E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 30 30 709
  • info@edu-tech-global.com
"Pais que leem aos filhos desde os primeiros anos estão a criar leitores"

Entrevista à escritora Maria Teresa Maia Gonzalez, no âmbito do Dia da Criança e do lançamento da 17.ª edição de 'O Guarda da Praia', que há mais de 20 anos faz parte do universo infanto-juvenil.

<p> <audio class="audio-for-speech" src="">&nbsp;</audio> </p> <div class="translate-tooltip-mtz translator-hidden"> <div class="header"> <div class="header-controls">Translator</div> <div class="header-controls">&nbsp;</div> <div class="header-controls">&nbsp;</div> </div> <div class="translated-text"> <div class="words">&nbsp;</div> <div class="sentences">&nbsp;</div> </div> </div> <p>Os livros de Maria Teresa Maia Gonzalez t&ecirc;m a particularidade de poderem ser lidos tanto pelos jovens como pelos pais. &#39;A Lua de Joana&#39;, assim como &#39;<a href="https://www.bertrand.pt/livro/o-guarda-da-praia-maria-teresa-maia-gonzalez/29807172">O Guarda da Praia&#39;</a>, s&atilde;o apenas dois dos 183 livros de sucesso desta autora portuguesa, que j&aacute; ganhou diversos pr&eacute;mios.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Da sua obra constam sobretudo romances juvenis, mas tamb&eacute;m hist&oacute;rias infantis, f&aacute;bulas poesia e at&eacute; uma cole&ccedil;&atilde;o juvenil de pe&ccedil;as de teatro, que tratam de temas, geralmente, relacionados com os direitos das crian&ccedil;as e dos adolescentes, a espiritualidade e os problemas da adolesc&ecirc;ncia, nomeadamente a solid&atilde;o, as perdas, a depress&atilde;o, os conflitos familiares, as depend&ecirc;ncias qu&iacute;micas, a viol&ecirc;ncia em meio escolar, a viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica, a sexualidade e a afetividade.</p> <p>No passado m&ecirc;s de maio,&nbsp;<a href="https://www.bertrand.pt/livro/o-guarda-da-praia-maria-teresa-maia-gonzalez/29807172">&#39;O Guarda da Praia&#39;</a>, recomendado para o 5.&ordm; ano de escolaridade (crian&ccedil;as entre os 10 e os 11 anos) foi editado novamente, pela 17.&ordf; vez. O livro conta a hist&oacute;ria de uma escritora solit&aacute;ria e &quot;cheia de certezas&quot; que vai para uma casa isolada, junto &agrave; praia, para escrever o seu pr&oacute;ximo romance. Ali conhece um rapaz, com quem desenvolve uma amizade improv&aacute;vel, mostrando de uma maneira simples (e cativante) que tudo na vida &eacute; ef&eacute;mero e a import&acirc;ncia de dar valor a cada momento vivido.</p> <p>Em entrevista ao&nbsp;Not&iacute;cias ao Minuto, a tamb&eacute;m professora de l&iacute;nguas, falou do sucesso deste livro, uma boa sugest&atilde;o para oferta do Dia da Crian&ccedil;a, que se comemora este s&aacute;bado, 1 de junho, assim como da necessidade de continuar a incentivar a leitura junto dos mais jovens.</p> <p>A mensagem mais importante, contudo, &eacute; a da falta de aten&ccedil;&atilde;o, uma vez que, como ficou claro no livro &#39;A Lua de Joana&#39;, &quot;a falta de aten&ccedil;&atilde;o causa v&iacute;timas&quot;.</p> <p>O Livro &#39;O Guarda da Praia&#39; vai na sua 17.&ordf; edi&ccedil;&atilde;o. Qual foi a receita de sucesso que seguiu para escrever este livro?</p> <p>Em primeiro lugar, devo lembrar que &#39;seguir receitas&#39; &eacute; pr&oacute;prio de cozinheiros. Penso que, nos tempos que correm, a gastronomia foi levada a um extremo de sofistica&ccedil;&atilde;o e popularidade (bem mais do que a literatura), ao ponto de haver v&aacute;rios canais televisivos apenas a ela dedicados&hellip; Escrevo sem me preocupar com &#39;sucesso&#39;, que &eacute; sempre relativo e ef&eacute;mero. Quem n&atilde;o aprendeu isto ainda n&atilde;o fez a travessia dessa turbul&ecirc;ncia a que chamamos adolesc&ecirc;ncia. Cada um nasce com determinados dons que tem a responsabilidade de desenvolver e colocar ao servi&ccedil;o da humanidade. Se o fizer, ter&aacute; cumprido o seu dever, ainda que sem &#39;sucesso&#39;. Teresa de Calcut&aacute; dizia que Deus n&atilde;o lhe pedia sucesso; apenas fidelidade ao seu amor. &Eacute; nisto que creio.</p> <p>Tal como a &#39;Lua de Joana&#39;, este &eacute; um romance juvenil muitas vezes recomendado nas escolas e aos pais para darem aos filhos. Apesar de terem passado cerca de 20 anos do (primeiro) lan&ccedil;amento, estes dois livros continuam a ser muito atuais. Porqu&ecirc;?</p> <p>Julgo que um livro que fale da condi&ccedil;&atilde;o humana &ndash; seus problemas, limita&ccedil;&otilde;es, dramas, alegrias, derrotas e conquistas &ndash; &eacute; atual. Os seres humanos v&atilde;o tendo novos desafios, mas, no essencial, continuam a ser seres de rela&ccedil;&atilde;o, que precisam, acima de tudo, de se sentir aceites e amados e, por outro lado, de descobrir quem s&atilde;o e como podem p&ocirc;r o que s&atilde;o ao servi&ccedil;o dos outros. O que s&atilde;o 20 anos para um livro? Se pensarmos, por exemplo, em &#39;Os Lus&iacute;adas&#39;, &#39;Dom Quixote de la Mancha&#39;, vemos que h&aacute; livros que atravessam s&eacute;culos, porque continuam a dar fruto. No entanto, tamb&eacute;m esses, um dia, deixar&atilde;o de ser lidos. &#39;Tudo passa&#39;, ensina-nos a Sagrada Escritura. Ter consci&ecirc;ncia disto ajuda-nos a ter uma perspetiva real da nossa pequenez.</p> <p>O que sente que preocupa mais os jovens hoje em dia? S&atilde;o os meus problemas que os preocupava h&aacute; 20 anos?</p> <p>Cam&otilde;es dizia que ao mudarem-se os tempos tamb&eacute;m se mudam as vontades. Ser&aacute; assim, mas n&atilde;o em todos os aspetos do nosso viver. H&aacute; algumas vontades que resistem &agrave;s mudan&ccedil;as dos tempos: a de sermos respeitados, acolhidos, tratados com justi&ccedil;a, amados... Os jovens de hoje (como os de sempre) vivem realidades diversas. As fam&iacute;lias s&atilde;o diferentes umas das outras, como o s&atilde;o tamb&eacute;m os valores espirituais, morais, culturais&hellip; H&aacute; jovens preocupados com quest&otilde;es familiares complexas e profundamente dolorosas para eles; h&aacute; os que vivem complexados com a sua imagem, os que se sentem oprimidos pela viol&ecirc;ncia em meio escolar, os que n&atilde;o t&ecirc;m meios financeiros para comprar roupas, telem&oacute;veis, computadores que certos colegas possuem, os que se sentem v&iacute;timas de discrimina&ccedil;&atilde;o, os que t&ecirc;m grandes dificuldades de aprendizagem, os que sentem que a sua opini&atilde;o nunca &eacute; tida em conta, os que nem sequer t&ecirc;m fam&iacute;lias que possam proporcionar-lhes uma alimenta&ccedil;&atilde;o adequada&hellip; E h&aacute; tamb&eacute;m problemas &#39;novos&#39;, por exemplo os que se relacionam com a persegui&ccedil;&atilde;o nas redes sociais. Se estivermos atentos, conseguimos identificar estas situa&ccedil;&otilde;es e poderemos agir, como devemos. Fa&ccedil;o-o, sobretudo, atrav&eacute;s da escrita, que &eacute; o meu meio.</p> <p>Achas que as novas tecnologias, o acesso f&aacute;cil e r&aacute;pido &agrave; internet, veio afetar o gosto pela leitura dos mais novos? Ou ainda vale a pena escrever livros para as crian&ccedil;as/jovens?</p> <p>Se achasse que n&atilde;o valeria a pena escrever para os mais novos, n&atilde;o o faria. Claro que vale a pena! Mesmo que um determinado livro venha a ter apenas poucos leitores. Um livro lido deixa sempre uma semente lan&ccedil;ada no solo f&eacute;rtil de um cora&ccedil;&atilde;o. Essa semente tem sempre mais hip&oacute;teses do que aquela que ningu&eacute;m lan&ccedil;ou&hellip;</p> <p>O que podem os pais (e as escolas) fazer para contribuir para um maior gosto das crian&ccedil;as pela leitura?</p> <p>Sei, por experi&ecirc;ncia pr&oacute;pria, que os pais que leem/contam hist&oacute;rias aos filhos desde os seus primeiros anos de vida est&atilde;o a criar leitores. Foi isso que os meus pais fizeram comigo e com os meus irm&atilde;os. Os professores que aconselham leituras, falam de livros, organizam bibliotecas de turma e feiras do livro, promovem concursos liter&aacute;rios, convidam escritores para irem &agrave;s escolas (entre outras atividades) contribuem &ndash; e muito! &ndash; para a divulga&ccedil;&atilde;o e a promo&ccedil;&atilde;o do livro e da leitura. Estou-lhes muito grata.</p> <p>Neste Dia da Crian&ccedil;a, que estamos prestes a celebrar, que mensagem gostaria de deixar aos mais jovens?</p> <p>Aos mais jovens, as mensagens que quero transmitir est&atilde;o nos livros que para eles escrevo. Aos pais e outros educadores gostaria de lembrar isto: vivemos numa era de desaten&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o adianta responsabilizar os telem&oacute;veis ou os computadores. A falta de aten&ccedil;&atilde;o causa v&iacute;timas (algumas, mortais, como penso ter deixado claro no livro &#39;A Lua de Joana&#39;).</p> <p>&nbsp;</p> <p>Leia Tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.noticiasaominuto.com/cultura/2570515/feira-do-livro-de-lisboa-maior-e-mais-acessivel-de-sempre-comeca-hoje" target="_blank">Arranca hoje a maior e mais acess&iacute;vel Feira do Livro de Lisboa de sempre</a></p>

Tags:
Partilhar: