E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 63 21 734
  • info@edu-tech-global.com
“Na educação não é possível ter qualidade sem sacrificar a quantidade”

Comecemos por falar de educação e alfabetização em Moçambique. Nós temos alguns desafios neste momento. Temos pessoas que ainda não sabem ler em Moçambique. Como é que olha?

<p>Em entrevista ao jornal O Pa&iacute;s, o representante da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Educa&ccedil;&atilde;o, Ci&ecirc;ncia e Cultura, Paul Gomis, aponta para fragilidades na qualidade do ensino relacionado com o n&uacute;mero de alunos que os parceiros de coopera&ccedil;&atilde;o exigem ao pa&iacute;s em cada ano lectivo. Paul tamb&eacute;m aponta para a quantidade de l&iacute;nguas nacionais com um desafio para que a educa&ccedil;&atilde;o tenha efic&aacute;cia, n&atilde;o s&oacute; em Mo&ccedil;ambique, como tamb&eacute;m em todo o continente.</p> <p><strong>Texto:&nbsp;</strong>Afonso Chavo</p> <p><strong>Foto:&nbsp;</strong>O Pa&iacute;s</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Comecemos por falar de educa&ccedil;&atilde;o e alfabetiza&ccedil;&atilde;o em Mo&ccedil;ambique. N&oacute;s temos alguns desafios neste momento. Temos pessoas que ainda n&atilde;o sabem ler em Mo&ccedil;ambique. Como &eacute; que olha?</strong></p> <p>Afonso, permita-me que cite algo. &Eacute; importante que saibamos do que estamos a falar. Quero citar o pre&acirc;mbulo da cria&ccedil;&atilde;o da UNESCO. Diz-se que, &ldquo;uma vez que est&aacute; nas mentes dos homens que as guerras come&ccedil;am, &eacute; nas mentes dos homens que devemos construir defesas para a paz&rdquo;. Isto diz tudo. Ent&atilde;o, depois desta cita&ccedil;&atilde;o, em primeiro lugar, temos de reconhecer os progressos realizados ao longo dos tempos e dos anos. Lembrem-se que o pa&iacute;s &eacute; bastante jovem. Por vezes, tendemos a esquecer-nos dessa dimens&atilde;o. E apesar da independ&ecirc;ncia, tamb&eacute;m houve guerras civis. Isso teve um grande impacto. Ao mesmo tempo, podemos ver pessoas brilhantes que s&atilde;o o fruto da educa&ccedil;&atilde;o moderna de Mo&ccedil;ambique. E o pa&iacute;s estava a ir muito bem, por vezes. Mas &eacute; como na vida humana, sabe, h&aacute; altos e baixos. Por isso, neste momento, reconhe&ccedil;amos que o sistema est&aacute; a enfrentar, assim como todos n&oacute;s, parceiros e Governo, o sistema est&aacute; a passar por um per&iacute;odo dif&iacute;cil. Por isso, estamos a trabalhar com o Governo para ajudar a conceber a pol&iacute;tica, as estrat&eacute;gias e estamos a defender e tamb&eacute;m a acompanhar o programa de desenvolvimento. Poderei falar mais sobre isso mais tarde. Dito isto, temos um problema de qualidade. &Eacute; uma quest&atilde;o real e estamos muito satisfeitos por sermos um dos principais parceiros a ajudar o Governo a preparar a confer&ecirc;ncia sobre educa&ccedil;&atilde;o de qualidade, com o objetivo de adoptar uma abordagem sectorial, ou seja, desde o ensino pr&eacute;-prim&aacute;rio ao ensino superior e &agrave; aprendizagem ao longo da vida.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Mo&ccedil;ambique tornou-se independente, digamos, h&aacute; 48 anos, e temos ainda uma percentagem significativa de pessoas que n&atilde;o sabem ler em Mo&ccedil;ambique. Acha que Mo&ccedil;ambique poderia estar mais longe do que est&aacute; agora?</strong></p> <p>Eu estou convencido e &eacute; por isso que estou aqui. E n&atilde;o sou o &uacute;nico. Como j&aacute; disse, h&aacute; altos e baixos. Neste momento, &eacute; bastante dif&iacute;cil para o pa&iacute;s. Mas, sem d&uacute;vidas, se combinarmos as li&ccedil;&otilde;es, se olharmos para as li&ccedil;&otilde;es aprendidas no passado, se tamb&eacute;m fizermos o melhor uso poss&iacute;vel dos especialistas, dos especialistas nacionais, dos especialistas que temos no pa&iacute;s, combinados com o apoio de parceiros internacionais. E se formos suficientemente oportunistas para utilizar da melhor forma as novas tecnologias, recuperaremos rapidamente o atraso e faremos um trabalho melhor para servir o pa&iacute;s. Sem d&uacute;vida que &eacute; poss&iacute;vel, sim.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> <p><strong>E disse que est&aacute; preocupado com a qualidade do ensino em Mo&ccedil;ambique. Mas, ao mesmo tempo, Mo&ccedil;ambique presta educa&ccedil;&atilde;o de forma gratuita. As pessoas n&atilde;o pagam at&eacute; um certo n&iacute;vel. Acha que isto &eacute; sustent&aacute;vel para um pa&iacute;s pobre como Mo&ccedil;ambique?</strong></p> <p>Pode ser sustent&aacute;vel. &Eacute; uma quest&atilde;o de decis&atilde;o estrat&eacute;gica e pol&iacute;tica. Cada pa&iacute;s tem os seus modelos. H&aacute; pa&iacute;ses onde tudo est&aacute; privatizado. Alguns est&atilde;o a funcionar muito bem, mas outros n&atilde;o. H&aacute; pa&iacute;ses em que tudo &eacute; p&uacute;blico. Alguns est&atilde;o a funcionar muito bem, mas outros n&atilde;o.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>E, em Mo&ccedil;ambique, est&aacute; a funcionar?</strong></p> <p>Dar uma oportunidade &agrave; maioria das pessoas de frequentar a escola &eacute; uma excelente ideia. A quest&atilde;o &eacute; saber com que qualidade. E tamb&eacute;m, se essa op&ccedil;&atilde;o existir, devemos encontrar recursos adicionais para complementar os recursos do Estado. Em nenhuma parte do mundo, o Governo tem recursos para financiar todos os seus programas de desenvolvimento. Por isso, desta forma, talvez haja tamb&eacute;m uma escolha. Deve ser feito um acordo entre o que o Governo est&aacute; a fazer e o que os parceiros v&atilde;o fazer para evitar sobreposi&ccedil;&otilde;es e fazer a melhor utiliza&ccedil;&atilde;o dos recursos dispon&iacute;veis. Este &eacute; provavelmente o ponto-chave se quisermos falar sobre a forma de mobilizar recursos para apoiar a educa&ccedil;&atilde;o: a primeira coisa a fazer &eacute; convencer toda a gente de que estamos a utilizar da melhor forma os recursos dispon&iacute;veis, por mais escassos que sejam. Por&eacute;m, tamb&eacute;m, o pa&iacute;s est&aacute; a enfrentar v&aacute;rios desafios. A cidade capital est&aacute; aqui e o resto do pa&iacute;s est&aacute; l&aacute; em cima. E quantas l&iacute;nguas? E depois, ainda temos o portugu&ecirc;s. Por isso, a quest&atilde;o das l&iacute;nguas &eacute; um verdadeiro desafio a enfrentar. E podemos mencionar v&aacute;rios pa&iacute;ses onde o debate permitiu dizer que come&ccedil;&aacute;mos a ter l&iacute;nguas nacionais, mas em n&uacute;mero limitado. Mas, quanto mais l&iacute;nguas nacionais houver, maiores s&atilde;o os desafios. Porque as l&iacute;nguas nacionais precisam de ser normalizadas primeiro. Os professores t&ecirc;m de ser formados. E, depois, o ensino, a aprendizagem e o material t&ecirc;m de estar dispon&iacute;veis. &Eacute; poss&iacute;vel fazer tudo ao mesmo tempo? E &eacute; um debate. Penso que a op&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica do Governo e da sociedade civil &eacute; decidir qual a melhor op&ccedil;&atilde;o, mas parece ser um grande desafio.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Disse que depende da pol&iacute;tica estrat&eacute;gica e das pol&iacute;ticas e, por vezes, da forma como os parceiros podem ajudar e as pessoas em Mo&ccedil;ambique costumavam culpar os parceiros de algumas coisas que temos em termos de qualidade da nossa educa&ccedil;&atilde;o. Dizem que o Governo mo&ccedil;ambicano &eacute; obrigado a atingir alguns objectivos em vez de fazer um controlo do tipo de pessoas que estamos a educar, se est&atilde;o a ser bem formadas. Acha que o Governo de Mo&ccedil;ambique pode ter algum controlo sobre a qualidade ao mesmo tempo que tem alguns objectivos que precisa de alcan&ccedil;ar, para que os parceiros possam continuar a dar o dinheiro que est&atilde;o a dar?</strong></p> <p>Para come&ccedil;ar, tenho de fazer justi&ccedil;a a Mo&ccedil;ambique e aos pa&iacute;ses em vias de desenvolvimento. Durante todo o tempo, at&eacute; aos anos 80, o sistema de educa&ccedil;&atilde;o estava a avan&ccedil;ar lentamente, mas tentando combinar quantidade e qualidade ao mesmo tempo. Depois, temos aquilo a que se chama pol&iacute;tica de ajustamento. Foi assim que o sistema educativo, o sistema de sa&uacute;de e os servi&ccedil;os sociais foram drasticamente afectados, negativamente afectados, reduzidos com a redu&ccedil;&atilde;o do or&ccedil;amento, do financiamento. At&eacute; as escolas de forma&ccedil;&atilde;o de professores foram afectadas. N&atilde;o dispunham de recursos suficientes para formar os professores que deveriam ter sido formados no passado. Os sal&aacute;rios dos professores e dos educadores foram reduzidos. Isso tem um efeito directo na qualidade do ensino. Ainda estamos a pagar o pre&ccedil;o at&eacute; agora. Depois, tamb&eacute;m este ano, a ONU reuniu-se com o Comit&eacute; Internacional da ONU para falar dos ODM, porque se sentiu a necessidade de acompanhar e ajudar o sistema a manter-se por si pr&oacute;prio. A quest&atilde;o &eacute; que os ODM estavam muito mais centrados na quantidade para obter o m&aacute;ximo de resultados. E se n&atilde;o houver milagre, n&atilde;o se pode ter quantidade e qualidade ao mesmo tempo, sobretudo se se acelerar. Portanto, v&ecirc;-se que a taxa de n&atilde;o execu&ccedil;&atilde;o &eacute; muito elevada, mas a que custo? Apressamo-nos demasiado, n&atilde;o temos capacidade. &Eacute; uma tend&ecirc;ncia, e agora estamos a tentar recuperar o atraso, regressando gradualmente para tentar tomar uma decis&atilde;o. E temos iniciativas como a Cimeira da Transforma&ccedil;&atilde;o da Educa&ccedil;&atilde;o, TES (CTE), e todos esses mecanismos, os ODS, que visam garantir que todos contribuem para melhorar a qualidade. Sem sacrificar a quantidade, temos de melhorar a qualidade. E essa qualidade, toda a gente sabe, custa muito caro.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Quer dizer, disse que n&atilde;o precisamos de sacrificar a quantidade e Mo&ccedil;ambique est&aacute; a ter um&nbsp;<em>boom</em>&nbsp;de popula&ccedil;&atilde;o. Prev&ecirc;-se que tenhamos 60 milh&otilde;es de mo&ccedil;ambicanos at&eacute; 2050. Como &eacute; que se faz sem sacrificar a quantidade?</strong></p> <p>Trata-se de uma escolha estrat&eacute;gica e de uma pol&iacute;tica, de uma pol&iacute;tica nacional. Existem diferentes op&ccedil;&otilde;es. Cada pa&iacute;s decide qual delas &eacute; a melhor. Mas &eacute; muito claro que n&atilde;o se trata de uma ap&oacute;s a outra ou de uma ou outra. Precisamos de combinar. Como ajustar as duas e combin&aacute;-las? Essa &eacute; uma quest&atilde;o. &Eacute; tamb&eacute;m uma quest&atilde;o de afectar adequadamente os recursos. O que &eacute; que queremos privilegiar? Ser&aacute; a educa&ccedil;&atilde;o em primeiro lugar? Ser&aacute; a sa&uacute;de? As infra-estruturas? E qual &eacute; a combina&ccedil;&atilde;o correcta? Mas, mais uma vez, seja qual for a escolha, o apoio internacional regular, est&aacute;vel e crescente para ajudar Mo&ccedil;ambique a chegar aonde est&aacute;. Aleluia, poder&iacute;amos dizer ou Alhamdulillah. Porque est&aacute; a chegar o g&aacute;s, os recursos do g&aacute;s e outros recursos naturais. A forma como o Governo vai conseguir garantir que a parte adequada seja canalizada para apoiar a educa&ccedil;&atilde;o &eacute; uma decis&atilde;o pol&iacute;tica e n&atilde;o o fez. Mas, definitivamente, n&atilde;o h&aacute; d&uacute;vida de que, de todas as discuss&otilde;es que estamos a ter, de todas as autoridades deste pa&iacute;s, da sociedade civil, todos est&atilde;o convencidos de que devemos investir na qualidade da educa&ccedil;&atilde;o. Em muitos pa&iacute;ses em desenvolvimento, incluindo Mo&ccedil;ambique, as pessoas est&atilde;o a falar muito sobre a quantidade de recursos. N&oacute;s temos recursos naturais. Mas, no meu humilde ponto de vista, o &uacute;nico factor sustent&aacute;vel que vai ajudar o pa&iacute;s a manter-se &eacute; o investimento no capital humano. Alguns pa&iacute;ses n&atilde;o t&ecirc;m recursos naturais e est&atilde;o a avan&ccedil;ar muito rapidamente. E, por vezes, as pessoas dizem que &Aacute;frica tem muitos recursos, etc. Deixem-me dizer-vos uma coisa. N&atilde;o &eacute; segredo. Muitos pa&iacute;ses desenvolvidos n&atilde;o t&ecirc;m recursos. N&atilde;o est&atilde;o a falar deles. Em termos estrat&eacute;gicos, temos de ser capazes de gerir os recursos naturais e garantir que investimos, que transformamos o capital humano em algo muito s&oacute;lido que ir&aacute; sustentar o desenvolvimento. Esse &eacute; certamente o melhor investimento que podemos fazer.