Embora (com razão) o coronavírus tenha sido o centro das atenções, outras áreas da ciência, como a astronomia, a biologia e a computação, também tiveram notícias importantes
<p>A <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/plantao.html" target="_blank">ciência</a> no ano de 2020 foi praticamente tomada por notícias sobre a pandemia de <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/como-os-sintomas-da-covid-19-evoluem-cada-dia-de-acordo-com-gravidade.html" target="_blank">Covid-19</a>, mas isso não significa que as outras áreas científicas tenham parado por completo por causa do <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/08/sera-possivel-estabelecer-uma-convivencia-segura-com-o-novo-coronavirus.html" target="_blank">coronavírus</a>. Além dos progressos nas pesquisas relacionadas ao próprio vírus — como o <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/03/brasileiras-que-lideraram-o-sequenciamento-do-novo-coronavirus.html" target="_blank">sequenciamento do genoma feito por pesquisadoras brasileiras</a> em apenas 48 horas após o primeiro caso na América Latina e uma <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/12/vacina-de-oxford-e-segura-e-protege-contra-covid-19-conclui-estudo-de-fase-3.html" target="_blank">vacina</a> desenvolvida e aplicada em menos de um ano pela primeira vez na história —, houve anúncios e descobertas positivas em outros campos, como a <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/plantao.html" target="_blank">astronomia</a>, a <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/plantao.html" target="_blank">biologia</a>, a computação e a <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/plantao.html" target="_blank">arqueologia</a>.</p> <p>Veja cinco notícias científicas que podem ter passado despercebidas neste ano de pandemia:</p> <p><strong>1. Material mais antigo da Terra</strong></p> <p><img alt="Miscroscopia elétrica das amostras do material mais antigo já encontrado na Terra (Foto: Reprodução/www.pnas.org/)" src="https://s2.glbimg.com/aFJsQKy1CRClNMH4GEOOKef8d4g=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2020/12/17/f1.large.jpg" style="height:1390px; width:1800px" /></p> <p>Miscroscopia elétrica das amostras do material mais antigo já encontrado na Terra (Foto: Reprodução/www.pnas.org/)</p> <p>Em janeiro, cientistas anunciaram em um estudo no periódico <a href="https://www.pnas.org/content/117/4/1884" target="_blank"><em>Proceedings of the National Academy of Sciences</em></a> (PNAS) a identificação do material mais antigo já encontrado na <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2020/12/missao-hayabusa-2-trara-amostras-de-asteroide-terra-neste-domingo.html" target="_blank">Terra</a>. Ao analisar fragmentos de um <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2020/11/zircoes-de-meteoro-marciano-podem-revelar-misterios-do-planeta-vermelho.html" target="_blank">meteoro</a> que caiu na Austrália em 1969, os pesquisadores encontraram vestígios de poeira estelar datados de 4,6 bilhões a 7 bilhões de anos atrás. Esse tempo é anterior à formação do nosso <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2020/11/sistema-solar-se-formou-em-menos-de-200-mil-anos-indica-estudo.html" target="_blank">Sistema Solar</a>. A descoberta indica que no período pode ter acontecido um <em>baby boom</em> de <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2019/11/estrelas-seis-curiosidades-sobre-os-corpos-celestes.html" target="_blank">estrelas</a> novas se formando no <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2020/12/radiotelescopio-australiano-cria-google-maps-do-universo-veja-imagens.html" target="_blank">Universo</a>.