A globalização e a internet permitem que qualquer negócio venda em outros países, mas é preciso conhecer cada realidade local para adaptar sua atuação. Veja agora como criar uma estratégia de Marketing Global.
O marketing não tem mais fronteiras. No mundo globalizado e conectado, marcas e produtos podem chegar aonde quiserem para conquistar novos mercados e atrair mais clientes. Porém, só uma estratégia bem estabelecida de Marketing Global pode tornar esse processo eficiente.
É tentador pensar que a sua marca pode conquistar o mundo, não é? Atualmente, a internet permite que empresas de todos os portes vendam em outros países, não apenas as gigantes multinacionais.
Só que não é tão simples assim chegar a novas regiões. Sim, hoje temos muitos costumes padronizados pela globalização, mas cada local tem uma cultura enraizada que não se perde. Então, é preciso pensar em estratégias que se adaptem a cada local na internacionalização.
Neste artigo, vamos ver todos os detalhes de uma estratégia de Global Marketing, caso você esteja pensando em expandir sua atuação para o cenário internacional.
Quer saber mais? Então, siga com a gente:
Marketing Global são estratégias de marketing aplicadas em diferentes regiões do mundo, considerando as semelhanças e diferenças entre elas, focando no crescimento da empresa.
O objetivo por detrás do Marketing Global é possibilitar que os produtos ou os serviços da empresa alcancem novos mercados, em um nível internacional, a partir de uma oportunidade de divulgação e de comercialização.
O Marketing Global representa a etapa de contato do branding global com os mercados locais.
É por meio das estratégias de marketing internacional e das definições do Mix de Marketing (preço, produto, praça e promoção) que o posicionamento e a imagem da marca se consolidam entre os consumidores de cada região.
Para isso, as marcas precisam aliar estratégias de padronização e adaptação, a fim de conciliar a economia de escala e a adequação às realidades locais.
O conceito de Marketing Global começou a ser usado no final do século XX, quando o mundo entrou na globalização e homogeneizou hábitos, gostos e comportamentos entre diferentes países.
Em 1965, o empresário sueco Erik Elinder escreveu um artigo questionando se a publicidade não poderia ser a mesma entre diferentes países da Europa. Afinal, tinham caraterísticas semelhantes, e a padronização de estratégias poderia gerar economia de escala com os custos de produção, distribuição, divulgação etc., que aumentam com a expansão global.
Nos anos seguintes, muitos autores e profissionais seguiram essa linha de padronização do Mix de Marketing. Porém, o passar dos anos mostrou que muitas características locais se mantiveram. Culturas milenares e modos de organização social não se perderam.
Por isso, a partir da década de 1990, muitos autores passaram a defender a adaptação do marketing às identidades nacionais, às linguagens, aos gostos e preferências dos consumidores de cada região, a fim de atender às necessidades específicas de cada mercado.
A partir daí, a discussão do Marketing Global não estava mais em torno de escolher entre padronizar ou adaptar, mas o quanto padronizar e o quanto adaptar as estratégias de marketing na sua internacionalização.
Toda marca quer crescer, atrair mais clientes e conquistar mais mercados. Quando se fala no mercado doméstico, isso já é um desafio. Imagine, então, expandir a atuação para fora do país!
O contato com outras culturas e outras realidades é impactante. Por isso, uma estratégia de Marketing Global é essencial para estruturar esse processo de expansão, saber onde a sua marca vai aterrissar e quais são as melhores formas de chegar lá.
Com estratégias sólidas, o Marketing Global traz uma série de vantagens:
Expansão internacional significa conquistar novos mercados. Mas, além de conseguir novos clientes, o que mais a empresa ganha com isso?
Muitas vezes, outros países são mais lucrativos que o mercado interno, onde a empresa já pode estar estagnada. Então, um Plano de Marketing Global deve identificar as melhores oportunidades no exterior.
Além disso, expandir ajuda a reduzir a dependência de um mercado — a pulverização ajuda a sustentar o negócio, mesmo que uma ou outra região passe por uma crise.
Segundo uma pesquisa da Apex-Brasil, diversificar riscos e se proteger contra a volatilidade do mercado doméstico estão entre os principais motivos para a expansão global de uma empresa:
Um marketing sem fronteiras amplia o alcance da marca. Você já imaginou os seus produtos resolvendo necessidades de pessoas que estão do outro lado do mundo? O Marketing Global ajuda você a chegar até elas.
Dessa maneira, a marca conquista novos mercados e se torna conhecida em vários locais. Isso ajuda a vender mais, é claro — e esse é o principal motivo da expansão global apontado na pesquisa da Apex-Brasil (acima). Mas isso também aumenta o seu valor no mercado e fortalece a sua competitividade em todos os seus locais de atuação.
Atuar em outros países exige novos investimentos em mídias, pesquisas, contratações, logística, entre vários outros custos. Porém, uma estratégia de globalização do marketing prevê a criação de algumas estratégias padronizadas.
Se você percebe que os públicos de dois países diferentes são semelhantes, pode lançar o mesmo produto e a mesma campanha de publicidade para eles. Isso gera uma economia de escala, já que você replica o mesmo processo em diferentes mercados.
O Marketing Global se depara com diferentes realidades. Por isso, uma campanha global totalmente uniformizada tende a sofrer resistência em determinados mercados que não se identificam com a abordagem da marca ou cujas dinâmicas setoriais dificultam a sua inserção.
Por isso, uma estratégia de Global Marketing deve investigar as especificidades de cada mercado para planejar a sua atuação. Dessa maneira, a empresa consegue criar uma oferta relevante para os consumidores locais e adaptar-se às dinâmicas do mercado.
Uma empresa que internacionaliza o marketing também deve olhar para a sua gestão interna. Como gerenciar colaboradores e equipes de marketing em diferentes regiões do mundo?
Uma estratégia estruturada de globalização orienta as equipes sobre as decisões de marketing centrais e as definições adaptadas para cada região. Dessa maneira, diferentes equipes em diferentes partes do mundo conseguem conversar entre si para alcançar os objetivos da empresa.
Se você já está pensando em como estruturar uma estratégia global de marketing, vamos ver agora um passo a passo para isso.
Mas é importante primeiramente refletir sobre a situação atual do seu negócio. Antes de aterrissar em novos destinos, tenha certeza que você tem uma operação sólida, as finanças organizadas e um público fiel na sua região.
É preciso ter uma base madura para expandir o marketing, já que as decisões gerais são centralizadas, e as operações de cada local precisam de uma referência de atuação.
Se estiver tudo ok, é possível pensar na internacionalização do marketing. A seguir, confira os passos principais desse processo:
O primeiro passo para a internacionalização é conhecer os mercados em que você pretende atuar. Assim como em qualquer planejamento de marketing, é preciso fazer uma análise do ambiente de negócios, que envolve o macroambiente e o microambiente.
No macroambiente, faça um levantamento de dados sobre as seguintes questões nos locais para onde você quer expandir a marca:
Ao analisar essas questões, você vai ter um panorama de como está a situação do país atualmente e quais são as tendências para o futuro.
Além desse cenário, é essencial também traçar um panorama do seu setor de atuação no país. Você pode utilizar o framework das 5 Forças de Porter para identificar os principais atores do microambiente e as forças que atuam entre eles:
Dessa forma, você consegue perceber se o cenário é favorável ou não para a chegada dos seus produtos naquela região e quais medidas precisa tomar para minimizar os problemas e aproveitar as oportunidades.
A partir da análise do ambiente de negócios que explicamos acima, você pode analisar e comparar os locais que estão na sua mira de internacionalização. Quais regiões são mais favoráveis? Quais apresentam as melhores oportunidades?
Vale a pena destacar um erro comum que as empresas em expansão cometem: tratar países próximos como se todos fossem iguais.
