Os novos romances de Sally Rooney e Rachel Cusk chegam a Portugal antes do fim do ano, editados pela Relógio d'Água, que vai publicar também poesia de Margaret Atwood e os diários de Sylvia Plath, ainda inéditos em Portugal.
<p>'Inventor de Vendavais', de Hélia Correia, Prémio Camões 2015, e "Ararate", de Louise Gluck, Nobel da Literatura 2020, também se encontram entre os títulos a publicar proximamente.</p> <p>O mês de outubro traz o esperado novo romance da escritora irlandesa Sally Rooney, autora de "Conversas entre amigos" e "Pessoas normais", que volta a explorar o tema dos relacionamentos, da juventude e do amadurecimento, através da amizade entre quatro jovens na Irlanda, que navegam entre o amor, a amizade e os seus medos quanto ao futuro.</p> <p>Neste seu terceiro romance, "Onde estás, mundo maravilhoso?", Sally Rooney centra a ação maioritariamente em Dublin e numa cidade próxima, tendo como protagonistas Alice, uma romancista, Eileen, a sua melhor amiga, Félix, que trabalha num armazém, e Simon, um homem que Eileen conhece desde a infância.</p> <p>Nas suas conversas, os amigos dissecam as suas vidas amorosas e os seus medos em relação ao futuro do planeta, sobre um pano de fundo da agitação política e dos receios quanto ao futuro económico.</p> <p>Outro destaque deste mês é a publicação, pela primeira vez em Portugal, dos "Diários (1950-1962)" de Sylvia Plath, uma transcrição dos seus pensamentos privados e registos intimistas mantidos durante os seus últimos doze anos de vida.</p> <p>A publicação original dos diários da autora de "Ariel" e "Campânula de vidro", em 2000, foram um acontecimento literário nos Estados Unidos, já que pela primeira vez era disponibilizado material nunca antes tornado público (mais de metade do livro) e que revela mais plenamente as lutas pessoais e literárias de Plath, o seu desespero frequente e a luta contra os seus demónios.</p> <p>Os diários tinham tido uma publicação prévia em 1982, "autorizada" pelo marido da escritora, o também poeta Ted Hughes, que a abreviou, guardando todos os outros manuscritos até 1998, altura em que os disponibilizou para publicação.</p> <p>Ainda assim, a parte dos escritos diarísticos de Sylvia Plath correspondentes aos seus últimos meses de vida, antes de se suicidar, em fevereiro de 1963, foram destruídos por Ted Hughes, alegando ser a única forma de proteger os filhos.</p> <p>Na calha para sair também em outubro está "Um segundo lugar", o mais recente romance de Rachel Cusk, autora da acalmada trilogia composta por "A Contraluz", "Trânsito" e "Kudos".</p> <p>Publicado originalmente em maio deste ano, este romance, que está nomeado para o Prémio Booker, aborda o colapso de um casamento depois de a mulher convidar um famoso pintor para se hospedar com a família, ao mesmo tempo que fornece o quadro para um estudo do destino feminino e do privilégio masculino, das geometrias das relações humanas, e da luta para viver moralmente entre o mundo interior e exterior.</p> <p>Na mesma altura, sairá uma nova antologia poética de Emily Dickinson, considerada uma das mais importantes vozes da poesia norte-americana, intitulada "Herbário e Antologia de Poemas Botânicos", com tradução de Ana Luísa Amaral, especialista na obra daquela autora.</p> <p>Ainda no âmbito da poesia, e também com tradução de Ana Luísa Amaral, a Relógio d'Água publica em novembro "Políticas de Poder", de Margaret Atwood, autora canadiana famosa pelo romance distópico "A história de uma serva".</p> <p>Publicado originalmente em 1971, este livro compreende poemas que abordam as questões de género, da exploração feminina e de relacionamentos abusivos entre homem e mulher.</p> <p>A fechar as novidades da 'rentrée', está prevista a saída de "Inventor de Vendavais", de Hélia Correia, previamente anunciado para o público infantojuvenil, mais um livro de Marilynne Robinson, de quem a Relógio d'Água começou recentemente a publicar a obra, intitulado "Home", e o clássico "Silas Marner", de George Eliot.</p> <p>Para muito mais breve -- já este mês - está a publicação de mais um livro de poesia de Louise Gluck, Prémio Nobel da Literatura em 2020, autora de quem a editora tem vindo a publicar a obra.</p> <p>Depois de "Averno", "A íris selvagem", "Noite virtuosa e fiel", "Uma vida de aldeia" e "Vita nova", chega agora "Ararate", com tradução de Margarida Vale de Gato.</p> <p>"Uma Estranha Amizade: Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão", de Maria Filomena Mónica, "Jardins de Inverno", de Rui Nunes, e "Devorar o Céu", de Paolo Giordano, com tradução de Margarida Periquito, são outras novidades da Relógio d'Água para setembro.</p> <p>A editora aposta ainda na publicação de "Per, o Afortunado", de Henrik Pontoppidan, Prémio Nobel da Literatura em 1917, com tradução de João Reis.</p> <p>Esta obra, publicada originalmente em oito volumes entre 1898 e 1904, é considerada um dos principais romances dinamarqueses e faz parte do cânone da cultura dinamarquesa.</p>