AInspecção Geral da Administração Pública constatou indícios de crime no caso dos erros detectados no livro escolar da 6.ª classe do ensino primário em Moçambique, disse o porta-voz daquela instituição.
<p>“Foram detectados alguns indícios de ilícitos criminais e, por isso, os relatórios foram submetidos ao Gabinete de Combate à Corrupção”, explicou o porta-voz da Inspecção-Geral da Administração Pública, Sérgio Goque, citado hoje, 29 de Julho pela <em>Rádio Moçambique</em>.</p> <p>Em causa está o polémico caso dos erros, considerados graves, constatados no livro da 6.ª classe do ensino primário, um episódio que mereceu uma análise de uma comissão de inquérito, que concluiu que houve negligência e falta de profissionalismo na produção dos manuais, responsabilizando os departamentos do Ministério da Educação e a Porto Editora.</p> <p>No total, segundo a Inspecção Geral da Administração Pública, foram submetidos ao Gabinete Central do Combate à Corrupção 12 relatórios de investigações realizadas pela instituição, que está actualmente a examinar todos os procedimentos seguidos na produção do livro, nomeadamente a contratação, aquisição, importação, revisão e distribuição do manual.</p> <p>Entre os vários erros detectados no manual, que foi retirado das escolas após a descoberta das gralhas, está a localização geográfica de Moçambique, que no livro é situado na África Oriental e não consta como país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), entidade em cuja fundação participou.</p> <p>Uma outra anomalia considerada grave é a localização de antigas fronteiras do Zimbabué, país que faz fronteira com Moçambique, mas que o livro indica ser banhado pelo Mar Vermelho.</p> <p>Os equívocos incluem ainda a ilustração de uma foto do Parlamento angolano como sendo de Moçambique.</p> <p>A comissão de inquérito do Ministério da Educação criada para avaliar o caso apontou a negligência por parte da Porto Editora como uma das causas dos erros nos livros escolares, responsabilizando também departamentos do sector, nomeadamente o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação e a Direcção Nacional do Ensino Primário, que tiveram os seus responsáveis demitidos.</p>