Você já teve aquela sensação de estar sendo monitorado o tempo todo, a cada lugar que você vai ou passo que dá?
<p>Bem, o Google está sendo <a href="https://martech.org/attorneys-general-sue-google-over-location-marketing-practices/" target="_blank">processado por procuradores gerais</a> em diferentes estados dos EUA por usar “práticas enganosas e injustas” para obter dados de localização do usuário.</p> <p>Essencialmente, o processo acusa o maior motor de busca do mundo de usar “padrões sombrios” para entregar mais dados de localização. Entendemos com isso que o Google usa algum tipo de “truque” no design do site ou aplicativo que <strong>induz os usuários a realizar uma ação que eles não escolheriam explicitamente</strong>.</p> <p>Saiba mais neste artigo sobre o processo, o que o Google afirma ter feito, assim como a importância de capturar dados do usuário com transparência.</p> <h2>A resposta do Google</h2> <p>O processo bipartidário — apoiado por procuradores-gerais democratas e republicanos de DC, Indiana, Texas e Washington — alega que, entre 2014 e 2019, o Google enganou os usuários, fazendo-os acreditar que desativar as configurações do histórico de localização impediria que seus dados fossem rastreados.</p> <p>Por outro lado, a empresa afirma ter feito, nos últimos anos, muitas melhorias em relação aos dados de localização, facilitando o gerenciamento do usuário e, assim, aumentando a transparência.</p> <h2>Entra: Topics API. Sai: FLoC</h2> <p>Além disso, o Google <a href="https://www.tecmundo.com.br/software/232594-google-anuncia-fim-floc-apresenta-novo-substituto-cookies.htm" target="_blank">anunciou recentemente que o projeto FLoC</a> (Federated Learning of Cohorts) será substituído pela Topics API.</p> <p>O FLoC era uma proposta (um tanto controversa) para substituir os cookies por publicidade baseada em interesses. Basicamente, a ideia era agrupar usuários com interesses compatíveis. Mas, como dissemos, <strong>antes mesmo de ser lançado, o FLoC foi duramente criticado por autoridades ligadas à proteção de dados</strong>. Assim, ele foi deixado de lado.</p> <p>Na proposta da Topics API, a ideia é que o navegador aprenda sobre os interesses do usuário enquanto ele se movimenta pela web. A princípio, o navegador manterá os dados do usuário no histórico por 3 semanas, e o número de tópicos será restrito a 300. Contudo, já há planos de aumentar esses números.</p> <p>Os sites visitados pelo usuário são categorizados com base nesses tópicos e, caso um site não tenha sido categorizado antes, isso será feito por um algoritmo de machine learning, que sugerirá um tópico. Portanto, o Google entenderá os interesses de um usuário.</p> <p>Ao acessar qualquer site que suporte a API do Google, 3 tópicos nos quais o usuário se interessou nas últimas 3 semanas serão compartilhados. Essa lista de tópicos será escolhida aleatoriamente entre os 5 principais tópicos de cada semana.</p> <p>Pensando nos dados compartilhados para fins publicitários, <strong>a Topics API realmente permite uma maior privacidade</strong>. Além disso, um ponto importante é que dados sensíveis como gênero, raça e orientação sexual não serão fornecidos, evitando qualquer possibilidade de discriminação por parte dos anunciantes.</p> <p>Além disso, o Google reforça que oferece configurações aos usuários que permitem muito mais controle e transparência do que o formato atual. No futuro, cada pessoa poderá editar sua lista de tópicos — revisando, removendo e até mesmo desativando a função.</p> <p>A empresa também oferece uma página inteira para <strong>orientar os usuários sobre como gerenciar os dados do histórico de localização</strong>. Ela traz informações sobre como habilitar, desabilitar e até excluir o histórico.</p> <h2>A importância do assunto</h2> <p>Agora, você deve estar se perguntando por que estamos abordando esse assunto. Certo? É simples: porque a forma como capturamos e usamos os dados do usuário é muito importante. E deve ser transparente!</p> <p>Entre os dados que o Google coleta dos consumidores, <strong>as informações de localização estão entre os dados mais sensíveis</strong>. Quando coletados — seja em um curto ou longo período — esses dados podem expor uma pessoa (sua identidade, rotina etc.) ou permitir a dedução de informações pessoais, como filiação a grupos políticos/religiosos e casamento, entre muitas outras.</p> <p>Inclusive, esse não é o primeiro escândalo de privacidade de dados que forçou as empresas a tomarem decisões. E esse fato alarmou especialmente aqueles que confiam em anúncios para ter sucesso em suas campanhas de marketing.</p> <p>No ano passado, <a href="https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/04/27/ios-145-chega-aos-iphones-com-polemico-recurso-de-privacidade.htm" target="_blank">a Apple lançou o recurso de privacidade do iPhone</a>, o App Tracking Transparency (ATT), e exigiu que os aplicativos solicitassem permissão dos usuários antes de rastreá-los em outros aplicativos e sites.</p> <p>Isso não só foi um problema para o profissional de marketing totalmente dependente de dados de rastreamento, como também causou um dano financeiro real para algumas plataformas sociais. De acordo com um relatório, empresas como Facebook, YouTube, Snapchat e Twitter <a href="https://rockcontent.com/br/blog/apple-privacidade-redes-sociais/" target="_blank">perderam mais de US$ 10 bilhões em receitas de anúncios</a> após as mudanças de privacidade da Apple.</p> <p>E como no marketing digital, é impossível pensar em qualquer estratégia sem usar dados, as controvérsias sobre o processo do Google é preocupante para os profissionais da área.</p> <p>Sabemos que os dados são essenciais para entender melhor o <a href="https://rockcontent.com/br/blog/personas/" target="_blank">perfil do cliente</a> ou lead e, a partir disso, oferecer conteúdos e produtos ou serviços mais adequados.</p> <p>Nesse caso, a transparência é ainda mais necessária. É preciso <strong>solicitar autorização e sempre deixar claro ao usuário quais dados estão sendo coletados</strong>, além de oferecer a opção de revogar a autorização.</p> <p>Afinal, faz sentido ter milhares de contatos em sua base se eles não estiverem interessados no que você oferece? Ou, se para cada 10 e-mails que você envia, o usuário abre apenas um?</p> <p>Em um mundo que prioriza a <strong>privacidade sem cookies</strong>, coletar <a href="https://rockcontent.com/br/blog/first-second-third-party-data/" target="_blank">dados first-party</a> por meio de um ótimo conteúdo pode ser uma boa maneira de continuar gerando leads e receita.</p> <p>Para coletar dados de forma segura e transparente, veja algumas dicas:</p> <ul> <li>mostrar a importância de coletar esses dados para o usuário;</li> <li>enfatizar (e colocar em prática) a segurança das informações fornecidas;</li> <li>pedir permissão (sempre!);</li> <li>facilitar a coleta (se possível, por meio de integrações com Gmail, Facebook, entre outros).</li> </ul> <p>E, claro, certifique-se de entregar o valor prometido no momento da captura de dados. À medida que os clientes percebem os benefícios do fornecimento de informações, eles passam a confiar mais na sua empresa, o que tornará essa entrega de dados ainda mais dinâmica.</p> <p>A transparência e o respeito à privacidade não são apenas práticas necessárias do ponto de vista legal. Ao ser transparente e respeitar a privacidade de seus usuários, com certeza você terá <strong>dados muito mais valiosos</strong> e tomará decisões ainda melhores em relação à sua estratégia de marketing!</p>