</p> <p><strong>2. Criação de átomos artificiais</strong><br /> Engenheiros quânticos da <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2020/12/biologos-da-australia-descobrem-o-peixe-mais-velho-dos-recifes-tropicais.html" target="_blank">Austrália</a> anunciaram em fevereiro, na <a href="https://www.nature.com/articles/s41467-019-14053-w" target="_blank"><em>Nature Communications</em></a>, que conseguiram criar <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/02/fisicos-observam-fenomenos-quanticos-ao-segurar-atomos-pela-primeira-vez.html" target="_blank">átomos</a> artificiais em “pontos quânticos” de silício – pequenos espaços em um circuito de um computador quântico. Ao contrário do átomo natural, o criado em laboratório não tem núcleo, apenas camadas de elétrons zunindo ao redor de seu centro. A descoberta se mostrou uma maneira mais estável de utilizar os elétrons como qubits, que são a unidade básica de processamento de dados da <a href="https://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2020/12/chineses-alegam-ter-atingido-novo-patamar-de-supremacia-quantica-entenda.html" target="_blank">computação quântica</a>.</p> <p><strong>3. Animal que não respira oxigênio</strong></p> <p><img alt="Evidência da ausência de mitocôndrias no Henneguya salminicola (Foto: Reprodução/www.pnas.org/)" src="https://s2.glbimg.com/JYgseMYOxCjyYZhI7jfw4mHHPCQ=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2020/12/17/f2.large.jpg" style="height:370px; width:1280px" /></p> <p>Evidência da ausência de mitocôndrias no Henneguya salminicola (Foto: Reprodução/www.pnas.org/)</p> <p>Um parasita microscópico que habita o tecido muscular do <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/07/duas-pessoas-morrem-na-australia-apos-comerem-salmao-defumado.html" target="_blank">salmão</a> mudou todo o entendimento da ciência sobre a biologia animal. <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2020/02/primeiro-animal-que-nao-precisa-de-oxigenio-para-sobreviver-e-descoberto.html" target="_blank">O <em>Henneguya salminicola</em> é um organismo cnidário que não consome oxigênio para produzir energia</a>. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, e anunciada também em fevereiro, <a href="https://www.pnas.org/content/117/10/5358" target="_blank">no PNAS</a>.</p> <p>Para eles, trata-se de um indício de que a <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/08/por-que-imagem-mais-famosa-da-evolucao-humana-esta-errada.html" target="_blank">evolução</a> pode seguir um caminho oposto ao que se acreditava: dar origem a formas mais simples de vida, em vez de gerar organismos mais complexos. Agora, os estudos tentam identificar como o parasita gera energia de forma anaeróbia.</p> <p><strong>4. Produção em massa de cloroplastos artificiais</strong></p> <p><img alt="Cloroplastos artificiais desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha (Foto: Max Planck Institute for terrestrial Microbiology/ T.Erb)" src="https://s2.glbimg.com/NrgaYbO0xN1e0qaucm2SYSlOp6k=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2020/12/17/visuel_publi_max-planck_chloroplaste_1040x740_actu.jpg" style="height:740px; width:1040px" /></p> <p>Cloroplastos artificiais desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha (Foto: Max Planck Institute for terrestrial Microbiology/ T.Erb)</p> <p>Dentro das células das <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2020/12/teoria-dos-jogos-ajuda-entender-como-plantas-distribuem-suas-raizes.html" target="_blank">plantas</a> existe uma organela chamada cloroplasto. Ele é responsável pela <a href="https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Energia/noticia/2015/07/fotossintese-criada-em-laboratorio-podera-ser-fonte-de-energia-do-futuro.html" target="_blank">fotossíntese</a>, processo físico-químico de conversão da luz solar em energia química (glicose), resultando no consumo de dióxido de carbono e na liberação de oxigênio.</p> <p>Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, anunciaram em maio, <a href="https://science.sciencemag.org/content/368/6491/649" target="_blank">na <em>Science</em></a>, um novo método de produzir artificialmente milhares de cloroplastos. A técnica é promissora não em termos de produção de energia, mas pela possibilidade de ajudar a remover o dióxido de carbono (um dos gases do <a href="https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2019/06/tecnologia-monitora-do-espaco-os-gases-responsaveis-pelo-efeito-estufa.html" target="_blank">efeito estufa</a>) do ar.</p>