A capacidade de inovar e encontrar soluções criativas para problemas comuns é um dos aspectos mais determinantes na trajetória de uma empresa. Sendo assim, não é surpresa notar que a maioria dos cargos que envolvem tomadas de decisão são preenchidos por pessoas criativas e com raciocínio crítico.
Acontece que, mesmo o mais brilhante dos gestores, vai encontrar dificuldades em cumprir tais requisitos em um ambiente inapropriado. Por isso, é dever da empresa proporcionar aos seus integrantes as condições necessárias para isso. Entre outras coisas, isso envolve a estruturação de um processo de design thinking.
Quer saber mais sobre o assunto? Criamos este artigo justamente para explorar mais a fundo esse que é um dos conceitos fundamentais do marketing.
Veja os tópicos que você vai encontrar ao longo do texto:
Design thinking é o termo utilizado para se referir ao processo de pensamento crítico e criativo, possibilitando a organização de ideias de modo a estimular tomadas de decisão e a busca por conhecimento. Não se trata de um método específico, mas sim de uma forma de abordagem.
Em outras palavras, o design thinking não traz uma fórmula específica para sua implantação. Em vez disso, ele cria as condições necessárias para maximizar a geração de insights e a aplicação prática deles. A ideia é que o processo seja realizado de forma coletiva e colaborativa, de modo a reunir o máximo de perspectivas diferentes.
Suas aplicações são variadas. Nas empresas, é comum utilizar a abordagem para encontrar soluções para os mais diversos problemas, independentemente de sua natureza ou magnitude. A partir das diferentes perspectivas já citadas, é possível alcançar um entendimento mais completo do problema.
Outra forma bem comum de utilizar o desing thinking é na elaboração de novos produtos e serviços. A partir da reunião de talentos multidisciplinares, ou seja, representantes de todas as áreas da empresa, é possível agregar valor ao item em todos os quesitos, aumentando as chances de sucesso.
Independentemente do seu objetivo com a aplicação dessa abordagem, é válido lembrar que cada caso é um caso, o que significa que cada empresa pode conduzir o processo de forma diferente. Dito isso, existem etapas que podem ser seguidas em todos os casos. Falaremos delas no próximo tópico.
Todo processo que busca resolver um problema deve, por via de regra, começar com o entendimento completo do obstáculo a ser superado.
Depois, vem a análise de possíveis soluções, a definição da melhor delas e sua aplicação. No design thinking não é diferente. Todo o procedimento pode ser dividido em 4 etapas.
A primeira etapa sugere um mergulho em tudo o que envolve e afeta a sua empresa. Aqui, é válido realizar uma análise SWOT, que mapeia as ameças, oportunidades, fraquezas e pontos fortes do seu negócio, tando do ponto de vista interno quanto da perspectiva externa.
Sendo assim, não hesite em coletar feedbacks de clientes, observar o desempenho de colaboradores e se aprofundar na política organizacional da firma. Apenas a partir de um conhecimento completo sobre o negócio é possível criar soluções que possam ser efetivamente utilizadas.
Lembre-se de não cair no erro de olhar apenas para o próprio umbigo. Mais do que os processos internos da empresa, é preciso considerar a situação política e econômica do país, as ações dos competidores etc.
Uma vez concluído o processo de imersão, você já terá identificado os pontos que precisam ser melhorados e aqueles que podem ser deixados como estão. Então, é hora da próxima fase, comumente chamada de ideação. Como o nome sugere, é hora de produzir ideias relevantes para realizar as melhorias necessárias.
Nesse ponto, é fundamental trazer insights obtidos com a utiliazção de técnicas de big data, que aumentam as chances de eficiência do processo. Aí, é só reunir as equipes envolvidas e adotar técnicas como o brainstorming, que incentiva e valoriza o compartilhamento de muitas ideias.
Depois de reunir uma grande quantidade de ideias relevantes, é hora de impor um filtro sobre elas e escolher as que você (ou o grupo) considera com maiores chances de sucesso. Para reduzir o risco de falhas, é recomendado criar protótipos do que foi idealizado antes de realmente investir em sua execução.
Se você está desenvolvendo um novo produto, por exemplo, essa é a hora de investir em uma versão beta, ou seja, não definitiva. Então, a partir dos testes realizados, você pode decidir se a ideia está pronta para ser finalizada ou se ajustes ainda precisam ser feitos.
Se o assunto em questão é um serviço, você pode montar protótipos mais abstratos, como representações gráficas que simulem as ações reais.
Finalmente, chegamos ao desenvolvimento. Aqui é a hora de tirar tudo do papel e colocar para funcionar de verdade. Em caso de lançamento de produtos, tome as medidas para chamar a atenção do público para o fato, garantindo que ele não caia em ostracismo.
Nessa parte, entram em ação os setores de comunicação e publicidade da empresa. Sua missão é vender a solução ao público de modo que ela seja bem-aceita. Em todos os casos, o processo não acaba aqui. É preciso manter um monitoramento constante a fim de identificar pontos de melhorias e avaliar o sucesso da operação.
Todo empreendimento que se preze avalia seus investimentos de acordo com o retorno que pode ser obtido por meio deles. Nisso, o design thinking se destaca. Seu custo de implementação é extremamente reduzido, enquanto a vantagem competitiva que ele gera é enorme.
Sendo assim, a primeira razão para investir nessa abordagem é o fato que ela pode ser o diferencial necessário para sua empresa se colocar à frente das concorrentes. Assim, é possível adquirir uma fatia maior do mercado e, consequentemente, potencializar os lucros.
Fora isso, por se tratar de um processo que deve envolver diversos pontos de vista, o design thinking vai agregar colaboradores de todas as áreas. O resultado disso é extremamente positivo para a empresa. Afinal, a valorização sentida pelos profissionais é essencial para a manutenção de uma produtividade satisfatória.
Mais do que valorizados, os colaboradores vão se sentir mais integrados uns com os outros. Isso estimula um senso de empatia e colaboração que traz apenas impactos positivos para o andamento do negócio.
Por fim, a real vantagem da abordagem é que ela é extremamente eficiente em encontrar respostas para as questões mais importantes do negócio, o que é fundamental para sua excelência.
Então, agora que você entende o conceito de design thinking e os benefícios que ele pode trazer para as operações da sua empresa, como implantá-lo? O primeiro e mais importante passo é garantir que sua organização conte com uma cultura onde há espaço para atividades como design thinking.
O que isso significa? Para começar, é preciso que os integrantes da companhia trabalhem em um ambiente que os deixe confortáveis. Afinal, condições ruins de trabalho diminuem a motivação e confiança das pessoas, o que torna complicado exigir que elas apresentem ideias relevantes.
Ademais, é preciso que você adote uma estratégia baseada na coleta e análise de dados. Assim, evita-se que a resolução de problemas e o lançamento de novas soluções sejam baseados apenas em achismos. Dados e estatísticas são essenciais para guiar qualquer processo criativo.
Portanto, é justo afirmar que a eficiência do processo de design thinking depende mais da cultura organizacional da empresa do que qualquer outra coisa.
Como não poderia deixar de ser, a escolha das ferramentas corretas é determinante para o sucesso da abordagem. A seguir, vamos citar algumas das ferramentas que podem ser utilizadas no processo de design thinking. Acompanhe!
O termo brainstom nada mais é do que uma tradução literal de tempestade de ideias. A técnica consiste em uma dinâmica de grupo que, sem nenhum tipo de julgamentos, estimula o compartilhamento de ideias. Mesmo as que pareçam ruins devem ser mantidas, já que podem servir de alavanca para o surgimento de outras.
Para que uma dessas sessões tenha resultado, é importante que o responsável por conduzi-la tome algumas providências. É preciso, por exemplo, que os participantes saibam de antemão o problema a ser solucionado. Assim, eles podem se aprofundar em leituras e pesquisas que sirvam de alimento para a criatividade.
Os mapas mentais são muito eficientes em organizar e desenvolver ideias e pensamentos. O foco é proporcionar uma visão mais clara e completa do processo criativo, o que é fundamental para o surgimento de outros insights.
Assim, pegamos uma ideia considerada central e a colocamos em um ponto de destaque. A partir daí, é criada uma espécie de fluxograma, possibilitando a ramificação e exibição de ideias secundárias. Nesse processo, é muito importante usar recursos gráficos, como figuras, desenhos, quadros etc.
O envolvimento de consumidores no processo criativo é uma prática mais comum entre empresas, especialmente na era do marketing 4.0. É que o público moderno enxerga as marcas como igual e dá extremo valor à personalização. Portanto, conduzir um processo nesse sentido enriquece sua experiência.
Além disso, os clientes podem trazer insights exclusivos, já que sua percepção das atividades do empreendimento é completamente diferente da formada por integrantes do negócio.
Para possibilitar essa interação, você pode utilizar as redes sociais. Um post pedindo a opinião do público, por exemplo, é uma situação simples e eficiente.
Exemplos de sucesso são sempre fundamentais para corroborar a recomendação de uma técnica. No caso do design thinking, não faltam cases em que marcas conseguiram resultados significativos a partir da aplicação da abordagem. Confira alguns dos principais.
Referência no mercado de cosméticos mundial, a natura passou por um processo de rebranding. Tudo começou quando a marca identificou que já não contava com o mesmo apelo de outrora, principalmente entre o público mais jovem. Para solucionar o problema, foi utilizado o design thinking.
A partir de entrevistas com consumidores e colaboradores, a empresa conseguiu identificar diversas percepções diferentes sobre seus produtos e serviços. A partir desenvolveu um processo criativo que alterou diversos de seus elementos, desde as informações nas embalagens até sua identidade visual.
A gigante do streaming não faz sucesso por acaso. A empresa tem na personalização de conteúdo um de seus principais diferenciais e, por isso, precisa buscar constantemente formas de otimizar esse elemento. Naturalmente, os dados coletados e armazenados pelo seu algoritmo tornam o processo bem mais fácil.
A partir de sua análise, os diretores da marca norteiam sua estratégia. Dessa forma, conteúdos como séries, filmes e documentários são lançados somente após um intenso período de imersão nas características do público e da identificação de padrões da audiência.
Assim, a Netflix garante que, quando lançados, seus conteúdos contarão com maior aceitação do público consumidor.
Até um tempo atrás, a marca brasileira era conhecida quase que exclusivamente pelas sandálias de dedo que produzia. Se você visitou uma de suas lojas recentemente, provavelmente notou a mudança. Hoje, além da variedade de chinelos, são oferecidas bolsas, toalhas, chaveiros e outros produtos.
Essa diversificação do mix de produtos não foi por acaso. A empresa passou por um processo para identificar as oportunidades de mercado, chegando à conclusão de que oferecer esses itens poderia ser benéfico para suas operações.
Para o lançamento específico da linha de bolsas, a empresa conduziu entrevistas por todo o país, e até mesmo fora dele. Quando chegou a um consenso sobre as características que o produto devia ter, a Havaianas não partiu direto para a execução. Primeiro, passou pela fase de prototipação.
Foram produzidos protótipos que passaram por testes e adaptações. Só depois dessa etapa, foi realizado o lançamento, que ocorreu durante uma edição do São Paulo Fashion Week.
Como em qualquer outra área, é imprescindível investir na capacitação para garantir a aplicação das melhores técnicas. Para isso, existem diversos cursos que são oferecidos para profissionais de todas as áreas.
Um dos mais bem avaliados é o oferecido pela Fundação Instituto de Administração (FIA), uma escola de negócios com mais de 30 anos de existência. Por outro lado, se você busca uma opção mais acessível, existe o curso oferecido pela Sebrae, que é completamente gratuito e online.
Outras instituições que oferecem programas de capacitação em design thinking são:
Se você está buscando uma experiência de aprendizada mais caseira, boas leituras são sempre recomendadas. Embora essa opção não inclua o acompanhamento de um tutor, os livros certos podem cobrir o assunto com grande profundidade.
Um dos mais relevantes nesse sentido é o “Design Thinking: Uma Metodologia Poderosa para Decretar o Fim das Velhas Ideias“. O autor dessa obra é Tim Brown, que é nada menos que um dos idealizadores do conceito de design thinking para negócios. A leitura é leve e muito recomendada para gestores criativos.
Outra obra essencial sobre o assunto é a escrita por Marc Stickdorn, sob o título “Isto é Design Thinking de Serviços: Fundamentos, Ferramentas, Casos“. O livro é dividido em três partes: fundamentos, ferramentas e casos. Assim, ele é uma leitura completa sobre os elementos essenciais do design thinking.
O terceiro dessa lista foi desenvolvido por professores especializados da ESPM em São Paulo. Intitulado “Design Thinking Brasil“, o texto reúne as origens e motivações dessa abordagem. Com linguagem leve e envolvente, os autores trazem detalhes sobre cases de sucesso ocorridos especificamente no Brasil.
Implementar o design thinking como abordagem em sua empresa é uma ação que pode mudar o rumo do negócio. A partir do processo, é possível encontrar soluções mais eficientes para diversas questões, desde problemas internos até o lançamento de novos produtos e serviços.
Viu como design thinking tem o poder de revolucionar seu negócio? Já que estamos falando em processo criativo, que tal saber mais sobre o assunto? Neste artigo, falamos sobre criatividade e como explorar todo o potencial de sua empresa!