Os preços dos materiais escolares na cidade de Ndalatando, província do Cuanza-Norte, tiveram um aumento significativo entre Junho e Agosto deste ano, alteração que preocupa a maioria dos pais e encarregados de educação.
<p>A reportagem do Jornal de Angola constatou que no mercado do Lenga Lenga (Foge Foge), as batas para crianças e adultos estão a ser comercializadas entre 1.500 e três mil kwanzas. Um caderno grande pode custar até três mil kwanzas, enquanto uma mochila escolar está a ser vendida a 3.500 kwanzas.</p> <p>A vendedora Marcelina António disse que até finais do mês de Maio, os preços dos produtos escolares estavam mais baixos, mas, com o aproximar das aulas, as coisas mudaram de rumo e os preços se alteraram.</p> <p>De acordo com o apurado na maioria dos mercados da região, os consumidores, em geral mães acompanhadas dos filhos, apontam que a preocupação é com o valor total que têm de pagar para todos os materiais exigidos.</p> <p>Apesar dos preços altos, por necessidade, muitas famílias têm de comprar os livros no valor actual. O segredo, contou Maria Paulo, que foi ao mercado com a filha Rafaela, é saber procurar as bancas com os melhores preços.</p> <p>Todos os anos, disse, vão ao mesmo lugar pela praticidade e variedade de produtos encontrados. "Geralmente buscamos os locais com preços mais favoráveis”, disse.</p> <p>Além do valor dos livros, Maria disse que existem outras preocupações com o início do ano lectivo. "Os preços estão altos e ainda temos de ver a questão da matrícula, que também subiu, e a mensalidade. Às vezes tudo foge do planeado”, referiu.</p> <p><strong>Outros espaços</strong></p> <p>No mercado Tala Hady (Sofrimento), o comerciante de material escolar Conceição Sebastião disse que, devido à subida dos preços, apesar do início oficial do ano lectivo, a procura tem sido muito fraca.</p> <p>Comerciante há mais de dez anos, afirmou que nos anos anteriores nesta fase do arranque do ano lectivo já teria vendido todo o material e já estaria a pensar numa viagem a Luanda para adquirir mais.</p> <p>Conceição Sebastião lamenta a pouca procura, pelos pais e encarregados de educação, dos materiais escolares para os educandos e culpa a subida dos preços.</p> <p><strong>Pouca procura</strong></p> <p>Na Gráfica Nâmbua, localizada no centro da cidade, o responsável, Manuel Tomé, disse que neste momento está a registar pouca procura de material escolar, em parte devido aos preços praticados.</p> <p>Para Manuel Tomé, os artigos vendidos na loja são de qualidade e garantem fiabilidade e durabilidade. "Pela qualidade do material vendemos a bata ao preço de oito mil kwanzas, por ser um tecido de qualidade e com timbre da respectiva escola, com dizeres ao gosto do cliente”, explicou.</p> <p>O comprador e funcionário público Mateus Alexandre, acompanhado do filho Daniel, é um dos que prefere optar sempre pela Gráfica Nâmbua. "Sempre venho aqui, mesmo sem precisar de pesquisar os preços”, explicou</p> <p>Manuel Tomé acredita que o aumento de preço é consequência da alta do dólar e escassez de matéria-prima.</p> <p>"Nós últimos meses tivemos um aumento grande no valor dos materiais escolares. Mas neste momento, apesar da fraca procura, alguns itens, como cadernos, esferográficas e réguas estão a ter uma ligeira saída”, explicou.</p> <p>A pouca procura por parte dos clientes foi também manifestada pelo vendedor Domingos Dias, outro comerciante, que trabalha na rua da Missão, em Ndalatando. Para ele, além da subida dos preços, hoje há muita gente a comercializar este tipo de materiais, o que influencia negativamente na afluência de clientes.</p> <p><strong>Protesto</strong></p> <p>O encarregado de educação Andrade António é um dos que protesta a alta de preços dos materiais escolares e sustenta que até ao momento ainda não comprou os materiais para os cinco filhos.</p> <p>O agricultor disse que tudo tem feito para manter os filhos a estudar. "Mas não tem sido fácil. A solução, às vezes, é pesquisar preços em diferentes locais e comprar no mais barato”.</p> <p>Algumas mães têm mostrado insatisfação e procurado por solução em várias lojas locais. É o caso de Mariana Castro, que este ano já foi duas vezes ao mercado Tala-Hady e em alguns quiosques para comprar tudo que Laura e Pedro, de 11 e sete anos, precisam para este ano lectivo 2023/2024.</p> <p>A Delegação Provincial da Educação tem estado a distribuir livros para o ensino de base em escolas de todos os municípios, para facilitar o processo de ensino e aprendizagem e para que as crianças, principalmente as de famílias com poucos recursos financeiros, não tenham muitas dificuldades em aprender a ler e a escrever.</p> <p> </p> <p>Fonte; Jornal de angola - https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/precos-dos-materiais-escolares-preocupam-encarredos-de-educacao/</p>