E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 30 30 709
  • info@edu-tech-global.com
“Usamos sempre o livro como arma despertadora das mentes”

Natural de Mbanza Kongo, licenciou-se no meio de grandes dificuldades financeiras e hoje é professor do ensino médio

<p>Afonso Kanga nasceu no dia 12 de Maio de 1988, em Mbanza Kongo, prov&iacute;ncia do Zaire, no Hospital Provincial do Zaire (Ntandu-a-Vunda), e &eacute; filho de Capit&atilde;o Lutonda e de Paulina Mampa Pedro, ambos naturais do Zaire.&nbsp;</p> <p>&quot;Sou filho de uma m&atilde;e ainda na &eacute;poca adolescente, com 16 anos. Nessa &eacute;poca eu vivia com os meus av&oacute;s, numa resid&ecirc;ncia pequena com os tios, primos e irm&atilde;os. Somos cinco do ventre da minha m&atilde;e de quem sou o primog&eacute;nito&rdquo;, apresenta-se.&nbsp;</p> <p>Em 1996, a sua fam&iacute;lia teve de se refugiar na prov&iacute;ncia vizinha do U&iacute;ge, especificamente no munic&iacute;pio do Bembe, na comuna no Kinkondo. por raz&otilde;es de inseguran&ccedil;a provocada pela guerra.&nbsp;</p> <p>&quot;No ano seguinte fomos para Luanda, com a minha m&atilde;e, &agrave; procura de melhores condi&ccedil;&otilde;es de vida. Fui para Luanda muito novo, fiz o ensino prim&aacute;rio e secund&aacute;rio no col&eacute;gio Nova Maria Ngola, no munic&iacute;pio do Cacuaco, no bairro Ndala Mulemba&rdquo;, recorda.&nbsp;</p> <p>Posto em Luanda, em casa da tia paterna, a m&atilde;e teve de vender cerveja para sobreviver. &quot;E posteriormente come&ccedil;ou a vender roupa de fardo e cal&ccedil;ado no mercado do Kikolo para nos alimentar. E at&eacute; hoje ela &eacute; vendedora de produtos diversos numa cantina e deste bairro jamais saiu&rdquo;.&nbsp;</p> <p>Mas por quest&otilde;es pessoais, no ano de 2005 Afonso Kanga deixa a fam&iacute;lia na capital do pa&iacute;s e viaja para o Soyo, onde se matricula no Instituto M&eacute;dio Normal de Educa&ccedil;&atilde;o (IMNE), na op&ccedil;&atilde;o de Biologia e Qu&iacute;mica, que terminou com 14 valores no ano de 2009.&nbsp;</p> <p>&quot;Em 2010, ingressei na fun&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica por via de um concurso p&uacute;blico na &aacute;rea da Educa&ccedil;&atilde;o e iniciei as minhas actividades lectivas na escola prim&aacute;ria 44 do Kifuma&rdquo;.&nbsp;</p> <p>No ano seguinte, Afonso Kanga &eacute; eleito coordenador-chefe da comiss&atilde;o gestora da escola, mandato que culminou na coloca&ccedil;&atilde;o definitiva de outros gestores no ano de 2013.&nbsp;</p> <p>&quot;Fui transferido, em 2015, para a escola secund&aacute;ria Madre Maria de F&aacute;tima Martins do Mpinda, leccionando as disciplinas de Biologia e Geografia nas op&ccedil;&otilde;es eco-jur&iacute;dicas e f&iacute;sico-biol&oacute;gicas&rdquo;, lembra, para acrescentar: &quot;Neste ano, comecei a criar um conjunto de actividades educativas extra-escolares para colmatar algumas debilidades ou dificuldades apresentadas pelos alunos (debilidades de escrita, de leitura e interpreta&ccedil;&atilde;o de conte&uacute;dos)&rdquo;.</p> <p>Na sucess&atilde;o destas actividades educativas, Afonso Kanga cria o projecto educativo &quot;Ler faz bem&rdquo;, que inclu&iacute;a os subprojectos &quot;S&aacute;bados Acad&eacute;micos&rdquo;, &quot;Debates e Palestras&rdquo; e &quot;Rodas de Conversas&rdquo;.