Empresas estrangeiras, por exemplo, querem atuar na “América Latina”. Só que a América Latina engloba países diferentes entre si, com culturas, legislações e hábitos específicos. Então, ao definir os locais de atuação, perceba que cada lugar tem suas especificidades.
A internacionalização de uma empresa pode ocorrer de várias formas. Você pode apenas exportar o produto (físico ou digital) para outros países, abrir um escritório comercial, construir um armazém de distribuição ou abrir uma loja própria, por exemplo.
A pesquisa da Apex-Brasil que já apresentamos antes mostra as principais formas de atuação das empresas brasileiras no exterior:
Muitas empresas também expandem sua empresa globalmente por meio da aquisição de outros negócios que já tenham atuação local. Nesse caso, a empresa aproveita a experiência e o conhecimento desses negócios sobre o mercado local.
Cada forma de atuação das empresas globais interfere no planejamento do marketing internacional. Ter uma loja própria no local ou apenas exportar o produto, por exemplo, implica em diferentes estratégias.
Agora, é preciso definir até que ponto você deseja uniformizar o marketing, para economizar em escala, e o que precisa padronizar, para se adaptar à realidade de cada local.
As questões culturais são determinantes para adaptar as estratégias. Em cada região, as pessoas se comportam de maneiras diferentes. Porém, há países com algumas características semelhantes (países de colonização espanhola na América do Sul, por exemplo), que permitem padronizar alguns pontos.
Mas perceba, também, que há muitos outros fatores que influenciam nessas decisões.
Um alto grau de competitividade, por exemplo, tende a exigir uma adaptação maior. Afinal, você precisa se diferenciar dos concorrentes e encontrar um posicionamento diferenciado naquele mercado. Se tiver pouca concorrência, talvez possa usar estratégias uniformizadas.
Restrições legais e econômicas também tendem a provocar uma adaptação maior. Regras de publicidade infantil, por exemplo, variam muito de país para país. Já uma maior taxação dos produtos impacta na definição de preços, por exemplo. A estrutura de logística no país também influencia na estratégia de distribuição. E por aí vai.
Portanto, é preciso analisar uma série de questões para definir o nível de adaptação e padronização das estratégias. Ao passar pelo Marketing Mix, você vai definir esses pontos.
Uma das etapas mais importantes de qualquer planejamento de marketing é a definição dos 4 Ps do Marketing, também chamados de Mix de Marketing ou Composto de Marketing. Cada P pode abranger estratégias padronizadas ou adaptadas.
A definição dessas estratégias deve partir do posicionamento e do público-alvo definidos para cada mercado. Vamos ver cada P:
Preço
O preço é afetado por muitas variáveis, desde a taxação dos produtos, os custos de matéria-prima, produção/importação e distribuição, até a percepção que a marca quer causar no público. Então, o preço tende a variar conforme o mercado, embora a estratégia possa ser uniformizada.
O preço do iPhone, por exemplo, varia bastante. Na tabela abaixo, você pode ver os valores do iPhone 7 em uma pesquisa realizada em 2017. Apesar disso, a formação do preço e a margem de lucro são padronizadas pela Apple em todos os países.
Fonte: InfoMoney
Produto
O produto geralmente é padronizado em todos os mercados, mas pode sofrer alterações. O McDonald’s é um bom exemplo: o sanduíche é inconfundível em qualquer país, mas pode variar os ingredientes (sem carne na Índia ou com salsicha na Alemanha, por exemplo).
Nesse caso, as questões culturais influenciam nas escolhas, mas a composição do produto também pode variar conforme a disponibilidade de matéria-prima. Algumas empresas priorizam fornecedores locais, por questões econômicas e sociais, por exemplo.
Praça
A distribuição do produto costuma variar bastante conforme o local de atuação. Os modais de transporte mudam, as taxações mudam, as estruturas de centros de distribuição mudam. Então, as estratégias de logística também tendem a ser diferentes.
Outra questão importante nesse P são os pontos de venda, sejam eles físicos ou virtuais. Embora possa se adaptar conforme a cultura, o PDV deve manter a identidade visual para provocar seu reconhecimento independentemente de onde a marca esteja. Você percebe, por exemplo, que as Lojas Renner em Montevidéu, no Uruguai, são parecidas com as do Brasil:
Fonte: Jornal do Comércio
Promoção
O P de Promoção pode variar bastante no marketing global. Há empresas que criam estratégias globais e fazem pequenas adaptações, como a tradução da língua. Outras fazem campanhas específicas para cada local de atuação.
As decisões de promoção são influenciadas principalmente pelo fator cultural, já que estamos falando de comunicação com o público. Mas também podem ser impactadas pelo ambiente político-legal, já que há restrições para as mídias em muitos locais (como a propaganda infantil, médica, de cigarros, de bebidas alcoólicas, entre outras).
Isso vale para a publicidade, mas também para o uso das redes sociais, blogs e qualquer forma de promover a marca no local.
Veja o exemplo da campanha atual da Audi. A marca criou uma campanha global com o slogan “Future is an attitude”. Em cada país, essa campanha é desmembrada conforme as especificidades locais.
No Brasil, a marca fez parcerias com “embaixadores”, que têm afinidade com o público local, para divulgar a campanha:
A partir dos pontos acima, monte um plano de marketing que consolide a análise dos dados e as suas decisões. Esse documento deve trazer as definições de objetivos, indicadores, público-alvo, posicionamento, estratégias e cronogramas para a sua execução.
Faça um Plano de Marketing Global que trace as estratégias para as regiões em que você está planejando atuar. Dessa maneira, todos os envolvidos entendem os caminhos que a empresa pretende tomar.
Mas é interessante também fazer planos específicos para cada região, que orientem especificamente as equipes locais.
Você pode estudar bem o mercado, analisar todos os cenários e traçar as melhores estratégias. Mas só o contato com a realidade vai dizer se o caminho está certo.
Então, fique sempre de olho no feedback dos mercados locais. Muitas vezes, por vir de uma cultura diferente, a marca pode não se comunicar da maneira ideal ou não fazer as melhores escolhas de Marketing Mix.
Então, o acompanhamento dos indicadores de desempenho ajuda a identificar pontos de ajuste e melhorias nas estratégias.
O monitoramento de redes sociais também é aliado: você pode monitorar menções e comentários sobre sua marca e produtos para ter um termômetro da receptividade, não apenas com números, mas também com a análise qualitativa do que estão pensando.
Bom, agora você já conhece os principais passos para criar uma estratégia de Marketing Global. Agora, vamos ver algumas dicas pontuais para tornar esse processo mais eficiente.
Acompanhe:
Já falamos para você fazer uma análise do ambiente de negócios e conhecer bem o local em que vai pisar. Mas você ainda pode aprofundar esse conhecimento.
Na hora de criar as estratégias de Marketing Mix, é importante conhecer a persona de cada mercado. Se, em cada local, os consumidores têm diferentes hábitos e comportamentos, cada operação deve falar com uma persona diferente.
Então, descreva o perfil da persona de cada local para se aproximar do público, entender as suas dores e demandas e como o produto traz valor para a vida dela. Dessa maneira, você cria laços mais fortes com os consumidores e desperta sua confiança, o que é essencial para marcas que vêm de fora.
O Google, por exemplo, adota a estratégia dos Doodles, que celebram datas importantes na página inicial do buscador. É uma estratégia global, mas aplicada localmente para se aproximar de cada país. Para isso, a empresa precisa saber o que é importante para as pessoas e para a cultura de cada local em que atua.
No dia 26 de outubro, por exemplo, o Google celebrou o aniversário de Dolores Cacuango, pioneira na luta pelos direitos dos povos indígenas no Equador. Assim, o Google se aproxima desse país e mostra que valoriza a sua cultura local.
Fonte: Google Doodles
Para ter sucesso em uma empreitada internacional, a empresa deve realizar pesquisas e estudos amplos que reconheçam as diferenças entre os públicos de cada país antes de iniciar um investimento.
A Resultados Digitais, por exemplo, identificou que a Colômbia e o México seriam países adequados para iniciar seu processo de internacionalização.
Estudos identificaram que esses locais estavam em um nível de maturidade em Inbound Marketing parecido com o do Brasil de anos atrás e, por isso, mostravam potencial de crescimento para o negócio.
Além disso, a empresa percebeu que eles tinham características de países emergentes como o Brasil, então poderia replicar o modelo aplicado por aqui.
Para identificar características como essas, é preciso investir em pesquisas de mercado. Você pode contratar institutos de pesquisa locais ou rodar questionários e entrevistas pela internet.
Mas nada substitui a visita local para interagir com as pessoas, conhecer seus hábitos, sua língua, suas preferências. E essa experiência local também é pesquisa.
Uma preocupação fundamental são as informações referentes às regras internacionais de atuação. É necessário se informar sobre as regras locais de patentes, licenças, vigilância sanitária, publicidade, entre outras questões específicas de cada segmento.
Também é necessário se manter atento sobre as organizações internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com a área na qual atua. Tudo isso pode afetar o Marketing Global e até a viabilidade de atuação no país em questão.
O pão de queijo, por exemplo, quitute habitual dos brasileiros, enfrenta entraves na sua exportação.
Na União Europeia, o produto não pode entrar devido a barreiras sanitárias, já que tem 20% de lácteos na sua composição e o Brasil não é declarado como zona livre de brucelose e tuberculose. Então, é preciso adaptar o produto.
As estratégias de marketing podem variar nos diferentes locais de atuação. Porém, não podem ficar soltas — elas precisam estar alinhadas em torno do branding.
Dessa maneira, a marca constrói uma imagem consistente e aumenta seu reconhecimento em todos os lugares em que atua.
A Coca-Cola, por exemplo, atua internacionalmente desde 1919 e está em mais de 200 países. A marca encontrou formas de se diferenciar nos países que atua, seja com mudanças no rótulo ou na composição do produto para se adequar às preferências locais.
Mas alguém tem dúvidas na hora de identificar uma latinha da Coca-Cola?
Não, porque o branding é coerente. Dos valores da marca até a sua identidade visual (mesmo que sofra algumas adaptações), a Coca é consistente em todos os lugares. Por isso, é reconhecida no mundo inteiro.
Fonte: Coca-Cola Company
Parcerias locais são essenciais para penetrar no mercado, reduzir custos e ganhar a confiança do público. Elas podem ser feitas nas estratégias dos 4 Ps do Marketing.
A parceria com fornecedores locais de matéria-prima, por exemplo, pode reduzir os custos de produção e o preço do produto final. Transportadoras e armazéns de distribuição parceiros também são essenciais para estruturar a cadeia logística e capilarizar a distribuição.
No P de Promoção, você também pode fazer parcerias de co-marketing ou com influenciadores locais para alcançar os novos consumidores e associar sua imagem a marcas em que eles já confiam.
O Marketing de Conteúdo é uma poderosa ferramenta de Marketing Global. Empresas podem utilizar essa estratégia para penetrar em um mercado conquistando autoridade junto ao público, que encontra respostas para as suas dúvidas em blog posts e materiais ricos da marca e já inicia um relacionamento com ela.
Para isso, é importante oferecer conteúdos na língua do país de destino. E não estamos falando em aplicar o Google Tradutor no seu site, ok? Trata-se de produzir conteúdo de qualidade originalmente na língua ou contratar um tradutor profissional. Só assim você consegue de fato conversar com as pessoas daquele país, sem erros e problemas linguísticos.
Isso pode ser feito primeiramente no seu site, para que os consumidores tenham acesso às informações sobre a sua marca. Mas também ofereça conteúdos do blog, anúncios pagos e perfis nas redes sociais na língua do país.
Aqui na Rock, adotamos essa estratégia para penetrar em países de língua espanhola e inglesa. Veja que os blogs da Rock em espanhol e em inglês são diferentes, considerando também a persona de cada região, seus interesses e comportamentos de navegação.
