Investigadores detetaram características metabólicas de células infetadas pelo vírus da SIDA que podem ser usadas em tratamentos mais eficazes contra a doença viral.
<p>Há décadas que os cientistas tentam incansavelmente encontrar uma cura para o VIH, sendo que um dos grandes entraves reside no comportamento do vírus, que consegue penetrar o seu material genético em genes humanos e permanecer escondido, ou seja, escapando da vigilância imunológica do organismo, conforme explica um artigo publicado na revista Galileu.</p> <p>Tal significa, que as células podem estar 'silenciosamente' infetadas pelo VIH durante um longo período de tempo, sem o patógeno ser detetado. </p> <p>Leia Também: <a href="https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/1794188/universidade-de-oxford-comeca-ensaio-clinico-com-vacina-contra-o-vih" target="_blank">Universidade de Oxford começa ensaio clínico com vacina contra o VIH</a></p> <p>E agora uma equipa internacional de investigadores sugere resolver este grande obstáculo através da análise do estado metabólico das células.</p> <p>"O metabolismo celular é a nova fronteira na luta contra muitas enfermidades", disse, num comunicado à imprensa, o investigador italiano Iart Luca Shytaj, professor convidado da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no Brasil. </p> <p>No estudo, divulgado na publicação científica <a href="https://www.embopress.org/doi/full/10.15252/emmm.202013901" target="_blank">EMBO Molecular Medicine</a>, os académicos observaram que os depósitos virais, onde o VIH pode permanecer oculto e resistir a tratamentos com fármacos antirretrovirais, caracterizam-se por uma modificação específica no metabolismo da glicose. Consequentemente, as células infetadas pelo vírus estão assim dependentes de vias alternativas para conseguirem metabolizar o açúcar.</p> <p>Segundo Shytaj, a pesquisa inédita revela como o efeito da auranofina, medicamento que já apresentou resultados promissores em ensaios clínicos realizados previamente pode ser reforçado. Mais ainda, reitera a relevância do metabolismo da glicose na infeção pelo vírus da SIDA.</p> <p>Explorando essa alternativa, indica a revista Galileu, deverá começar em 2022 um novo ensaio clínico na Universidade Federal de São Paulo. </p>