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Associação Portuguesa de Editores defende abertura urgente das livrarias

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) defende que "é urgente reabrir as livrarias", que aponta como "rampa de lançamento determinante para qualquer livro", e que já representa uma perda de "34% das vendas totais".

<p>Em comunicado hoje divulgado, a&nbsp;APEL&nbsp;demonstra o papel das livrarias no&nbsp;setor, como &quot;motor e parceiro indispens&aacute;vel e insubstitu&iacute;vel da edi&ccedil;&atilde;o, na divulga&ccedil;&atilde;o dos livros, das suas novidades e do fundo de cat&aacute;logo&quot;.</p> <p>&quot;No curto prazo, o acesso do p&uacute;blico aos livros est&aacute; garantido, pelo levantamento da proibi&ccedil;&atilde;o de venda de livros nos espa&ccedil;os livreiros integrados em outros espa&ccedil;os comerciais, tais como as livrarias/papelarias,&nbsp;CTT,&nbsp;FNAC, El Corte&nbsp;Ingl&eacute;s, Note, e nos super e hipermercados&quot;, l&ecirc;-se no mesmo comunicado.</p> <p>Por&eacute;m, para a&nbsp;APEL, a associa&ccedil;&atilde;o argumenta que &quot;as livrarias s&atilde;o, n&atilde;o s&oacute; pelo peso comercial que t&ecirc;m, a rampa de lan&ccedil;amento determinante para qualquer livro&quot;, como, &quot;sem o seu dinamismo e iniciativa, a edi&ccedil;&atilde;o de novidades ou reedi&ccedil;&otilde;es&quot; diminui &quot;significativamente, pondo em causa de uma forma profunda, a liberdade de express&atilde;o, pensamento e conhecimento, perdendo com isso toda a sociedade&quot;.</p> <p>&quot;O nosso desafio n&atilde;o &eacute; fechar ou condicionar as livrarias ou outros pontos de venda, antes pelo contr&aacute;rio, &eacute; criar condi&ccedil;&otilde;es para que todos possam desenvolver a sua&nbsp;atividade&nbsp;em prol de um&nbsp;objetivo&nbsp;comum, a divulga&ccedil;&atilde;o da leitura e do livro&quot;, afirma a&nbsp;APEL.</p> <p>Recorde-se que, no cumprimento das medidas de&nbsp;confinamento&nbsp;para o combate &agrave;&nbsp;Covid-19, as livrarias voltaram a encerrar desde o passado dia 15 de&nbsp;janeiro, n&atilde;o podendo nem vender ao postigo.</p> <p>Recorde-se que, em&nbsp;mar&ccedil;o&nbsp;do ano passado, quando foi decretado o estado de emerg&ecirc;ncia e a obrigatoriedade de o com&eacute;rcio fechar portas, foi permitido &agrave;s livrarias estarem abertas, se fizessem as vendas atrav&eacute;s de um postigo, medida que a ministra da Cultura justificou, ent&atilde;o, considerando os livros um bem de primeira necessidade.</p> <p>Segundo a&nbsp;APEL, o encerramento das livrarias representa 34% das vendas totais.</p> <p>Para a associa&ccedil;&atilde;o, &quot;h&aacute; que desenvolver uma verdadeira pol&iacute;tica de m&eacute;dio longo prazo para o livro e para a leitura, no interesse da popula&ccedil;&atilde;o&quot;, considerando que, desde 2015, se assiste &quot;ao definhamento do apoio &agrave; leitura, ao livro, &agrave;s bibliotecas, e aos seus programas como o Plano Nacional de Leitura&quot;.