&nbsp;</p> <p>O projecto educativo &quot;Ler faz bem&rdquo;, elucida, &quot;surge com a miss&atilde;o de incentivar e estimular os estudantes e n&atilde;o s&oacute; nos h&aacute;bitos de leitura. A vis&atilde;o &eacute; educar o homem no seu todo&rdquo;.&nbsp;</p> <p>&quot;Desde o ano da concep&ccedil;&atilde;o do projecto j&aacute; realizamos um conjunto de actividades educativas e filantr&oacute;picas abertas a todos os mun&iacute;cipes, compondo as nossas duas pranchas educativas &quot;Minha escola meu lar do saber&rdquo; e &quot;Meu bairro minha zona do saber&rdquo;.&nbsp;</p> <p>O projecto &quot;Minha escola meu lar do saber&rdquo; realiza semin&aacute;rios em escolas, rodas de conversas, simp&oacute;sios, concursos do saber, duelos de conhecimento e feiras do livro.&nbsp;</p> <p>&quot;Meu bairro minha zona do saber&rdquo; d&aacute; aulas e leituras gratuitas, poesia, artes livres, exposi&ccedil;&otilde;es, m&uacute;sica, aulas assistidas e feiras do livro. Este projecto j&aacute; vai na segunda edi&ccedil;&atilde;o, por via de uma &quot;Tourn&eacute;e Providencial do Saber&rdquo;, que Afonso Kanga pretende levar a todo o territ&oacute;rio nacional.&nbsp;</p> <p>Afonso Kanga realiza tamb&eacute;m actividades filantr&oacute;picas como &quot;sopas solid&aacute;rias&rdquo; e campanhas de limpeza.&nbsp;</p> <p>&quot;Temos uma campanha solid&aacute;ria do saber, que tem como lema &quot;Doe livros, doe saber, doe sonhos&rdquo;, disse o jovem, que defende a participa&ccedil;&atilde;o da comunidade, acrescentando que os livros ser&atilde;o usados na primeira biblioteca comunit&aacute;ria, quiosques de leitura e jangos de leitura gratuita, que pretende criar.&nbsp;</p> <p>Afonso Kanga &eacute; licenciado em Pedagogia na op&ccedil;&atilde;o de gest&atilde;o escolar pela Universidade 11 de Novembro e &eacute; professor no Instituto Polit&eacute;cnico do Kitona-Soyo, desde o ano de 2018, leccionando as disciplinas de Biologia, Forma&ccedil;&atilde;o de atitudes integradoras e Empreendedorismo.&nbsp;</p> <p>O seu projecto &quot;A ess&ecirc;ncia do amor est&aacute; em pratic&aacute;-lo&rdquo; realizou a &quot;sopa solid&aacute;ria&rdquo;, no dia 23 de Dezembro de 2023, no Hospital Municipal do Soyo, com a distribui&ccedil;&atilde;o de 200 tigelas de sopa, roupas e outros bens.&nbsp;</p> <p>&quot;Fui obrigado a trabalhar muito cedo, tive de assumir as minhas responsabilidades porque no ano 2009 nasce a minha primog&eacute;nita Paulina Tumba da Concei&ccedil;&atilde;o Kanga e durante a minha forma&ccedil;&atilde;o nem tudo foi f&aacute;cil, passei por v&aacute;rias dificuldades econ&oacute;micas&rdquo;, conta, visivelmente emocionado.&nbsp;</p> <p>Afonso Kanga recorda que num debate &quot;A busca de si por via do livro&rdquo;, na Mediateca Municipal do Soyo, houve um aluno, Samuel Zau, que perguntou: - Professor, porque n&atilde;o intitular o projecto &quot;Ler faz bem&rdquo;?&nbsp;</p> <p>&quot;Usamos sempre o livro como a arma despertadora das mentes&rdquo;, conclui.&nbsp;&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>Fonte:&nbsp;https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/usamos-sempre-o-livro-como-arma-despertadora-das-mentes/</p>

Tags:
Partilhar: