E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 30 30 709
  • info@edu-tech-global.com
A atualidade da luta pelo poder em romance sobre 'Alexandre, o Grande'

O autor do romance "Alexandre, o Grande", Alfonso Goizueta, afirma que o seu livro aborda "algo tão antigo" como a humanidade, "a luta pelo poder", e por isso vai ressoar como atual aos "ouvidos de muitos leitores do século XXI".

<p>&quot;&Eacute;um romance bastante pol&iacute;tico que aborda temas que v&atilde;o ressoar [como atuais] nos ouvidos de muitos leitores&quot;, disse o escritor e historiador espanhol em entrevista &agrave; ag&ecirc;ncia Lusa, sobre a obra que aborda o lado mais humano, perene e comum do rei que, h&aacute; mais de 2300 anos, conquistou a P&eacute;rsia e estabeleceu um dos maiores imp&eacute;rios do mundo antigo.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>&quot;A hist&oacute;ria repete-se, e quando n&atilde;o se repete, rima. Desde o tempo de Alexandre que os homens lutam pelo poder e pelo territ&oacute;rio.&nbsp;Hoje, infelizmente, verificamos que continua a ser uma m&aacute;xima do comportamento humano. No entanto, as fontes hist&oacute;ricas fazem refer&ecirc;ncia (e &eacute; assim que o represento no romance) a grandes doses de humanidade e clem&ecirc;ncia que Alexandre demonstrou para com os seus inimigos, algo que poucos conquistadores na hist&oacute;ria fizeram&quot;, real&ccedil;ou o romancista.</p> <p>&quot;O epis&oacute;dio em que, ap&oacute;s derrotar o ex&eacute;rcito persa, Alexandre adotou a fam&iacute;lia real persa como sua, em vez de a vender como escrava, como teria feito qualquer general do seu tempo, d&aacute;-nos uma compreens&atilde;o da humanidade desta personagem. N&atilde;o era simplesmente um tirano ansioso por acumular poder&quot;.</p> <p>&quot;Este &eacute; um romance que procura o homem por detr&aacute;s da grande lenda. Quem foi aquele jovem de 20 anos que conquistou o mundo? Sentiu medo, como nos ter&iacute;amos sentido no seu lugar? Qual o pre&ccedil;o pessoal que Alexandre pagou por ser &#39;Alexandre, o Grande&#39;? Estas foram quest&otilde;es que me interessaram quando me sentei para escrever&quot;, afirmou Alfonso Goizueta &agrave; Lusa.</p> <p>O autor espanhol reconheceu que &quot;Alexandre &eacute; uma daquelas personagens conhecidas e estudadas por muitos&quot;, mas real&ccedil;ou que o seu livro &quot;n&atilde;o &eacute; uma tese de doutoramento, nem pretende ser um ensaio&quot;.</p> <p>Goizueta procurou desvendar o homem que foi rei dos maced&oacute;nios e um dos&nbsp;mais ilustres conquistadores: &quot;Este &eacute; um romance que procura o homem por detr&aacute;s da grande lenda&quot;.</p> <p>&quot;&Eacute; simplesmente um romance atrav&eacute;s do qual o autor conta uma hist&oacute;ria para abordar alguns dos problemas que atormentam a esp&eacute;cie humana. Neste sentido, interessava-me contar um Alexandre distante de tudo o que vimos noutros romances ou filmes; interessava-me o Alexandre mais fr&aacute;gil, mais humano, com quem pud&eacute;ssemos ter empatia&quot;.</p> <p>A Goizueta interessou ver &quot;o que esconde o poder dos grandes conquistadores&quot;. &quot;Muitas vezes imaginamos personagens como Alexandre, C&eacute;sar ou Napole&atilde;o movidos apenas pela ambi&ccedil;&atilde;o e pelo orgulho. Em muitos casos foi assim, mas focarmo-nos apenas nisso deixa grande parte destas personagens &agrave;s escuras, o que tem a ver com a sua personalidade, com os seus tra&ccedil;os mais humanos, com a sua psicologia&quot;.</p> <p>Para elaborar &quot;Alexandre, o Grande. O Sangue do Pai&quot;, fez &quot;uma investiga&ccedil;&atilde;o &aacute;rdua que demorou tr&ecirc;s anos&quot;.