O Conselho da Federação (Senado) russa doou, através do Parlamento moçambicano, diversos tipos de material para apoiar as comunidades afectadas pelo terrorismo em Cabo Delgado, com destaque para as crianças.
<p>“Das ofertas, olhamos com particular carinho as destinadas às crianças e aos nossos concidadãos, de um modo geral, vítimas do terrorismo'”, disse o primeiro vice-presidente do Parlamento moçambicano, Hélder Injojo, citado esta quarta-feira, 3 de Agosto, pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).</p> <p>O apoio, composto por material escolar e desportivo em quantidades não especificadas, vai ser canalizado, através do Ministério do Género, Criança e Acção Social, às crianças de comunidades deslocadas em resultado das incursões de rebeldes armados que desde 2017 aterrorizam a província de Cabo Delgado, no Norte do País. </p> <p>Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED. </p> <p>A doação resultou de um compromisso assumido pela presidente do Conselho da Federação russa, Valentina Matviyenko, que efectuou uma visita a Moçambique em 30 e 31 de Maio deste ano.</p> <p>Na altura, Valentina Matviyenko, a terceira figura do Estado russo, classificou Moçambique como um “parceiro confiável”, lembrando o apoio da Rússia em “todas as etapas” que o país africano atravessou. </p> <p>Durante a visita, Valentina Matviyenko e Esperança Bias, presidente da Assembleia da República de Moçambique, assinaram um acordo que visa reforçar a cooperação entre os dois Parlamentos, incidindo na troca de experiências e partilha de informações. </p> <p>Matviyenko é uma das personalidades russas submetidas a sanções pelos Estados Unidos da América e União Europeia (bens congelados e sem direito a visto) desde 2014 devido ao seu papel na anexação da região ucraniana da Crimeia pela Rússia. </p> <p>Moçambique esteve entre os países que se abstiveram em duas resoluções que foram a votos na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU): uma condenou a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia devido à guerra e outra suspendeu Moscovo do Conselho de Direitos Humanos. </p> <p>A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde a independência) foi um aliado de Moscovo durante o tempo da ex-URSS, tendo recebido apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica depois da independência, em 1975.</p>