</p> <p>Para&nbsp;APEL&nbsp;h&aacute; que evitar &quot;medidas avulsas e&nbsp;imediatistas&quot; e estabelecer, &quot;com clareza e para todos, crit&eacute;rios de apoio &agrave;s livrarias e aos editores, tendo sempre por&nbsp;objetivo&nbsp;a promo&ccedil;&atilde;o do livro e da leitura&quot;, em fun&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o.</p> <p>&quot;Cada livraria, grande ou pequena, cada espa&ccedil;o livreiro, cada ponto de venda que comercializa livros, tem o seu pr&oacute;prio p&uacute;blico, diferenciado, e o encerramento de qualquer um deles significa sempre perda de leitores&quot;, sustenta a&nbsp;APEL, recordando que a&nbsp;atual&nbsp;situa&ccedil;&atilde;o mostrou que as editoras &quot;se viram em risco de estrangulamento financeiro, como resultado da quebra prolongada do circuito comercial&quot;, um &quot;risco tanto mais grave se comparado com outras&nbsp;atividades, quanto a devolu&ccedil;&atilde;o de &#39;stocks&#39; existentes no retalho foi iminente&quot;, podendo levar &quot;ao seu poss&iacute;vel encerramento ou &agrave; incapacidade de investir em novas edi&ccedil;&otilde;es&quot;.</p> <p>A&nbsp;APEL&nbsp;real&ccedil;a que &quot;a permiss&atilde;o da venda de livros nos espa&ccedil;os livreiros, como s&atilde;o as livrarias/papelarias, lojas&nbsp;multiproduto&nbsp;como a&nbsp;FNAC&nbsp;ou a Note e outros, supermercados e hipermercados, n&atilde;o &eacute; de import&acirc;ncia&nbsp;decisiva para estes canais comerciais, mas foi de extrema import&acirc;ncia&nbsp;para o p&uacute;blico em geral e para as editoras&quot;.</p> <p>Est&atilde;o abertos os espa&ccedil;os livreiros, que representam 40% das vendas totais e super e hipermercados (26% das vendas totais), segundo a&nbsp;APEL.</p> <p>O grupo editorial 20|20, num comunicado hoje divulgado, afirma que, este ano, as quebras das suas vendas &quot;j&aacute; chegaram a ultrapassar os 70%&quot;, de pois de o ano de 2020 ter fechado com uma queda global de 17% do mercado do livro n&atilde;o escolar.</p> <p>O Grupo 20|20 Editora &eacute; constitu&iacute;do pelas chancelas&nbsp;Booksmile, Cavalo de Ferro,&nbsp;Elsinore, F&aacute;bula, Farol, Influ&ecirc;ncia,&nbsp;Lilliput, Nascente,&nbsp;Topseller&nbsp;e Vogais.</p> <p>Quanto &agrave;s livrarias, diz este grupo editorial que, &quot;no ano passado foram, em entendimento consensual, demasiado insuficientes os apoios&quot; que lhes foram destinados, para sobrevivessem &agrave;&nbsp;pandemia.</p> <p>&quot;Reconhecendo a import&acirc;ncia&nbsp;destas na promo&ccedil;&atilde;o do livro e da leitura&quot;, o grupo diz-se preparado para renovar, este ano, o desconto sobre o pre&ccedil;o de venda ao p&uacute;blico e morat&oacute;rias de pagamento.</p> <p>Esta semana, o Grupo Porto Editora anunciou tamb&eacute;m que iria retomar a aplica&ccedil;&atilde;o de morat&oacute;rias sobre o pagamento devido pelas livrarias, at&eacute; ao final de&nbsp;abril, &quot;sem qualquer custo adicional&quot;.</p> <p>O Grupo Porto Editora envolve chancelas como Ass&iacute;rio &amp; Alvim, Contraponto, Livros do Brasil, Pergaminho,&nbsp;Quetzal&nbsp;Editores,&nbsp;Sextante, Temas e Debates, assim como a Areal e o Grupo Bertrand/C&iacute;rculo, num total de cerca de duas dezenas de casas editoras.</p> <p>Tanto o Grupo 20|20 como o Grupo Porto Editora defendem que o livro seja considerado um bem essencial, e a reabertura das livrarias independentes.