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Volta às aulas na Alemanha em tempos de pandemia

País retoma aulas presenciais para alunos do último ano do ensino fundamental, mas decisão está longe de atingir consenso. Para críticos, estratégia ainda é arriscada.

<p>Setas no ch&atilde;o dos corredores indicando o caminho, vozes pelos alto-falantes pedindo que todos mantenham dist&acirc;ncia, classes divididas em grupos menores &ndash; esse &eacute; o novo normal em tempos de pandemia de coronav&iacute;rus para cerca de 300 alunos da escola Friedrich-Ebert-Gymnasium na cidade alem&atilde; de Bonn, no oeste da<a href="https://g1.globo.com/tudo-sobre/alemanha/">&nbsp;Alemanha</a>.</p> <p>Pertencentes &agrave;s &uacute;ltimas turmas do ensino fundamental e, portanto, com exames de avalia&ccedil;&atilde;o de desempenho marcados para este ano, eles est&atilde;o de volta &agrave;s aulas desde segunda-feira (22).</p> <p>&quot;Fizemos alguns preparativos&quot;, disse &agrave; DW o diretor da escola, Frank Langner. Em sua institui&ccedil;&atilde;o, cada turma foi dividida em dois grupos chamados coortes, cada um com 70 a 75 alunos. Os cursos individuais tamb&eacute;m foram distribu&iacute;dos em duas salas de aula, fazendo com que nunca haja mais do que 15 alunos em uma &uacute;nica sala.</p> <p>&quot;Dessa forma, podemos garantir que uma eventual infec&ccedil;&atilde;o fique limitada a uma coorte. Foi assim que adaptamos as aulas presenciais&quot;, explica. O diretor destaca ainda que, gra&ccedil;as a essas turmas menores, ao distanciamento e ao uso de m&aacute;scaras, o risco de infec&ccedil;&atilde;o durante as aulas &eacute; bastante baixo.</p> <p>Desde segunda-feira, escolas de toda a Alemanha est&atilde;o se valendo de medidas como essas para voltar a oferecer aulas presenciais. De in&iacute;cio, reabriram apenas as escolas prim&aacute;rias e as turmas que dever&atilde;o fazer os exames estaduais. Na Ren&acirc;nia do Norte-Vestf&aacute;lia, o estado mais populoso da Alemanha, isso representa cerca de um ter&ccedil;o de todos os 2,5 milh&otilde;es de estudantes.</p> <p>&nbsp;</p> <h2>Regras variam de estado para estado</h2> <p>&nbsp;</p> <p>Mas a volta &agrave;s aulas n&atilde;o obedece a uma regra uniforme em todo o pa&iacute;s, pois a educa&ccedil;&atilde;o na Alemanha &eacute; assunto dos estados, e n&atilde;o do governo federal. Isso leva a uma s&eacute;rie de respostas diferentes &agrave; crise do coronav&iacute;rus.</p> <p>Em Saarland, por exemplo, classes com exames marcados est&atilde;o voltando todas juntas, ao tempo que em outros estados, como Baden-W&uuml;rttemberg, as turmas s&atilde;o revezadas em grupos menores. O mesmo tamb&eacute;m &eacute; observado em outras &aacute;reas: &agrave;s vezes &eacute; exigido o uso de m&aacute;scara nas salas de aulas, outras n&atilde;o; alguns estados planejam testes regulares para professores e alunos, outros n&atilde;o.</p> <p>&quot;Devemos distinguir entre o que faz sentido localmente e o que precisa ser aplicado em todo o estado&quot;, diz Langner. Em Bonn, algumas turmas frequentam as aulas em dias alternados. Em outras escolas, como a sua, as classes foram divididas em salas distintas. Na pr&aacute;tica, isso significa que at&eacute; mesmo irm&atilde;os podem ser submetidos a abordagens diferentes no combate &agrave; pandemia. &quot;Deveria haver uma certa uniformidade&quot;, aponta Langner.</p> <p>&nbsp;</p> <h2>Professores na linha de frente</h2> <p>&nbsp;</p> <p>Mas as diferen&ccedil;as n&atilde;o residem apenas na estrat&eacute;gia. Muitos tamb&eacute;m criticam a pr&oacute;pria decis&atilde;o de reabrir as escolas. Com n&uacute;meros de infec&ccedil;&otilde;es ainda inst&aacute;veis e a variante brit&acirc;nica se espalhando em algumas partes da Alemanha, muitas pessoas temem que o pa&iacute;s esteja no limiar de uma terceira onda de infec&ccedil;&otilde;es. Pol&iacute;ticos como a ministra alem&atilde; da Educa&ccedil;&atilde;o, Anja Karliczek, s&atilde;o a favor da reabertura. &quot;As crian&ccedil;as, especialmente as menores, precisam umas das outras&quot;, defendeu Karliczek.