Além de produzir conteúdo na língua do país, você também quer que eles apareçam nas buscas realizadas nesses locais, não é? Por isso, é importante também investir no SEO internacional, que se refere à internacionalização de um site ou blog.
Nesse processo, é preciso considerar alguns ajustes técnicos, para que as páginas apareçam em buscas estrangeiras, mas também de planejamento de conteúdo, que deve considerar a língua do país e os comportamentos da persona naquele local.
Afinal, a produção de conteúdos para um blog é orientada pelas dúvidas das personas. Os posts procuram responder às questões que os usuários pesquisam no Google.
Então, você precisa saber o que os consumidores locais estão pesquisando e quais palavras-chave estão usando, para que a sua marca possa respondê-los nas primeiras posições do buscador.
Já no SEO técnico, você pode optar por diferentes estruturas de site (exemplo.com.uy, exemplo.com/uy ou uy.exemplo.com) ou usar o atributo hreflang, que mostra ao Google qual URL deve ser mostrada de acordo com o idioma e a localização do usuário.
Você deve estar imaginando como é desafiador gerir equipes globais, não é? São pessoas que moram em lugares diferentes, vivem culturas diferentes, falam línguas diferentes e acordam em horários diferentes. É complexo conciliar todas essas diferenças!
Ok, a adoção do home office já habituou muitos colaboradores e empresas com o trabalho remoto. Mas há outros desafios além da distância que precisam ser gerenciados no Marketing Global.
A seguir, veja algumas dicas de como fazer essa gestão:
A cultura organizacional define quais são os valores fundamentais e inegociáveis da empresa no seu ambiente de trabalho. E é claro que isso vale também para o ambiente de trabalho remoto. Por isso, deve ser uma definição da matriz para todas as regiões.
Colaboração e foco em resultados, por exemplo, valem para todos os envolvidos, independentemente de onde estejam. Essa orientação coloca todos os colaboradores no mesmo barco e cria sinergia entre eles.
Pessoas distantes podem se sentir também distantes da empresa, das decisões e do restante da equipe.
Portanto, é preciso promover uma comunicação interna eficiente e constante, de maneira que todos os envolvidos se sintam integrados nas estratégias e percebam que o seu trabalho é importante para a empresa como um todo, não apenas na operação local.
As diferenças culturais podem ser um entrave para a comunicação e a integração entre as equipes. Porém, elas também são ricas para estimular a criatividade e a inovação.
Equipes de diferentes países devem ser incentivadas a trocar informações e experiências para oxigenar as ideias. Em vez de limitarem as informações em silos, os colaboradores devem compartilhar seus conhecimentos e colaborar para o crescimento da empresa como um todo.
Para isso, a empresa ter o cuidado de contratar pessoas com inteligência cultural, ou seja, que sabem se relacionar com diferentes culturas. Além disso, deve promover eventos de integração e até treinamentos entre equipes, para que compartilhem seus conhecimentos e suas culturas com os colegas.
Procure identificar quem são os líderes das equipes que atuam em outros países. Comunicar-se com eles pode ser o melhor caminho para chegar aos colaboradores.
O líder pode transmitir pessoalmente os valores, as informações e os procedimentos que a matriz precisa passar para as operações locais. Assim, com maior conexão pessoal, a comunicação tende a ser mais eficiente.
Pode parecer um detalhe, mas isso faz muita diferença no dia a dia das equipes globais.
Cuide os horários e datas ao marcar uma reunião, delegar uma tarefa ou enviar uma mensagem para colaboradores que estão do outro lado do mundo. Eles podem estar dormindo ou ter um feriado no dia, por exemplo.
Então, tome esse cuidado para mostrar que a empresa está atenta à realidade de cada um.
Agora, vamos ver alguns exemplos de empresas que aplicam o Marketing Global com sucesso, seguindo algumas dicas que demos aqui. Confira:
Quem pensa que a Red Bull é apenas uma bebida energética parou no tempo. A marca se expandiu pelo mundo e adotou outras diversas frentes nas diferentes regiões em que atua.