</p> <p>&quot;Escrevi o romance enquanto fazia o doutoramento em Rela&ccedil;&otilde;es Internacionais no King&#39;s College. O processo foi dif&iacute;cil e ocupou grande parte do meu tempo. Estudei a partir das fontes antigas que falavam de Alexandre, dos textos de autores romanos como Plutarco e Fl&aacute;vio Arriano, dos escritos (mais fantasiosos) de escritores romanos tardios como Pseudocalistenes [autor de &#39;Romance de Alexandre Magno&#39;], e tamb&eacute;m de uma bibliografia muito extensa de helenistas modernos. Como sou historiador de forma&ccedil;&atilde;o, a investiga&ccedil;&atilde;o foi um verdadeiro prazer&quot;.</p> <p>O interesse pela Antiguidade Cl&aacute;ssica foi-lhe despertado pela professora prim&aacute;ria &quot;que iniciava as aulas lendo um epis&oacute;dio da mitologia grega&quot;.</p> <p>&quot;Fascinou-me e despertou a minha paix&atilde;o pelo mundo cl&aacute;ssico. Escrever este romance foi regressar a esse mundo&quot;, disse Goizueta &agrave; Lusa.</p> <p>O romance hist&oacute;rico, defendeu o autor, &quot;&eacute; um bom g&eacute;nero para aproximar o leitor de um per&iacute;odo hist&oacute;rico ou de uma figura hist&oacute;rica e aumentar o seu interesse por eles&quot;, &quot;mas n&atilde;o deve ser tomado como uma fonte hist&oacute;rica fidedigna&quot;, ressalvou.</p> <p>&quot;Sou um romancista, n&atilde;o um helenista, e o que me interessa em Alexandre, o Grande, &eacute; imaginar como seria o homem por detr&aacute;s do rei para fornecer um retrato humano das lutas pelo poder, a solid&atilde;o do trono...&quot;</p> <p>Alfonso Goizueta lembrou Gabriel Garc&iacute;a M&aacute;rquez, &quot;o autor que mais [o] influenciou&quot;, e o seu romance &quot;O General no seu labirinto&quot;, sobre os &uacute;ltimos dias de Sim&oacute;n Bol&iacute;var.</p> <p>Para o Nobel da Literatura, recorda o autor de &quot;Alexandre, o Grande&quot;, o historiador que procura a representa&ccedil;&atilde;o de uma personagem hist&oacute;rica na fic&ccedil;&atilde;o, est&aacute; a procur&aacute;-la no lugar errado: &quot;Quando uma personagem entra no reino da fic&ccedil;&atilde;o, torna-se uma personagem fict&iacute;cia e, por isso, &eacute; produto e obra do seu autor. Isto n&atilde;o significa que o romance n&atilde;o seja bem documentado ou fi&aacute;vel - &eacute; -, mas [trata-se de] uma figura hist&oacute;rica para refletir sobre temas romanescos, temas humanos, para criar, enfim, Literatura&quot;.</p> <p>&quot;Alexandre, o Grande. O Sangue do Pai&quot;, nas palavras de Alfonso Goizueta, &eacute; assim &quot;um romance humano que nos apresentar&aacute; um homem cuja personalidade e psicologia nos podem ser familiares a todos&quot;.</p> <p>&quot;Tive interesse em falar de temas como a solid&atilde;o, o amor, as ang&uacute;stias da vida, o desejo de aventura, a nostalgia da juventude... Neste caso utilizei a hist&oacute;ria de Alexandre Magno como vetor para discutir estes temas&quot;.</p> <p>Alfonso Goizueta, nascido em 1999, em Madrid, &eacute; licenciado em Hist&oacute;ria e Rela&ccedil;&otilde;es Internacionais pelo&nbsp;King&#39;s College, em Londres e doutorado em Rela&ccedil;&otilde;es Internacionais pela mesma universidade.</p> <p>&quot;Alexandre, o Grande&quot; foi finalista do Pr&eacute;mio Planeta, no ano passado. Goizueta &eacute; autor do artigo &quot;Forging Liberal States: Palmerston&#39;s foreign policy and the rise of a constitutional monarchy in Spain, 1833-7&quot;, publicado em 2021 na revista Historical Research, e dos livros &quot;Los &uacute;ltimos gobernantes de Castilla: Isabel la Cat&oacute;lica, Cisneros e Isabel de Portugal&quot;&nbsp;(2018) e &quot;Limitando el Poder, 1871-1939: Historia de la Diplomacia Occidental&quot;&nbsp;(2017).</p> <p>Editado em Portugal pela Planeta, &quot;Alexandre, o Grande. O Sangue do Pai&quot; tem tradu&ccedil;&atilde;o de Ana Maria Pinto da Silva.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Leia Tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.noticiasaominuto.com/cultura/2610668/sara-correia-joao-so-ivandro-e-os-quatro-e-meia-nas-festas-de-seia" target="_blank">Sara Correia, Jo&atilde;o S&oacute;, Ivandro e Os Quatro e Meia nas Festas de Seia</a></p>

Tags:
Partilhar: