Um novo estudo indica que tratamento com partículas virais de pés de feijão-frade (planta da família Vigna Unguiculata) atenua e previne a propagação de tumores e de melanoma em camundongos.
<p>Investigadores norte-americanos injetaram partículas do vírus em camundongos que sofriam de cancro da mama metastático ou de melanoma e constataram que tal preveniu e atenuou a disseminação desses cancro até aos pulmões dos bichos, revela um estudo divulgado na revista científica <a href="https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/advs.202101796" target="_blank">Advanced Science</a> e citado na revista Galileu. </p> <p>Os investigadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, pretendiam manipular o vírus do feijão-frade de forma a impulsionar o organismo a destruir as células tumorais. Apesar do micróbio não ser infecioso, tem a capacidade de alertar o sistema imunológico de modo a auxiliar na defesa dos pulmões. </p> <p>Leia Também: <a href="https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/1808342/pfizer-lanca-website-dedicado-a-pessoas-com-cancro-da-mama-metastatico" target="_blank">Pfizer lança website dedicado a pessoas com cancro da mama metastático</a></p> <p>Segundo a revista Galileu, os especialistas criaram nanopartículas virais em laboratório que atingissem a proteína S100A9, que ajuda a combater infeções pulmonares. Mais ainda, essa proteína também atenua a propagação do tumor cancerígeno quando presente em grande quantidade.</p> <p>Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores injetaram nanopartículas virais na corrente sanguínea de roedores saudáveis e células de cancro da mama ou melanoma nessas cobaias. Os ratos tratados com o vírus de feijão-frade apresentaram uma redução dramática na proliferação do cancro até aos pulmões.</p> <p>Adicionalmente, os cientistas trataram animais que já haviam adoecido naturalmente com cancros metastáticos que lhes afetavam os pulmões. E detetaram que os tumores diminuíram e os roedores sobreviveram por mais tempo, comparativamente aos animais que não foram sujeitos à mesma terapia. </p> <p>As nanopartículas do vírus terão assim atuado nos pulmões, recrutando células imunológicas.</p> <p>"Estas podem alterar o microambiente tumoral para se tornarem mais adeptas a combater o cancro – isso inclui não apenas tumores já estabelecidos, mas também futuros tumores", partilhou num <a href="https://www.eurekalert.org/news-releases/928423" target="_blank">comunicado</a> Eric Chung, aluno de doutoramento. em bioengenharia que colaborou com o estudo. </p> <p>De acordo com a Galileu, antes do tratamento ser oferecido a pacientes humanos, os cientistas querem realizar estudos adicionais sobre imunotoxicidade e farmacologia. Esperam também combinar o método do vírus do feijão-frade com outros tratamentos, tais como quimioterapia, radioterapia e medicamentos. </p>