</p> <p>Uma das grandes preocupa&ccedil;&otilde;es diz respeito &agrave; seguran&ccedil;a dos professores. Em algumas regi&otilde;es, como o estado da Tur&iacute;ngia, as escolas est&atilde;o reabrindo apesar de uma incid&ecirc;ncia de 100 novas infec&ccedil;&otilde;es por 100 mil pessoas em sete dias. Cada hora na escola, portanto, traz consigo um risco elevado de infec&ccedil;&atilde;o.</p> <p>&Eacute; por isso que os estados e o governo federal concordaram nesta semana em priorizar a vacina&ccedil;&atilde;o de professores de escolas prim&aacute;rias e funcion&aacute;rios de creches e de escolas prim&aacute;rias. De acordo com o novo plano, os estados dever&atilde;o oferecer vacinas a esses grupos assim que doses suficientes estiverem dispon&iacute;veis.</p> <p>&nbsp;</p> <h2>Colocando a carro&ccedil;a na frente dos bois</h2> <p>&nbsp;</p> <p>Apelos para que professores e outros funcion&aacute;rios de escolas ganhassem prioridade na vacina&ccedil;&atilde;o v&ecirc;m aumentando h&aacute; semanas. At&eacute; agora, eles n&atilde;o podiam contar com uma vacina antes do in&iacute;cio do ver&atilde;o europeu, quando o ano letivo j&aacute; estaria praticamente conclu&iacute;do. Mas de acordo com o novo plano, professores devem ser vacinados j&aacute; na primavera.</p> <p>A ministra de Assuntos Sociais da Baixa Sax&ocirc;nia, Carola Reimann, disse que seu estado &quot;tem pedido por medidas como essas j&aacute; h&aacute; algum tempo&quot; em reuni&otilde;es com o governo federal.</p> <p>A Associa&ccedil;&atilde;o Alem&atilde; de Professores tamb&eacute;m tem pressionado nesse sentido. &quot;Gostar&iacute;amos que isso tivesse sido feito antes da reabertura das escolas. Este &eacute; um caso cl&aacute;ssico de colocar a carro&ccedil;a na frente dos bois&quot;, disse o presidente da associa&ccedil;&atilde;o, Heinz-Peter Meidinger, em entrevista &agrave; DW.</p> <p>A Associa&ccedil;&atilde;o Alem&atilde; de Professores tamb&eacute;m critica a decis&atilde;o de priorizar os professores do ensino fundamental, dizendo que os alunos do ensino m&eacute;dio espalham o v&iacute;rus de maneira semelhante aos adultos e, portanto, professores que d&atilde;o aulas no ensino m&eacute;dio tamb&eacute;m est&atilde;o expostos a um risco maior.</p> <p>O presidente da Funda&ccedil;&atilde;o Alem&atilde; para Prote&ccedil;&atilde;o de Pacientes, Eugen Brysch, critica a mudan&ccedil;a nas prioridades de vacina&ccedil;&atilde;o. Ele disse que o plano anterior j&aacute; levava em considera&ccedil;&atilde;o os riscos de infec&ccedil;&atilde;o.</p> <p>&quot;Se certas profiss&otilde;es forem promovidas, isso custar&aacute; vidas&quot;, disse Brysch antes da decis&atilde;o.</p> <p>Meidinger defendeu os professores dizendo que n&atilde;o se trata de passar &agrave; frente dos idosos na hierarquia da vacina&ccedil;&atilde;o. Segundo ele, a Associa&ccedil;&atilde;o de Professores n&atilde;o fez suas exig&ecirc;ncias at&eacute; que ficou claro que a vacina da AstraZeneca n&atilde;o seria administrada em idosos.</p> <p>&nbsp;</p> <h2>Nem todos os professores querem ser vacinados</h2> <p>&nbsp;</p> <p>A AstraZeneca &eacute; de fato uma solu&ccedil;&atilde;o potencial para o dilema. Por falta de dados at&eacute; ao momento, o imunizante da Oxford n&atilde;o est&aacute; sendo oferecido a idosos. Mas os efeitos colaterais podem ser graves e isso &eacute; visto com suspeita por algumas pessoas. Como resultado, muitos n&atilde;o comparecem aos postos de vacina&ccedil;&atilde;o nos hor&aacute;rios marcados para receber suas doses de vacina da AstraZeneca. &quot;Alguns professores tamb&eacute;m s&atilde;o c&eacute;ticos em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s vacinas&quot;, disse Meidinger. &quot;Mas h&aacute; um grande n&uacute;mero de pessoas a favor da vacina&ccedil;&atilde;o&quot;.</p> <p>Alguns estados j&aacute; tra&ccedil;aram planos concretos para inocular professores. O ministro de assuntos sociais de Baden-W&uuml;rttemberg, Manfred Lucha, anunciou que os professores podem agendar uma vacina&ccedil;&atilde;o a partir da semana que vem &ndash; gra&ccedil;as a um grande carregamento da vacina da AstraZeneca.</p>

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