Uma das principais estratégias de Marketing Global da marca é a criação de eventos de esportes radicais — e um tanto criativos. A Red Bull Soapbox Race, por exemplo, é uma corrida de automóveis inusitados que acontece em vários países.
Fonte: Red Bull
Outra frente de internacionalização da Red Bull é a aquisição ou patrocínio de equipes esportivas e atletas, sempre muito competitivos.
No Brasil, por exemplo, fez parceria com o Clube Atlético Bragantino, que se transformou no Red Bull Bragantino em 2019 e, no mesmo ano, foi campeão da Série B do Campeonato Brasileiro.
Mas você deve se lembrar também do projeto Red Bull Stratos, não é? A iniciativa lançou um paraquedista da estratosfera, quebrou recordes mundiais e colocou a marca em jornais e conversas do mundo inteiro.
A abordagem agressiva e criativa é reconhecida em vários lugares do mundo. A marca mantém seu branding consistente, sempre associada a esportes, aventura e atividades ao ar livre.
Trata-se de uma estratégia essencialmente padronizada no mundo inteiro. O que se adapta a cada local é, principalmente, a comunicação com o público, o conteúdo produzido na língua de cada país e a identificação de esportes e eventos que tenham maior aderência local.
Para isso, tem equipes bastante pulverizadas pelo mundo e representantes em diversas cidades para promover vendas e eventos.
Os Student Marketeers, por exemplo, são estudantes contratados pela empresa para promover a marca na sua universidade e conectá-la ao público jovem e universitário da cada local.
Agora, vamos falar de uma marca brasileira que ganhou o mundo. A Melissa é uma marca de calçados da Grendene, criada em 1979, quando lançou um dos seus produtos mais simbólicos: a Melissa Aranha.
Em 1983, começou a exportar as sandálias. Para isso, criou modelos em parceria com famosos estilistas, como Jean-Paul Gaultier e Elisabeth De Senneville, e colocou à venda em lojas reconhecidas no exterior. Dessa maneira, a marca lançou seu nome no mercado internacional.
Porém, ainda não havia de fato uma estratégia de internacionalização. Em 2004, então, a Melissa se posicionou de fato como uma marca de moda internacional, não apenas de sandálias.
Assim, ampliou suas vendas em cidades influentes da moda — Tóquio, Londres, Paris, Milão e Nova Iorque —, e fez parcerias com estilistas, eventos e personalidades desse universo.
Na estratégia de Marketing Global, importava muito a escolha dos pontos de venda, inicialmente focados em locais valorizados da cidade e depois ampliados para outros canais.
Atualmente a Melissa está presente em mais de 80 países, em todos os continentes. Tem mais de 140 lojas no exterior e 330 no Brasil, além de Galerias em São Paulo, Nova York e Londres, e mais de 4.000 pontos de venda no mercado externo.
Ao tornar-se uma marca internacional e identificada com a moda e o design, ampliou também a percepção de valor sobre a marca.
Fora do Brasil, o posicionamento se voltou para um público de maior poder aquisitivo e para mulheres mais maduras (até 30 anos), enquanto aqui se manteve conectada a um público mais jovem (15 a 25 anos).
Na mais recente campanha da Melissa, a embaixadora escolhida foi a apresentadora Maisa, identificada com adolescentes.
Já no exterior, a marca fez parceria com influenciadoras que se comunicam com um público um pouco mais maduro, embora ainda jovem e dinâmico:
Já deu vontade de viajar com a sua marca por aí? Bom, agora você já sabe as dicas mais importantes de Marketing Global e os principais passos para a internacionalização.
Se você quer tomar esse caminho, comece a conhecer os países em que você pretende atuar para conquistar os consumidores e os mercados locais.
Agora, se você está pensando em atuar em países da América Latina, aproveite para saber quais ferramentas de marketing as empresas mais estão usando.