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Mo&ccedil;ambique &eacute; um pa&iacute;s multicultural. Em termos de l&iacute;nguas, temos mais de 20. Como &eacute; que combinamos este car&aacute;cter multicultural do pa&iacute;s e a necessidade de educar todas as pessoas? Para n&oacute;s, a educa&ccedil;&atilde;o significa uma coisa, para os outros, significa outra.</strong></p> <p>Em primeiro lugar, como UNESCO e por ter trabalhado alguns anos neste sector, gostaria de fazer uma pequena distin&ccedil;&atilde;o. H&aacute; a instru&ccedil;&atilde;o e h&aacute; a educa&ccedil;&atilde;o. E muitas pessoas tendem a confundir as duas. A instru&ccedil;&atilde;o &eacute; algo que &eacute; preciso aprender nas escolas. E as escolas tamb&eacute;m podem transmitir valores e princ&iacute;pios, mas a educa&ccedil;&atilde;o &eacute; mais vasta do que a instru&ccedil;&atilde;o. E se olharmos para a nossa sociedade, basicamente a sociedade africana, e a maioria dos pa&iacute;ses, de facto, tudo come&ccedil;ou em casa. O primeiro n&iacute;vel de educa&ccedil;&atilde;o come&ccedil;a em casa. E mais especificamente em &Aacute;frica e nos pa&iacute;ses em desenvolvimento, na sociedade houve uma altura em que, como crian&ccedil;a, comet&iacute;amos um grande erro fora de casa e nesse s&iacute;tio podiam repreender-nos. Nem sequer podias ir falar com os teus pais, porque sabias o que eles te iam dizer, que te iam repreender duas vezes. Portanto, mesmo sem a tua fam&iacute;lia, tens pessoas que cuidam de ti e te orientam. Isso &eacute; verdade. E depois, o terceiro &eacute; a educa&ccedil;&atilde;o, a escola. As fam&iacute;lias est&atilde;o agora a enfrentar uma crise. A sociedade j&aacute; n&atilde;o &eacute; o que era e as escolas est&atilde;o em crise. Portanto, &eacute; uma s&eacute;rie destes factores que nos leva ao ponto em que estamos. Por isso, esperar que a educa&ccedil;&atilde;o, a escola por si s&oacute;, a universidade, o que quer que seja, esteja a responder &agrave;queles que v&atilde;o falhar &eacute; errado. Por isso, temos de dar um passo atr&aacute;s e olhar para o aspecto multidimensional da quest&atilde;o. A educa&ccedil;&atilde;o deve basear-se na identidade e na cultura das pessoas. At&eacute; que ponto estamos a ter isso em conta? Se n&atilde;o o fizermos, estaremos apenas a copiar o que vem de fora. E isso ter&aacute; impacto na qualidade, porque haver&aacute; um antagonismo entre a sociedade e as pessoas que recebem instru&ccedil;&atilde;o. Os nossos jovens n&atilde;o t&ecirc;m nada contra o TikTok. Mas n&atilde;o podemos ter apenas o TikTok para educar os nossos filhos. As pessoas n&atilde;o t&ecirc;m tempo para ler. Actualmente, nem sequer querem ler. Por isso, &eacute; preciso lev&aacute;-los a voltar atr&aacute;s e descobrir mais sobre quem s&atilde;o. Olha para ti, mesmo da tua gera&ccedil;&atilde;o, muitas pessoas, se falares com elas, nem sequer conhecem a hist&oacute;ria de &Aacute;frica. N&atilde;o conhecem suficientemente a hist&oacute;ria de Mo&ccedil;ambique. E, depois, alguns, se lhes perguntares, por exemplo, o que &eacute; que o pa&iacute;s fez por eles, o que &eacute; que &Aacute;frica fez por eles, eles nem sequer citam uma coisa, o que n&atilde;o est&aacute; certo. Portanto, se nos esquecermos de quem somos, como &eacute; que sabemos para onde ir? Portanto, h&aacute; um desafio de educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Est&aacute; a dizer que &eacute; preciso adaptar os curr&iacute;culos &agrave; identidade cultural dos pa&iacute;ses?</strong></p> <p>&Eacute; mais do que os curr&iacute;culos, mas faz parte deles, sem d&uacute;vida. Sim, por isso temos o ensino, os curr&iacute;culos, o material did&aacute;ctico, a governa&ccedil;&atilde;o, o planeamento de pol&iacute;ticas, etc., tudo isto junto, mas &eacute; preciso tocar no terreno quem s&atilde;o as pessoas. Deixem-me ilustrar, porque isto deve ser muito te&oacute;rico. Veja-se que uma das sociedades mais avan&ccedil;adas da actualidade &eacute; a japonesa. Mas est&aacute; muito enraizada na sua cultura. Ent&atilde;o, como &eacute; que podemos ter um modelo que nos permita fazer isso? Assim, evitamos muitos mal-entendidos. Por vezes, a tens&atilde;o resulta de factores intang&iacute;veis, como este conflito que estamos a enfrentar entre a cultura, a identidade do povo e a instru&ccedil;&atilde;o que estamos a receber apenas do exterior.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Muito bem, isto leva-nos ao pr&oacute;ximo t&oacute;pico sobre a promo&ccedil;&atilde;o da igualdade de g&eacute;nero em Mo&ccedil;ambique. Vamos assumir que os africanos n&atilde;o olham para isto da mesma maneira. Principalmente as pessoas mais velhas, como talvez a gera&ccedil;&atilde;o anterior &agrave; vossa, podem ter um grande debate sobre esta quest&atilde;o. Como combinar a diferen&ccedil;a cultural e de pontos de vista nesta quest&atilde;o da igualdade de g&eacute;nero?</strong></p> <p>Penso que &eacute; mais uma vez uma quest&atilde;o sens&iacute;vel e h&aacute; uma realidade que temos de ajustar e dar igualdade e igualdade de oportunidades &agrave;s mulheres. Permita-me que cite o que a UNESCO costumava dizer nos anos 60, n&oacute;s gostamos de o dizer, vem de um fil&oacute;sofo, n&atilde;o o quero mencionar aqui. &ldquo;Educar um rapaz &eacute; educar uma pessoa. Educar uma mulher ou uma rapariga &eacute; educar toda uma fam&iacute;lia&rdquo;. Por isso, tem um grande impacto. Temos de investir muito mais nas mulheres e sabemos como elas trabalham, quando est&atilde;o empenhadas, fazem coisas. Ao mesmo tempo, a educa&ccedil;&atilde;o come&ccedil;a em casa. Se desde o in&iacute;cio os rapazes tiverem a certeza de que n&atilde;o devem fazer isto e aquilo, executar esta e aquela tarefa por causa de X, Y raz&otilde;es, ent&atilde;o estamos a criar um preconceito. E tamb&eacute;m, ao dizermos isso, estamos a esquecer que as raparigas, desde muito cedo, trabalham. Portanto, estamos tamb&eacute;m a minimizar o trabalho da rapariga e o trabalho da m&atilde;e. E, no entanto, como homem, quando estamos perdidos, voltamos para a nossa mulher. E, como disse, por detr&aacute;s de qualquer pessoa grande &eacute; muito importante, h&aacute; uma mulher. Portanto, h&aacute; uma contradi&ccedil;&atilde;o a esse respeito. Por isso, devemos apoiar as fam&iacute;lias para que comecem a resolver o problema. Mas tamb&eacute;m investir maci&ccedil;amente na educa&ccedil;&atilde;o, e actualmente nas escolas. Porque todos sabemos que, quando as crian&ccedil;as come&ccedil;am a trabalhar e adquirem algo, levam-no para casa e &eacute; &uacute;til. Assim, poder&iacute;amos fazer isso e, ao mesmo tempo, educar as mulheres. Estou espantado, sou muito a favor da igualdade das mulheres, mas perguntaram-me, alguns amigos meus, e eu disse que, no final do dia, o guardi&atilde;o, a pessoa que lidera a casa s&atilde;o as m&atilde;es. Como &eacute; que podem continuar a n&atilde;o abordar esta quest&atilde;o a esse n&iacute;vel? Para mim, &eacute; paradoxal. Compreendo que temos de apoiar, mas temos de apoiar as m&atilde;es e as mulheres para que levantem quest&otilde;es. Como &eacute; que podemos fazer diferente? Porque, ano ap&oacute;s ano, as crian&ccedil;as est&atilde;o a tornar-se cada vez mais machistas.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>H&aacute; uma quest&atilde;o paradoxal nesse pa&iacute;s, e vou contar-vos uma hist&oacute;ria minha. Pe&ccedil;o desculpas, vou falar da minha vida em particular. Quando eu tive a minha primeira namorada, apresentei-a &agrave; minha m&atilde;e. Ela disse: &ldquo;mas esta rapariga &eacute; mais velha do que tu. E sendo mais velha do que tu, ela vai controlar-te e n&atilde;o obedecer&aacute; &agrave;s tuas ordens. E tu devias ser a pessoa que d&aacute; ordens e ela obedece-te&rdquo;, isto por um lado; por outro lado, a minha m&atilde;e dizia &agrave; minha irm&atilde; que ela n&atilde;o deve depender de um homem e que deve come&ccedil;ar a trabalhar para poder ter a sua independ&ecirc;ncia. Como &eacute; que n&oacute;s, usando a educa&ccedil;&atilde;o, primeiro dizemos &agrave;s mulheres crescidas que a igualdade de g&eacute;nero n&atilde;o significa exactamente o que elas v&atilde;o discutir, porque cada fam&iacute;lia pode ter as harmonias de que precisa. Mas ter esta igualdade de g&eacute;nero ser&aacute; melhor do que continuar a ter homens maiores, ou digamos, num n&iacute;vel superior ao das mulheres.</strong></p> <p>Antes de mais, como disse, &eacute; um processo. As pessoas est&atilde;o expostas ao ambiente em que vivem e tendem a perpetrar o que sabem sem nunca o questionar. Quando se apresenta uma abordagem diferente, h&aacute; um choque de culturas, por vezes um choque. Quando se vem com uma abordagem diferente, &eacute; um choque de culturas, por vezes um choque. Mas &eacute; um processo. &Eacute; preciso aceitar investir devagar, devagarinho at&eacute; l&aacute; chegar. N&oacute;s, homens, temos uma situa&ccedil;&atilde;o muito boa. A minha mulher pode ficar em casa, considerar-se uma pessoa mais velha porque tem filhos. Posso pintar o cabelo, andar na rua, ir &agrave; discoteca e esquecer que sou mais velho do que a minha mulher. &Eacute; esta a realidade que estamos a enfrentar. Por isso, tamb&eacute;m somos n&oacute;s a criar aquilo a que se pode chamar masculinidade t&oacute;xica. Em casa, n&atilde;o queremos fazer determinado tipo de trabalho. Mesmo quando era adolescente, &agrave;s vezes cozinhava em casa. Dizia: &ldquo;Quero cozinhar. Eles riam-se de mim, mas eu estava a faz&ecirc;-lo. E isso n&atilde;o &eacute; problema. Eu lavo a loi&ccedil;a&rdquo;. Portanto, isto s&atilde;o coisas b&aacute;sicas, a n&atilde;o ser que, enquanto os rapazes n&atilde;o desmistificarem e virem que &eacute; uma coisa normal, v&atilde;o estar sempre na defensiva. Porque, se os amigos os encontram l&aacute; e come&ccedil;am a rir-se, o comportamento social influencia muito. Portanto, basicamente, a ideia &eacute; que os pais t&ecirc;m de encontrar uma forma de viverem juntos. Mas tudo come&ccedil;a por a&iacute;. Algu&eacute;m tem de ser o modelo a seguir. E &eacute; preciso ter esses conceitos. Al&eacute;m disso, &eacute; bom ter mulheres a assumir o poder, mas por vezes algumas mulheres tamb&eacute;m olham para isto de um ponto de vista antag&oacute;nico. N&atilde;o, &eacute; um processo construtivo para ajudar a mudar a mentalidade. &Eacute; um processo de transforma&ccedil;&atilde;o. Leva tempo.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>E como &eacute; que a UNESCO pode ajudar nesta quest&atilde;o?</strong></p> <p>A UNESCO est&aacute; a dar o seu melhor entre outros parceiros e, como j&aacute; disse, o patrim&oacute;nio, quando gira em torno da educa&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o est&aacute; sozinha. &Eacute; uma cultura. Temos de mudar a mentalidade das pessoas, como se comportar, como olhar para as coisas de forma diferente. Tamb&eacute;m deste ponto de vista, gostaria apenas de dizer que olhamos para a cultura de tr&ecirc;s &acirc;ngulos diferentes. O primeiro &eacute; a diversidade cultural. A humanidade &eacute; t&atilde;o rica. Rica de qu&ecirc;? De diversidade. Somos todos humanidade, todos humanos, mas ao mesmo tempo temos tantas diferen&ccedil;as, incluindo pessoas com defici&ecirc;ncia, algumas pessoas s&atilde;o baixas, tu &eacute;s brilhante, quem me dera ser t&atilde;o brilhante como tu. Somos todos diferentes uns dos outros, e &eacute; isso que faz a diferen&ccedil;a. Mas se nos limitarmos a usar o mesmo vestido e a pensar da mesma maneira, estamos a destruir a humanidade. E isso tamb&eacute;m cria tens&otilde;es e, por vezes, leva a guerras. Olhamos para isto a partir da cultura da paz e da n&atilde;o-viol&ecirc;ncia. A paz n&atilde;o &eacute; o sil&ecirc;ncio, o sil&ecirc;ncio n&atilde;o &eacute; paz. E n&atilde;o &eacute; por ser calmo que a paz existe. N&atilde;o. &Eacute; o significado de que, para haver paz, &eacute; preciso haver respeito pelos direitos humanos, transpar&ecirc;ncia, etc., igualdade de tratamento. Assim, promovemos a paz. E a terceira dimens&atilde;o &eacute; a cultura para o desenvolvimento. Quando se tem, por exemplo, um s&iacute;tio Patrim&oacute;nio Mundial como a Ilha de Mo&ccedil;ambique, n&atilde;o &eacute; para que algu&eacute;m fique ali sentado sem ser tocado. Pelo contr&aacute;rio, em todo o mundo, isso acontece para atrair o turismo, para que possam vir, gastar dinheiro, e esse dinheiro beneficiar a comunidade e apoiar o