
O município do Cambulo, na província da Lunda-Norte, conta com mais salas para aulas de alfabetização, construídas com o apoio da Sociedade Mineira do Chitotolo, em parceria com a Direcção da Educação.
<p>As novas salas de aula, onde mais de 100 mulheres camponesas das localidades de Cossa e Maludi vão poder aprender a ler e a escrever, foram inauguradas, no fim-de-semana, no âmbito do Dia Internacional da Mulher Rural, assinalado a 15 do corrente mês. </p> <p>Na localidade do Cossa foram abertas duas turmas onde mais de noventa mulheres camponesas vão aprender a ler e a escrever. A outra turma está localizada em Maludi, para beneficiar mais de cinquenta camponesas. </p> <p>As aulas de alfabetização nas duas localidades começaram ontem, e, na primeira fase, vão durar quatro meses. </p> <p>O chefe de Departamento em exercício da Acção Social da Sociedade Mineira do Chitotolo, Eduardo Dombaxi, disse que a empresa diamantífera dá especial atenção à Educação, visando o empoderamento da mulher nas comunidades rurais. </p> <p>"O processo de alfabetização é uma ferramenta fundamental para a melhoria da qualidade de vida, incluindo a inserção social e produtiva das mulheres, cujas famílias vivem, essencialmente, da agricultura de subsistência”, sublinhou. </p> <p>Com abertura das salas de alfabetização, acrescentou, estão lançadas as bases para que as camponesas possam, também, futuramente, dar o seu contributo ao desenvolvimento sustentável das localidades onde se encontram inseridas. </p> <p>Eduardo Dombaxi disse que, no âmbito do seu papel social, a empresa diamantífera apoia o programa do Governo de reforço das acções que visam a erradicação do analfabetismo no país. </p> <p>A Sociedade Mineira do Chitotolo, explicou, aposta, em parceria com a Direcção Municipal da Educação, na expansão do programa de alfabetização nas localidades onde a empresa realiza actividades de exploração de diamantes e que tenham maior número de mulheres, incluindo jovens, que não sabem ler e nem escrever.</p> <p>O projecto de alfabetização com o apoio da empresa diamantífera, lembrou, começou em Novembro do ano passado, com a abertura da primeira turma na localidade do Muíta, onde foram inscritas cinquenta mulheres, entre as quais 15 concluíram a acção formativa. </p> <p>"Os resultados obtidos no Muíta abrem boas perspectivas para se continuar com a implementação do programa em outros aglomerados populacionais circunvizinhos às áreas de exploração da Sociedade Mineira de Chitotolo”, afirmou Eduardo Dombaxi. </p> <p>Reconheceu os esforços e a dedicação das mulheres que antes não tiveram a oportunidade de estud ar, por causa de situações adversas que o país viveu, demonstrando interesse em aprender a ler e a escrever, o que motiva a Sociedade Mineira do Chitotolo a criar condições para a expansão do Programa de Alfabetização. </p> <p>Além da alfabetização, Eduardo Dombaxi referiu que, no quadro das acções de responsabilidade social, a empresa tem apoiado vários projectos sociais e educacionais, com a finalidade de melhorar a qualidade do ensino e os níveis de aprendizagem das crianças, no âmbito do Projecto Educar, que abrange, essencialmente, escolas patrocinadas pela Sociedade Mineira do Chitotolo.</p> <p>Afirmou que existem, também, acções em outros sectores, com realce ao apoio directo à Saúde, com a realização de campanhas de sensibilização sobre os métodos preventivos da malária e outras patologias, assim como mobilização da população no sentido de aderir à vacinação. </p> <p>O chefe de Departamento em exercício da Acção Social da Sociedade Mineira do Chitotolo deu a conhecer que está em curso a construção de uma central de tratamento de água, na localidade de Muíta, assim como apoio à Administração Municipal do Cambulo na reabilitação de estradas secundárias e terciárias. </p> <p>Eduardo Dombaxi assegurou que decorrem, também, trabalhos de preparação de zonas anteriormente exploradas pela empresa para serem entregues à população para o fomento da actividade agrícola.</p> <p><br /> <strong>Impacto nas comunidades</strong></p> <p>O director municipal da Educação, Adão Mununga, disse que a criação de turmas de alfabetização faz parte do programa do Governo que visa a redução dos níveis de analfabetismo, sobretudo, no seio das mulheres residentes em comunidades rurais.</p> <p>"A Sociedade Mineira do Chitotolo tem sido o principal parceiro na materialização do Programa de Alfabetização em localidades onde desenvolve a actividade de exploração de diamantes”, sublinhou. </p> <p>Segundo Adão Mununga, a primeira experiência na localidade de Muíta surpreendeu, a julgar pelo número de mulheres, maioritariamente camponesas, que aderiu ao Programa. </p> <p>Sublinhou que, apesar da vontade de superação manifestada pela comunidade, "infelizmente muitas mulheres e jovens não conseguiram terminar as aulas, devido às necessidades de procura de sustento para as famílias”. </p> <p>O director municipal da Educação explicou que, nos últimos dois anos, foram inscritas 2.049 mulheres, entre as quais 819 tiveram aproveitamento, números que demonstram que a implementação do Programa de Alfabetização está no bom caminho. </p> <p>Adão Mununga acrescentou que um dos principais constrangimentos que dificulta o processo é a falta de subsídios para os alfabetizadores. "Actualmente, o município do Cambulo conta com dezanove alfabetizadores”. </p> <p>Por sua vez, Herrmelinda Lumbo, líder do poder tradicional na localidade do Maludi, enalteceu a iniciativa da Sociedade Mineira do Chitotolo de criar turmas de alfabetização, para que as mulheres possam aprender a ler e a escrever.</p> <p>"Agradecemos muito esta iniciativa que visa ajudar-nos a aprender a ler e a escrever” ́, disse a soba, antes de apelar a outras mulheres que não estão inscritas no sentido de aderirem ao Programa.</p> <p>Herrmelinda Lumbo garantiu que, na qualidade de autoridade tradicional, vai reforçar a sensibilização nas comunidades, para que todas as mulheres que não sabem ler e escrever tenham a oportunidade de aprender </p> <p>Maria Caiaqueza, 36 anos, habitante da localidade do Cossa, disse ter estudado até a 2ª classe, mas, devido ao conflito armado, não conseguiu continuar, porque a idade aumentou, bem com as responsabilidades familiares. </p> <p>"Com os filhos pequenos não conseguia ir à escola, mas, agora, com a abertura de salas de alfabetização vou aproveitar a oportunidade para aprender a ler e a escrever”, concluiu.</p> <h3> </h3> <p>Fonte: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/sociedade-mineira-do-chitotolo-apoia-programa-de-alfabetizacao/</p>