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Pólos universitários em Coimbra estão segregados face à cidade

Uma tese de doutoramento concluiu, através de uma análise à configuração da estrutura urbana de Coimbra, que os pólos universitários estão segregados face à cidade e não estão totalmente integrados no tecido urbano.

<p>Atese &quot;Coimbra: Universidade e Cidade como manta de retalhos&quot;, da autoria de Susana Faria, recorre a uma an&aacute;lise feita atrav&eacute;s da configura&ccedil;&atilde;o espacial da estrutura urbana de Coimbra, que sustenta uma observa&ccedil;&atilde;o h&aacute; muito feita pelos habitantes da cidade e da sua rela&ccedil;&atilde;o com a universidade.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>&quot;H&aacute; uma conclus&atilde;o daquilo que j&aacute; era uma ideia da universidade de costas voltadas para a cidade e vice-versa. Aqui, atrav&eacute;s de uma metodologia mais objetiva, confirma-se aquilo que era uma vis&atilde;o emp&iacute;rica&quot;, disse &agrave; ag&ecirc;ncia Lusa a autora do estudo.</p> <p>O estudo centra-se nos P&oacute;los I, II e III da Universidade de Coimbra, criados e transformados em diferentes momentos da hist&oacute;ria da mais antiga institui&ccedil;&atilde;o de ensino superior do pa&iacute;s.</p> <p>No caso do P&oacute;lo I, a transforma&ccedil;&atilde;o da sua rela&ccedil;&atilde;o com a cidade surge na sequ&ecirc;ncia da demoli&ccedil;&atilde;o de muito do casario implantado na Alta de Coimbra, durante o Estado Novo, que avan&ccedil;ou com a ideia de se criar uma cidade universit&aacute;ria, impondo uma planta organizada por grandes eixos e edif&iacute;cios de &quot;estilo monumental e racionalista&quot;.</p> <p>&quot;Antes, havia ali um maior conv&iacute;vio entre estudantes e popula&ccedil;&atilde;o e havia servi&ccedil;os e com&eacute;rcio muito pr&oacute;ximos da universidade&quot;, notou Susana Faria, referindo que, ap&oacute;s a interven&ccedil;&atilde;o do Estado Novo, promoveu-se uma separa&ccedil;&atilde;o entre cidade e universidade, criando uma zona quase monofuncional, que fica deserta ap&oacute;s o fim das aulas.</p> <p>Ap&oacute;s o 25 de Abril, surge o desenvolvimento do Plano Geral da Universidade de Coimbra (UC) e os planos para os novos P&oacute;los II e III (cujas constru&ccedil;&otilde;es foram conclu&iacute;das no in&iacute;cio do s&eacute;culo XXI), j&aacute; com o prop&oacute;sito de reverter os efeitos da monofuncionalidade que se observavam na Alta de Coimbra, estando prevista a intercala&ccedil;&atilde;o de edif&iacute;cios universit&aacute;rios com outro tipo de ocupa&ccedil;&otilde;es.</p> <p>Apesar disso, outros tipos de edif&iacute;cios acabaram por n&atilde;o surgir e o estudo concluiu que, apesar destes dois polos mais recentes estarem internamente integrados, apresentam um &quot;desenvolvimento tendencialmente segregado em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; cidade&quot;.</p> <p>Susana Faria utilizou uma metodologia que tem como base a teoria da l&oacute;gica social do espa&ccedil;o, com um programa que analisa os atributos do espa&ccedil;o (integra&ccedil;&atilde;o, conectividade, sinergia e inteligibilidade) e da rela&ccedil;&atilde;o das ruas entre si, enquanto sistema (calculando tamb&eacute;m o n&uacute;mero de mudan&ccedil;as de dire&ccedil;&atilde;o que s&atilde;o necess&aacute;rias efetuar para se deslocar de um ponto para outro).</p> <p>Na Alta, h&aacute; v&aacute;rias ruas quebradas que obrigam a um maior n&uacute;mero de mudan&ccedil;as de dire&ccedil;&atilde;o num hipot&eacute;tico percurso entre dois pontos, j&aacute; os P&oacute;los II e III, apesar de funcionarem como um sistema intelig&iacute;vel para quem est&aacute; dentro, surgem segregados quando confrontados &quot;com um sistema maior&quot;.</p> <p>&quot;A forma como se ligam ao sistema &eacute; muito fr&aacute;gil e s&atilde;o poucos os pontos de liga&ccedil;&atilde;o e, portanto, ficam segregadas da restante estrutura&quot;, notou, real&ccedil;ando, por&eacute;m, que o P&oacute;lo II tem um maior potencial de se tornar numa zona integrada da cidade.</p> <p>Na tese, Susana Faria admitiu tamb&eacute;m que a topografia acidentada dos p&oacute;los analisados pode tamb&eacute;m contribuir como um fator para o desenvolvimento segregado dos espa&ccedil;os universit&aacute;rios em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; cidade.</p> <p>O estudo recorre tamb&eacute;m a um inqu&eacute;rito a 1.837 alunos da Universidade de Coimbra que concluiu que a maioria reside fora das &aacute;reas onde estuda, passando a maior parte do tempo dispon&iacute;vel em casa.</p> <p>Ou seja, ap&oacute;s o hor&aacute;rio escolar, a maioria dos alunos est&atilde;o ausentes do espa&ccedil;o p&uacute;blico dos p&oacute;los universit&aacute;rios, que acabam por ficar desertos.</p> <p>&quot;Eu acho que &eacute; poss&iacute;vel diminuir esta separa&ccedil;&atilde;o, com planeamento. Esta ferramenta [a que recorreu] pode ser uma mais-valia, porque &eacute; preditiva. Se alterarmos a forma como se liga esta estrutura urbana podemos condicionar ou promover o crescimento e desenvolvimento integral da cidade&quot;, vincou.</p> <p>Segundo Susana Faria, a metodologia utilizada pode tamb&eacute;m ser usada para perceber &quot;quais as &aacute;reas que precisam de mais transportes p&uacute;blicos&quot; porque consegue identificar aquelas que est&atilde;o mais segregadas.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Fonte:&nbsp;https://www.noticiasaominuto.com/pais/2292325/polos-universitarios-em-coimbra-estao-segregados-face-a-cidade</p>

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