquivo &ldquo;colonial&rdquo; da Cinemateca Portuguesa, nomeadamente filmes produzidos antes do 25 de abril, &quot;a maior parte deles com uma inten&ccedil;&atilde;o de propaganda&quot;, bem como pelas pel&iacute;culas feitas no p&oacute;s-revolu&ccedil;&atilde;o dos Cravos que a realizadora come&ccedil;ou a interessar-se pelo tema.&nbsp;</p> <p>&quot;Ao longo da pesquisa, ainda antes de fazer o filme, fiquei fascinada com o poder das imagens. &Eacute; um clich&eacute;, mas &eacute; tamb&eacute;m uma realidade. As imagens fabricadas pelo cinema para enaltecer o colonialismo, assim como as imagens dos filmes do cinema mais recente que o denunciam, fazem parte da nossa cultura, e forjam, um pouco, as nossas vis&otilde;es, emo&ccedil;&otilde;es e rea&ccedil;&otilde;es. S&atilde;o fantasmas porque s&atilde;o imagens nem sempre reais, mas inspiradas na realidade, e mant&eacute;m-se nos nossos imagin&aacute;rios individuais e coletivos&quot;, revela.</p> <p>O filme &eacute; uma viagem pelo cinema, em imagens lindas, ou n&atilde;o, mas sempre muito fascinantes</p> <p>J&aacute; o &quot;motor&quot; que a levou a fazer o filme, &quot;que foi trabalhoso&quot;, chama-se &quot;paix&atilde;o pelo cinema. Assim como o meu interesse em descobrir filmes da hist&oacute;ria do cinema e o meu desejo de valorizar as atitudes dos realizadores. Acho importante que sejam vistos ou revistos os seus filmes, assim como outros de realizadores que tamb&eacute;m s&atilde;o apresentados em &#39;Fantasmas do Imp&eacute;rio&#39;. O filme &eacute; uma viagem pelo cinema, em imagens lindas, ou n&atilde;o, mas sempre muito fascinantes, viagem essa que fiz e para a qual convido cada espectador a vir tamb&eacute;m e a viajar &agrave; sua maneira na proposta que fa&ccedil;o&quot;.&nbsp;</p> <p>Sete cineastas &quot;abrem os cofres da mem&oacute;ria&quot;</p> <p>Convidada a descrever o document&aacute;rio, Ariel de Bigault revela que sete cineastas &quot;abrem os cofres da mem&oacute;ria cinematogr&aacute;fica colonial, dialogando com dois atores, &Acirc;ngelo Torres, s&atilde;o-tomense, e Orlando S&eacute;rgio, angolano. Perscrutam o passado, real, reinventado ou recalcado que ainda hoje assombra as mem&oacute;rias: os mitos das descobertas, a fic&ccedil;&atilde;o imperial, a f&aacute;brica da epopeia colonial, as m&aacute;scaras da violenta domina&ccedil;&atilde;o. Jos&eacute; Manuel Costa, diretor da Cinemateca, e Maria do Carmo Pi&ccedil;arra, pesquisadora, trazem perspetivas na hist&oacute;ria da produ&ccedil;&atilde;o cinematogr&aacute;fica&quot;.&nbsp;</p> <p>Juntando esses fragmentos cinematogr&aacute;ficos heterog&eacute;neos e pontos de vista diversos, &#39;Fantasmas do Imp&eacute;rio&#39; &quot;foca a mudan&ccedil;a nos olhares, especialmente sobre &#39;o outro&#39;, o &#39;colonizado&#39; de outrora, por&eacute;m perene concidad&atilde;o e conterr&acirc;neo da nossa comum humanidade. Jogando com ecos, contrapontos, contrastes entre situa&ccedil;&otilde;es, imagens, di&aacute;logos, m&uacute;sicas, o filme prop&otilde;e um enredo de imagin&aacute;rios e atitudes, de mem&oacute;rias e emo&ccedil;&otilde;es&quot;.&nbsp;</p> <p>A obra prop&otilde;e, assim, como aponta a autora, &quot;uma viagem n&atilde;o pelo passado real, mas pelas imagens do passado fabricadas pelo cinema. E, como todos os filmes, tamb&eacute;m este prop&otilde;e uma hist&oacute;ria, neste caso uma narrativa sobre as imagens que o cinema produziu. &Eacute; uma viagem pelas nossas mem&oacute;rias, &agrave; descoberta da falta delas. Muitas dessas imagens, desses trechos de filmes que est&atilde;o no &#39;Fantasmas do Imp&eacute;rio&#39; s&atilde;o ainda muito desconhecidos. Com o filme, descobrem-se mundos do passado que ainda est&atilde;o muito presentes hoje, na vida social e coletiva de todos n&oacute;s&quot;.</p> <p>Assim, &quot;o filme oferece o prazer da redescoberta de algo distante, mas ao mesmo tempo t&atilde;o pr&oacute;ximo. J&aacute; que a coloniza&ccedil;&atilde;o portuguesa afetou a vida de milh&otilde;es de portugueses, africanos e outros, todos cidad&atilde;os do mundo, ainda hoje os seus herdeiros vivem com esse passado pr&oacute;ximo&quot;.</p> <p>Ariel n&atilde;o pretende, com a obra, &quot;dar li&ccedil;&otilde;es, nem uma nova vers&atilde;o hist&oacute;rica, somente prop&otilde;e a cada um descobrir novas perspetivas sobre o cinema e a hist&oacute;ria colonial de Portugal. A forma como o cinema conta as nossas hist&oacute;rias coletivas e individuais &eacute; determinante para o coletivo de uma na&ccedil;&atilde;o, e para a conviv&ecirc;ncia&quot;.&nbsp;</p> <p>Foi em 2017 que a realizadora deu in&iacute;cio &agrave; pesquisa e &agrave; escrita de Fantasmas do Imp&eacute;rio. E, contando com o apoio inicial da Cinemateca Portuguesa, da produtora francesa Kidam e do canal tv Cine+, &quot;o projeto concretizou-se em 2018 com a produtora Ar de Filmes e o apoio financeiro do ICA&quot;. J&aacute; as filmagens, foram realizadas em setembro de 2019, enquanto que a montagem decorreu de meados de outubro a final de dezembro do mesmo ano.&nbsp;</p> <p>Seguiu-se, depois, a p&oacute;s-produ&ccedil;&atilde;o, que decorreu em Paris, em maio e junho de 2020. A 1 de maio de agosto de 2020, o filme estava conclu&iacute;do, o que significa que Ariel consegui terminar o filme antes do in&iacute;cio da pandemia. S&oacute; a p&oacute;s-produ&ccedil;&atilde;o em Paris &eacute; que come&ccedil;ou em maio de 2020, no in&iacute;cio do desconfinamento.</p> <p>Apesar de a pandemia de Covid-19 n&atilde;o ter tido impacto na produ&ccedil;&atilde;o do document&aacute;rio, Ariel de Bigault considera que a &quot;difus&atilde;o dos filmes foi muito prejudicada. Muitos festivais foram cancelados, outros passaram a ser online, com n&uacute;mero menor de filmes e um tipo de sele&ccedil;&atilde;o diferente. A difus&atilde;o do &#39;Fantasmas&#39; nos festivais no mundo foi grandemente afetada pela pandemia. Em muitos pa&iacute;ses, os cinemas ficaram fechados muito mais tempo que em Portugal. Em Fran&ccedil;a, por exemplo, em 14 meses, ficaram nove meses fechados. E a estreia em Portugal foi programada pelo distribuidor na janela que ele achou ap&oacute;s a reabertura das salas de cinema&quot;.&nbsp;</p> <p>A realizadora vai estar presente na sess&atilde;o de estreia de &#39;Fantasmas do Imp&eacute;rio&#39;, esta quinta-feira, no Cinema City em Alvalade, pelas 19h30, e vai ainda participar numa descontra&iacute;da conversa com o p&uacute;blico sobre a exibi&ccedil;&atilde;o do filme.&nbsp;</p>

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