</p> <p>&quot;A&nbsp;atual&nbsp;situa&ccedil;&atilde;o, com a abertura parcial, n&atilde;o &eacute;, de todo, a ideal, e est&aacute; longe de resolver os problemas de um&nbsp;setor&nbsp;que se encontra numa grave crise h&aacute; quase um ano&quot;, l&ecirc;-se no comunicado do Grupo 20|20.</p> <p>Para v&aacute;rios livreiros contactados esta semana pela ag&ecirc;ncia Lusa, a impossibilidade de as livrarias que vendem unicamente livros abrirem ao p&uacute;blico, &eacute; &quot;absurda&quot; e &quot;incompreens&iacute;vel&quot; e tem motivado algumas&nbsp;a&ccedil;&otilde;es&nbsp;de protesto simb&oacute;licas, como &eacute; o caso da livraria&nbsp;Leituria, que afixou na montra um cartaz, em que se l&ecirc; &quot;Encerrado por decreto presidencial e do Governo&quot;, e publicou na p&aacute;gina de&nbsp;Facebook&nbsp;uma foto de uma fileira de enchidos pendurados, com a legenda: &quot;Os Orwell, os&nbsp;Tolstoi&nbsp;e os&nbsp;Saramagos, n&atilde;o podemos mostrar-lhos. Mas n&atilde;o se vai arrepender de p&ocirc;r a m&atilde;o nestas&nbsp;morcelas!&quot;.</p> <p>Em Coimbra, a Faz de Conto protestou contra o encerramento das livrarias, com a cria&ccedil;&atilde;o de uma &quot;vitrine&nbsp;manifesto&quot;, que inclui um livro - &quot;A Greve&quot;, de Catarina Sobral - tangerinas, cenouras e produtos de limpeza.</p> <p>Com as vendas &#39;online&#39; como &uacute;nica hip&oacute;tese, as livrarias tornaram-se uma esp&eacute;cie de armaz&eacute;ns de expedi&ccedil;&atilde;o, entregam encomendas ao domic&iacute;lio ou no meio da rua, angariam clientes pela Internet e fazem&nbsp;a&ccedil;&otilde;es&nbsp;de protesto, tudo para sobreviverem &agrave; lei &quot;absurda&quot; que as pro&iacute;be de abrir portas.</p> <p>A reportagem da Lusa, que se estendeu a livrarias de v&aacute;rias regi&otilde;es do pa&iacute;s, verificou que esta realidade &eacute; mais sentida em meios pequenos, onde h&aacute; apenas uma livraria, ou pouco mais, e o contacto do livreiro com o cliente tem ra&iacute;zes e um conhecimento aprofundado dos seus perfis e gostos, que orienta a escolha de livros, o aconselhamento e as conversas de&nbsp;circunst&acirc;ncia&nbsp;dentro da loja.</p> <p>Jos&eacute; Pinho, da Ler Devagar, que tamb&eacute;m tem sido porta-voz da Rede de Livrarias Independentes, questionou se o livro foi alvo de uma &quot;despromo&ccedil;&atilde;o&quot; no espa&ccedil;o de menos de um ano, j&aacute; que em 2020 foi considerado bem essencial e as livrarias foram autorizadas a vender ao postigo.</p> <p>A Ler Devagar, localizada em Lisboa, est&aacute; tamb&eacute;m a viver das encomendas &#39;online&#39; e n&atilde;o tem para j&aacute; ideia das quebras que vir&aacute; a ter.</p> <p>&quot;Encomend&aacute;mos muitos livros em&nbsp;dezembro. As&nbsp;faturas&nbsp;foram emitidas. Entretanto, os livros foram confinados e n&oacute;s n&atilde;o conseguimos vender nem devolver&quot;, afirma Jos&eacute; Pinho, criticando um decreto que estipula que &quot;quem s&oacute; pode vender livros &eacute; que n&atilde;o pode vender livros&quot;.</p>

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