
Académicos e historiadores, que transmitiram conhecimentos sobre a vida e obra de Agostinho Neto à comunidade de estudantes angolanos na Rússia
<p>Académicos e historiadores, que transmitiram conhecimentos sobre a vida e obra de Agostinho Neto à comunidade de estudantes angolanos na Rússia, durante as actividades em alusão às celebrações do Centenário de Agostinho Neto, realizadas no ano passado pela Embaixada de Angola naquele país europeu, foram distinguidos com medalhas de reconhecimento pelo Ministério das Relações Exteriores (MIREX).</p> <p>O secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas do MIREX, Domingos Custódio Vieira Lopes, em representação do ministro Téte António, procedeu à outorga das medalhas, na segunda-feira , aos contemplados António Fonseca, director do Memorial Dr. António Agostinho Neto, Celso Malavoloneke, especialista em comunicação, Tiago Motombo, historiador e reitor da Universidade Metodista de Angola, e Paulo de Carvalho, deputado e professor catedrático da Universidade Agostinho Neto, este último ausente da cerimónia.</p> <p>Domingos Custódio Vieira Lopes justificou, na ocasião, a distinção daquelas figuras com o facto de o êxito da actividade, de iniciativa da Missão Diplomática de Angola na Federação Russa, ter servido de suporte para "transmitir às gerações actuais e futuras os princípios basilares que sustentaram a vida do Presidente Fundador da Nação”, assentes na luta pela independência do país e dos povos submetidos à repressão colonial.</p> <p>"O Centenário de Agostinho Neto foi no ano passado, mas a figura deste importante nacionalista e poeta é perene, a sua comemoração não se esgota apenas naquilo que chamamos 100 anos do seu aniversário, há sempre a possibilidade de falarmos sempre desta figura”, destacou o secretário de Estado.</p> <p>Para o embaixador angolano na Rússia, Augusto da Silva Cunha, a atribuição de medalhas às personalidades que contribuíram e levaram a informação aos estudantes angolanos na Rússia é merecida, porque as actividades do centenário não tiveram apenas mensagens sobre a vida e obra de Agostinho Neto, mas também abordagens sobre os 21 anos de paz e a luta pela independência.</p> <p>"Elaboramos um projecto na base do programa geral de actividades para marcar os 100 anos de Agostinho Neto e a nossa actividade culminou com a colocação do busto do Presidente Agostinho Neto na Biblioteca de Línguas Estrangeiras da Federação Russa, em Moscovo”, disse, para em seguida ressaltar o motivo de orgulho que representa o facto de o antigo Presidente ter sido o primeiro líder africano com um busto naquela instituição russa.</p> <p>Esta medalha de comemoração dos 100 anos, acrescentou, é fruto de uma parceria com a Associação de Veteranos da Rússia, que teve uma parte muito activa no sucesso das actividades em saudação ao Centenário do Dr. Agostinho Neto.</p> <p>O papel do Memorial que homenageia o antigo Presidente da República é sublinhado pelo contributo com material de literatura e fotografias sobre a vida e obra de Agostinho Neto, que enriqueceu o local onde foi colocado o busto, em Moscovo, na Biblioteca de Línguas Estrangeiras da Federação Russa.</p> <p>A outorga de medalhas de reconhecimento enquadra-se no programa do MIREX a figuras proeminentes de diversas esferas do Estado, pelos bons ofícios prestados aquando da celebração, no dia 17 de Setembro de 2022, do centésimo aniversário de Agostinho Neto.</p> <p><strong>Homenageados satisfeitos com testemunho da história</strong></p> <p>Os académicos contemplados pelo Ministério das Relações Exteriores, com a medalha de reconhecimento, destacaram a importância que se reveste para o país a iniciativa da Embaixada de Angola na Rússia, nos desafios da transmissão de testemunhos sobre a história de vida e obra de Agostinho Neto.</p> <p> Mais do que manifestar satisfação com a homenagem, o general Alberto Kizua, o historiador Tiago Mutombo e o comunicólogo Celso Malavoloneke sublinharam a necessidade imperiosa de os jovens tomarem contacto com o legado do primeiro Presidente de Angola.</p> <p>"Na verdade, foi o transmitir daquilo que temos feito de forma continuada, que é elevar o nome do nosso país além-fronteiras. Representa a nossa humilde contribuição naquilo que podemos dar à outra frente, que é a frente da docência, pesquisa e investigação”, afirmou o general Alberto Kizua, sublinhando o facto de a maior parte dos estudantes angolanos na Rússia serem jovens, com dinâmicas próprias de interpretação e conhecimento dos fenómenos que compõem, hoje, o sistema social e a geopolítica internacional.</p> <p>"O país tem, hoje, uma dinâmica diferente, e que está entrosada na lógica de que precisamos, de forma continuada, transmitir o nome do nosso país além-fronteiras. Felizmente, foi a nossa Embaixada em Moscovo que teve essa iniciativa e gostávamos também de apelar que outras instâncias fora do nosso país pudessem enveredar por este tipo de eventos”, acrescentou.</p> <p>Para o historiador e reitor da Universidade Metodista de Angola, Tiago Motombo, apesar de terem sido abordagens feitas via videoconferência, foi possível falar para a comunidade angolana sobre os 21 anos do processo de paz em Angola, tendo frisado que foi uma "experiência interessante”.</p> <p>"Foi uma conferência super-interactiva, porque os estudantes no exterior demonstraram que estão interessados em saber mais sobre a História de Angola. Foi uma mistura sobre o processo de paz em Angola, conflito armado e, inclusive, os últimos desenvolvimentos do nosso país”, referiu, para confessar que a condecoração representa um incentivo para os estudos.</p> <p> "Na qualidade de historiador, sabemos que devemos reactivar a memória do povo e a distinção representa maior exigência para nós, como académicos acima de tudo”, disse.</p> <p>As comunidades na diáspora, na óptica do especialista em comunicação Celso Malavoloneke, são um segmento dos concidadãos que merecem um "carinho especial”, argumentando o facto de viverem "fora do nosso contexto cultural, do calor do nosso funge de sábado”.</p> <p>"Era importante comunicar à nossa diáspora na Rússia e, aquilo que me tinham pedido, era falar sobre o legado do Presidente Neto ontem, hoje e amanhã. Senti que foi uma experiência realmente bastante reconfortante, para mim e para eles, porque houve uma grande participação de cidadãos russos, que tinham passado alguns anos em Angola, quando estávamos na luta pela integridade do nosso território”, destacou.</p> <p> </p> <p>Fonte:https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/reconhecido-papel-de-academicos-na-celebracao-do-centenario-de-neto/</p>