Portugal continua a ser "um dos mercados onde menos se paga" por notícias 'online', com quase 11% a fazê-lo, contra uma média global de 17%, de acordo com o relatório do Digital News Report 2023 hoje divulgado.
<p>OReuters Digital News Report 2023 (Reuters DNR 2023) é o 12.º segundo relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o 9.º relatório a contar com informação sobre Portugal, em que participam 46 países.</p> <p>O OberCom - Observatório da Comunicação, enquanto parceiro estratégico, colaborou com o RISJ na conceção do questionário para o mercado português, bem como na análise e interpretação dos dados.</p> <p>"Portugal continua a surgir como um dos mercados onde menos se paga por notícias 'online', sendo que apenas 10,9% dos portugueses dizem ter pagado por notícias em formato digital no ano anterior, face a uma média global de 17%", lê-se no documento.</p> <p>Em França, a percentagem daqueles que pagam é 11%, no Japão são 9%, o mesmo que no Reino Unido.</p> <p>Em sentido inverso, a Noruega e a Suécia "continuam a destacar-se como os mercados onde mais se paga por notícias 'online', com proporções de 39% e 33% sobre as respetivas amostras nacionais", refere o Digital News Report 2023.</p> <p>Por exemplo, em Espanha a percentagem é 13% e na Itália 12%. Nos EUA é 21%, a mesma percentagem que na Finlândia, enquanto na Austrália é 22%.</p> <p>"Tal como em anos anteriores, os portugueses que pagam por notícias 'online' continuam a preferir a subscrição em formato 'ongoing', contínuo, independentemente da periodicidade do pagamento (36,1%)", refere o relatório.</p> <p>Por sua vez, "encontramos, numa proporção igualmente próxima, o pagamento por notícias digitais de forma indireta, através da subscrição de outro serviço que inclui esse acesso a notícias em formato digital (34,7%)", indica o Digital News Report.</p> <p>Entre os não pagantes por notícias digitais, mais de um quarto (27,0%) afirma "que pagariam se o preço fosse mais acessível, mas 16,8% indicam que o conteúdo não é atualmente suficientemente relevante para si, enquanto número semelhante (16,5%) afirma que preferiria pagar por um serviço que permitisse aceder a vários 'sites' de notícias em simultâneo".</p> <p>Na edição deste ano, à semelhança do que foi feito em 2016, "foram aplicadas questões relativas à influência dos algoritmos e da editorialização na descoberta de conteúdos, explorando-se os benefícios de receber conteúdos noticiosos selecionados por editores ou jornalistas, conteúdos sugeridos via algoritmo com base no consumo passado ou com base no consumo dos amigos/conexões nas redes sociais", refere o relatório.</p> <p>Assim, 38% dos respondentes "concordam que receber histórias selecionadas para si por editores ou jornalistas é positivo e 35,7 avaliam positivamente a seleção com base no seu consumo passado".</p> <p>A proporção de "inquiridos a concordar que a seleção com base no consumo de amigos ou conexões nas redes é substancialmente menor, na ordem dos 24,3%", mas os mais jovens "tendem a ver mais positivamente os sistemas de seleção com base no consumo de amigos ou conexões".</p> <p>Em termos de formatos de notícias, os jovens preferem vídeos no Instagram e TikTok, e os 'podcasts' consolidam-se no consumo de media dos portugueses.</p> <p>"Os portugueses tendem a preferir menos o texto do que os inquiridos do Digital News Report a nível global (50,0% face a 57,0%), e demonstram preferir mais os vídeos noticiosos 'online' (34,0% face a 30,0%) e o áudio (16,0% face a 13,0%), seja rádio em direto ou 'podcasts'", aponta o estudo.</p> <p>Para o consumo de vídeos 'online', "os mais jovens, entre os 18 e os 24 anos, preferem sobretudo o Instagram (39,2%), o TikTok (33,3%) e o Youtube (30,6%), embora em geral, os portugueses usem mais o Facebook (33,2%), o Youtube (29,2%) e em terceiro lugar os 'websites' ou 'apps' de marcas de notícias (27,1%)".</p> <p>As redes sociais Instagram e o TikTok "surgem num segundo plano, tendo sido usados na semana anterior por 20,7% e por 15,3% dos inquiridos, respetivamente".</p> <p>Relativamente aos 'podcasts', mais de um terço (38%) dos inquiridos "escutaram algum 'podcast' no mês anterior, num quadro global em que 36% dos inquiridos a nível global são consumidores" deste formato.</p> <p>"O alcance dos 'podcasts' em Portugal é mais prevalente entre os mais jovens - 60,8% dos jovens entre os 18 e os 24 anos escutaram algum 'podcast' no mês anterior, face a 38% dos portugueses em geral", adianta.</p> <p>O estudo português tem como autores Gustavo Cardoso, Miguel Paisana e Ana Pinto Martinho, investigadores do OberCom e do CIES-ISCTE.</p> <p>O tamanho total da amostra é de 93.895 adultos, com cerca de 2.000 por mercado.</p> <p>O trabalho de campo foi realizado no final de janeiro/início de fevereiro deste ano e o inquérito foi realizado 'online'.</p> <p>Entre os 46 mercados estão EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polónia, Croácia e Roménia.</p> <p>Inclui ainda Bulgária, Grécia, Turquia, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Taiwan, Tailândia, Singapura, Austrália, Canadá, Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, México, Nigéria, Quénia e África do Sul.</p> <p> </p> <p>Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/tech/2340796/portugal-e-dos-mercados-onde-menos-se-paga-por-noticias-online</p>