A Federação Russa anunciou segunda-feira a abertura de um inquérito contra a Google e a sua plataforma de vídeos YouTube, por "abuso de posição dominante", último exemplo do braço de ferro entre os dirigentes russos e o conglomerado do digital.
<p>Nas últimas semanas, Moscovo multiplicou sanções contra empresas norte-americanas, como Twitter, Facebook e YouTube, mas também contra a chinesa TikTok, criticando o seu poder e as suas escolhas de publicar, ou não deixar publicar, alguns conteúdos, designadamente políticos.</p> <p>Na Federação Russa onde, ao contrário do que se passa nos meios de comunicação tradicionais, a internet permanece relativamente livre, numerosos russos informam-se cada vez mais em plataformas como a Youtube. As produções do opositor Alexei Navalny contam aí com milhões de visualizações.</p> <p>Na segunda-feira, a porta-voz de Navalny, que está preso e em greve de fome, disse ter recebido uma mensagem da Youtube a informá-la de uma pretensão da agência russa para as telecomunicações, a Roskomnadzor.</p> <p>Esta, segundo a Youtube, pretende a eliminação de um vídeo recente em que se apela à participação em manifestações na quarta-feira para denunciar as condições da detenção de Navalny e a degradação do seu estado de saúde.</p> <p>Ao mesmo tempo, os dirigentes de Moscovo irritaram-se recentemente com as restrições colocadas recentemente ao visionamento de filmes favoráveis ao Kremlin.</p> <p>No final de janeiro, o presidente russo, Vladimir Putin, tinha considerado que os conglomerados da internet estavam "em concorrência de facto com os Estados", evocando as suas "tentativas de controlar brutalmente a sociedade".</p>