
Até dia 27 de outubro, as escolas podem aderir ao programa da All4Integrity que pretende fomentar o desenvolvimento de uma cidadania esclarecida e ativa.
<p>Decorre até dia 27 de outubro o período de adesão das escolas ao programa RedEscolas AntiCorrupção, criado em 2021 para fomentar junto dos jovens a "literacia que visa o desenvolvimento de uma cidadania esclarecida e ativa", assim como "a confiança e empatia por instituições locais, num processo de elevação de consciências e alteração de comportamentos que favoreçam a disseminação e aprofundamento de uma cultura de integridade em Portugal", tendo por base "os valores de uma democracia participativa".</p> <p> </p> <p>Ao Notícias ao Minuto, a vice-presidente da All4Integrity, associação e rede global de origem portuguesa responsável pelo programa, revelou por escrito que o RedEscolas AntiCorrupção destina-se, em primeiro lugar, "a todas as escolas portuguesas que lecionem o português, em território nacional e/ou internacional, e com alunos do 7.º ao 12.º ano". Ou seja, qualquer escola - regular, profissional, artística, nacional ou internacional - pode aderir ao programa, sem a imposição de "um número mínimo de alunos/turmas e professores/disciplinas participantes" e definir, de acordo com os objetivos do RedEscolas AntiCorrupção, "o seu projeto educativo e a natureza do próprio estabelecimento de ensino, qual o ano, ou anos, escolar(es), as disciplinas e as fases do programa no qual vão participar".</p> <p>De acordo com Ângela Malheiro, a All4Integrity desenhou o RedEscolas por acreditar que "quanto mais consistente e robusta for a formação do público escolar nos diversos temas em torno da corrupção (lobbying, conflito de interesses, tráfico de influências, suborno, etc.), maior será a mobilização da sociedade face ao combate da principal causa do atraso no desenvolvimento e da prevalência de desigualdade económica e social em Portugal".</p> <p>PUBLICIDADE</p> <p> </p> <p>Devolver a esperança aos jovens</p> <p>Assim, com a ajuda de um "roteiro pedagógico", querem ajudar as escolas a "afastar a abordagem temática centrada num discurso negativo, fatalista e centrado em casos mediáticos que acentuam o ceticismo dos jovens face ao nosso país e a falta de esperança".</p> <p>O programa está alicerçado em cinco pilares educativos. "O primeiro de todos passa por expor os nossos alunos à (i) linguagem específica em torno da temática da corrupção e, consequentemente, conhecer os seus (ii) principais agentes. Conhecer conceitos e atores promoverá uma maior (iii) consciencialização, através da avaliação das consequências diretas e indiretas das práticas de corrupção, como os custos económicos e sociais, as perdas, as desigualdades e as injustiças. Motivados para estudar a temática, os alunos são convidados a partir para (iv) a ação desenvolvendo práticas de cidadania individual e coletiva através de um contacto mais estreito com pessoas e instituições do poder local e central. A médio/longo prazo este programa terá (v) impactos significativos quer a nível individual, com a alteração do comportamento; nas escolas, com a adoção de novos currículos ou abordagens pedagógicas sobre o tema; na comunidade, com o desenvolvimento de uma cultura de integridade", explicou a responsável ao Notícias ao Minuto, acrescentando que a All4Integrity já está a desenvolver um Referencial de Monitorização e Avaliação de Impacto para o Programa RedEscolas AntiCorrupção (em consulta pública até 31 de outubro), para aferir se eventuais alterações nos comportamentos dos participantes podem já ser atribuídas ao programa.</p> <p>Expansão geográfica pelo mundo</p> <p>PUBLICIDADE</p> <p> </p> <p>Na edição passada, o programa triplicou o número de escolas participantes na primeira edição. Este ano, a All4Integrity prefere falar na "expansão geográfica pelo território nacional e pelo mundo" e na "consolidação das práticas pedagógicas", uma vez que a escola portuguesa enfrenta, segundo Ângela Malheiro, diversos “desafios”, como a falta de professores, e “inúmeras solicitações” da sociedade.</p> <p>"Na edição anterior, a RedEscolas AntiCorrupção esteve presente em estabelecimentos de ensino de 15 dos 18 distritos portugueses e em três continentes. Nesta 3.ª edição queremos manter a participação de, pelo menos, 50% das escolas que aderiram nas edições anteriores, aumentar o número de escolas portuguesas em território internacional, a entrada de escolas internacionais que estão presentes em Portugal, assim como a presença no continente americano. No entanto, não posso deixar de referir que, mais importante do que o número de escolas que vai, ou não, aderir ao programa RedEscolas AntiCorrupção, é o modo como o programa será implementado por cada escola, a adesão dos alunos e professores e, a consequente, mobilização da comunidade escolar", salientou a responsável.</p> <p>Para Ângela Malheiro, "a escola de hoje tem, mais do que nunca, de estar atenta aos problemas da sociedade, preparando os nossos jovens em primeiro lugar, mas também, a comunidade educativa, para uma convivência plural, inclusiva e democrática".</p> <p>"Vivemos um tempo marcado por uma falta de confiança nos atores políticos, nas instituições e nos processos democráticos. A escola, concretamente através da educação para a cidadania, poderá contrariar este processo reforçando o papel e a influência dos jovens, que se encontram em formação, para desempenharem um papel de cidadãos ativos, esclarecidos e com uma ação mobilizadora e transformadora", realçou, acrescentando que, desta forma, "integrar no plano nacional de Educação para a Cidadania o Referencial Transparência e Integridade, como tem vindo a ser desenvolvido pela equipa de trabalho criada pela Direção-Geral de Educação, e a qual a All4Integrity integra, é por si uma etapa relevante na democratização pedagógica do tema da 'corrupção', de forma a promover a disseminação e aprofundamento de uma cultura de integridade em Portugal".</p> <p>#libertemomeupaísdacorrupção</p> <p>O RedEscolas AntiCorrupção nasceu em março de 2021, sob a influência do movimento #libertemomeupaísdacorrupção, criado em 2020, em Nova Iorque, EUA, pelo professor André Corrêa d’Almeida, que queria mobilizar a sociedade civil para o tema da corrupção.</p> <p>A primeira edição deste programa de literacia anticorrupção realizou-se a 9 de julho de 2021, com o apoio institucional da Comissão Nacional da UNESCO e do instituto Padre António Vieira.</p> <p>Além do RedEscolas, a All4Integrity promove uma série de outras iniciativas e programas de prevenção e combate à corrupção, assim como de desenvolvimento de uma cultura de integridade em Portugal. É o caso do Prémio Tágides, que distingue pessoas que “nos inspiram no combate à corrupção” e que se encontra neste momento a decorrer, o Tech4Integrity, uma plataforma para a incubação de iniciativas que promovam uma cultura de integridade, transparência e justiça e a Academia, cujo foco é a oferta formativa em integridade organizacional.</p> <p> </p> <p>Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/pais/2425844/redescolas-anticorrupcao-dia-27-acaba-prazo-em-que-consiste-o-programa</p>