desenvolvimento. Por isso, combinamos cultura, turismo, ambiente e ind&uacute;strias criativas. &Eacute; provavelmente a &aacute;rea de desenvolvimento mais poderosa e a menos sexista, e n&atilde;o &eacute; equilibrada em termos de idade, nem tendenciosa. Por isso, as mulheres e os jovens t&ecirc;m as mesmas oportunidades. Estou a falar especialmente para os jovens. Sei que eles est&atilde;o muito interessados no vosso canal. Tudo o que estamos a dizer &eacute; sobre eles. N&atilde;o haver&aacute; transi&ccedil;&atilde;o neste pa&iacute;s se eles n&atilde;o aceitarem desempenhar o seu papel. Desempenhar o seu papel tamb&eacute;m &eacute;, por vezes, expressar-se de forma diferente. Mas, ao virem, dizem de forma construtiva: e isto? E quanto a isso? Sei que &eacute; uma idade dif&iacute;cil, em que n&atilde;o se sabe necessariamente o que fazer. Mas dar ideias e sugest&otilde;es vai ajudar muito, porque os adultos precisam de usar os adultos.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Ainda estamos a falar de quest&otilde;es culturais. Como v&ecirc; as iniciativas em Mo&ccedil;ambique de preserva&ccedil;&atilde;o do patrim&oacute;nio cultural do pa&iacute;s?</strong></p> <p>N&atilde;o falei sobre o que est&atilde;o a fazer, mas permitam-me que aproveite este caso muito espec&iacute;fico para dizer, expressar e felicitar Mo&ccedil;ambique. &Eacute; um dos pa&iacute;ses mais empenhados. O papel do Presidente, mas tamb&eacute;m o compromisso de todo o pa&iacute;s em proteger, penso eu, 25 ou 26% da terra como um legado para a gera&ccedil;&atilde;o futura. Basicamente, o modelo consiste em garantir que educamos os homens, desenvolvemos e temos um modelo de desenvolvimento que permitir&aacute; &agrave; humanidade e a todas as esp&eacute;cies, incluindo os animais, proteger o ambiente e deix&aacute;-lo vivo para a gera&ccedil;&atilde;o futura. Por isso, &eacute; vital, porque com o aquecimento global e as altera&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas, com a situa&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s que &eacute; frequentemente afectado por inunda&ccedil;&otilde;es, o ambiente &eacute; vital. N&atilde;o porque as pessoas estejam a pedir do exterior, mas mesmo para a nossa pr&oacute;pria popula&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o porque as pessoas estejam a pedir do exterior, mas mesmo para a nossa pr&oacute;pria popula&ccedil;&atilde;o, come&ccedil;amos por a&iacute;. Todos os anos enfrentamos desafios. Por isso, esta &eacute; uma abordagem dupla. Um &eacute; o das infra-estruturas. N&atilde;o estamos envolvidos em infra-estruturas, mas os parceiros est&atilde;o a ajudar e o Governo investe em infra-estruturas. Digo isto porque trabalhei na &Aacute;sia e nas Cara&iacute;bas. Os seus ciclos s&atilde;o por vezes piores, muitas vezes piores do que os que temos. Mas t&ecirc;m infra-estruturas b&aacute;sicas s&oacute;lidas. Por isso, escondem-se e saem depois. Mas o mais importante &eacute; incorporar a preven&ccedil;&atilde;o e o mecanismo de resposta na mente das pessoas. Porque, por vezes, Deus ajuda-nos. N&atilde;o funciona necessariamente. Por isso, combinamos infra-estruturas, mas criamos capacidade nas mentes, a capacidade de resili&ecirc;ncia da popula&ccedil;&atilde;o</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>J&aacute; estamos a falar de desenvolvimento sustent&aacute;vel e ambiente e esta &eacute; uma quest&atilde;o de, digamos, investimento, mas, por vezes, depende tamb&eacute;m da mentalidade cultural de que falou. Como &eacute; que a UNESCO pode ajudar Mo&ccedil;ambique nesta quest&atilde;o do desenvolvimento sustent&aacute;vel e do ambiente em termos de educa&ccedil;&atilde;o e da mentalidade cultural do povo mo&ccedil;ambicano?</strong></p> <p>N&atilde;o vou dizer como &eacute; que a UNESCO tenciona fazer. N&oacute;s estamos a faz&ecirc;-lo. Temos vindo a faz&ecirc;-lo. Para a informa&ccedil;&atilde;o, a UNESCO come&ccedil;ou a alertar o planeta nos anos 60 sobre o ambiente. S&oacute; agora &eacute; que o mundo est&aacute; a mexer-se. Portanto, j&aacute; agora, n&oacute;s somos a organiza&ccedil;&atilde;o intelectual, &eacute; esse o nosso papel, n&atilde;o temos m&eacute;ritos. Ent&atilde;o como &eacute; que se faz isso? Em primeiro lugar, temos escolas, por exemplo, estou a falar do mundo inteiro, planeadas para serem implementadas ou constru&iacute;das num ambiente espec&iacute;fico onde temos estradas de acesso. Permita-me que vos recorde, porque temos tend&ecirc;ncia para nos esquecermos com o tempo. Estrada de acesso, acesso a instala&ccedil;&otilde;es de sa&uacute;de, pontos de &aacute;gua e espa&ccedil;o para desporto. E depois? Uma horta escolar. E a horta escolar tem v&aacute;rias fun&ccedil;&otilde;es. As crian&ccedil;as aprendem desde muito cedo a observa&ccedil;&atilde;o, as ci&ecirc;ncias naturais. Em segundo lugar, elas crescem, pois est&atilde;o a cultivar plantas, descobrem e respeitam os ambientes. Em terceiro lugar, o produto da sua horta escolar &eacute; utilizado no seu pa&iacute;s para fins de alimenta&ccedil;&atilde;o. E o excedente tamb&eacute;m &eacute; vendido no exterior e o dinheiro volta para o estudante. Portanto, este &eacute; o modelo que foi abandonado h&aacute; algum tempo. Estamos agora a reaviv&aacute;-lo com o Governo e est&aacute; a funcionar muito bem. Ao mesmo tempo, a pr&eacute;-planta&ccedil;&atilde;o, a incorpora&ccedil;&atilde;o destes aspectos ambientais nos curr&iacute;culos escolares e nas escolas de forma&ccedil;&atilde;o de professores, tudo isto contribui para o ambiente. Do ponto de vista da UNESCO, estamos muito satisfeitos por ver que o mundo est&aacute; a juntar-se a n&oacute;s, incluindo o sector privado, para ajudar a avan&ccedil;ar na direc&ccedil;&atilde;o certa. Mas, ao mesmo tempo, n&atilde;o devemos esquecer o oceano porque, no seio da UNESCO, temos a Comiss&atilde;o Governamental Intelectual, a Comiss&atilde;o Oce&acirc;nica, que &eacute; respons&aacute;vel pela protec&ccedil;&atilde;o do ambiente. E quando se fala tamb&eacute;m de azul, estamos sempre presentes. H&aacute; d&eacute;cadas que a UNESCO tem vindo a trabalhar nestas &aacute;reas. Temos, finalmente, um instituto para a aprendizagem ao longo da vida, que faz parte do mecanismo para garantir que qualquer ganho em termos de conhecimento e&nbsp;<em>know</em>-how &eacute; reinjectado, acrescentando ao novo conhecimento, para que o mundo continue a construir sobre isso, para proteger o ambiente, mas tamb&eacute;m para valorizar a vida humana. Portanto, o ambiente para a protec&ccedil;&atilde;o dos direitos humanos e da vida, mas tamb&eacute;m para a protec&ccedil;&atilde;o das infra-estruturas e do ambiente.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Em termos de desenvolvimento sustent&aacute;vel, h&aacute; um debate que est&aacute; a decorrer e que as pessoas costumavam chamar de dilema. Claro que Mo&ccedil;ambique, por exemplo, tem alguns recursos naturais que, digamos, at&eacute; o g&aacute;s, mas veja, o g&aacute;s &eacute; considerado uma energia de transi&ccedil;&atilde;o actualmente. Mas as pessoas dizem que, se explorarmos os recursos naturais, podemos n&atilde;o estar a ser uma boa pessoa para o ambiente. Mas Mo&ccedil;ambique precisa de se desenvolver utilizando esses recursos. Como &eacute; que se ultrapassa este dilema?</strong></p> <p>Sim, ent&atilde;o est&aacute; a colocar a quest&atilde;o levantada no debate entre pa&iacute;ses em desenvolvimento e pa&iacute;ses desenvolvidos. Polu&iacute;ram o planeta. Agora n&atilde;o querem utilizar a energia. N&atilde;o me quero alongar muito sobre isso. Mas, basicamente, posso p&ocirc;r as coisas desta forma? E deixem-me p&ocirc;r as coisas desta forma. Digamos que, h&aacute; alguns anos, o mundo n&atilde;o estava t&atilde;o informado como est&aacute; agora. Conhecemos imediatamente as consequ&ecirc;ncias de n&atilde;o cuidar do ambiente. Se n&atilde;o cuidarmos do ambiente, o ambiente cuidar&aacute; de n&oacute;s. Olhemos para a nossa volta, em todos os pa&iacute;ses desenvolvidos, h&aacute; pessoas a morrer por causa do calor. E &eacute; um grande desafio. No P&oacute;lo Norte, o vidro est&aacute; a derreter. No P&oacute;lo Norte, o vidro est&aacute; a derreter. Por vezes, vemo-lo aqui.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Fonte:&nbsp;https://edu-tech-global.com/gestao/artigos/adicionar</p>

Tags:
Partilhar: