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Museu Vieira da Silva quer fundos europeus para transição digital

A Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva vai recorrer aos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para criar uma transição digital e energética no museu, em Lisboa, dedicado à divulgação da obra do casal de artistas.

<p>&quot;A adapta&ccedil;&atilde;o dos museus &agrave; realidade virtual, a efici&ecirc;ncia energ&eacute;tica e a programa&ccedil;&atilde;o v&atilde;o estar no centro do novo mandato da funda&ccedil;&atilde;o&quot;, disse o presidente, Ant&oacute;nio Gomes de Pinho, entrevistado pela ag&ecirc;ncia Lusa, ap&oacute;s a confirma&ccedil;&atilde;o oficial de composi&ccedil;&atilde;o do novo conselho de administra&ccedil;&atilde;o da entidade, a 18 de fevereiro.</p> <p>Terminado o mandato anterior, o jurista, reconduzido pelo Governo como representante do Estado no conselho de administra&ccedil;&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS), para o quadri&eacute;nio 2021-2024, mant&eacute;m-se na presid&ecirc;ncia, continuando Jo&atilde;o Corr&ecirc;a Nunes como vice-presidente, em representa&ccedil;&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o Cidade de Lisboa.</p> <p>Questionado sobre as prioridades da FASVS para os pr&oacute;ximos quatro anos, numa altura em que o pa&iacute;s vive uma grave crise devido ao impacto da pandemia covid-19, Gomes de Pinho disse que o conselho de administra&ccedil;&atilde;o &quot;j&aacute; fez uma reflex&atilde;o sobre o futuro, e as formas recuperar e conquistar novos p&uacute;blicos&quot;, no quadro de uma nova estrat&eacute;gia.</p> <p>&quot;Em rela&ccedil;&atilde;o aos museus, apesar de muitas iniciativas que realizam, &eacute; preciso aproveitar as circunst&acirc;ncias para ir mais &agrave; frente, e construir um museu virtual tanto quanto poss&iacute;vel similar ao museu real, oferecendo aos p&uacute;blicos a possibilidade, com uma grande qualidade, de ter acesso a tudo o que temos: cole&ccedil;&otilde;es, exposi&ccedil;&otilde;es, atividades complementares, numa dimens&atilde;o t&atilde;o importante como a atividade ao vivo&quot;, descreveu o respons&aacute;vel.</p> <p>O objetivo da FASVS &eacute; conseguir tecnologia de qualidade para o p&uacute;blico poder aceder a visitas virtuais, sobretudo aos mais jovens, de forma a atra&iacute;-los para as visitas ao vivo.</p> <p>Inaugurado em 1994, o Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva &eacute; gerido pela funda&ccedil;&atilde;o, e o seu acervo cobre um vasto per&iacute;odo da produ&ccedil;&atilde;o de pintura e desenho do casal de artistas que viveu em Fran&ccedil;a, Portugal e no Brasil: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes (1897-1985), e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), uma das mais conceituadas artistas portuguesas.</p> <p>&quot;Uma li&ccedil;&atilde;o que a pandemia nos d&aacute; &eacute; que a nossa vida passa necessariamente pela realidade virtual, pelas plataformas, redes sociais, o que j&aacute; acontecia, mas acentuou-se agora, e todas as &aacute;reas da nossa vida recorrem ao digital, portanto &eacute; perfeitamente normal desenvolver esta &aacute;rea para o futuro&quot;, salientou Gomes de Pinho.</p> <p>Outra linha que a FASVS ir&aacute; desenvolver para o museu nos pr&oacute;ximos anos refere-se &agrave;s quest&otilde;es ambientais e de efici&ecirc;ncia energ&eacute;tica: &quot;Estabelecemos o objetivo, ao longo deste mandato, de atingir, ou ficar pr&oacute;ximo do n&iacute;vel de emiss&otilde;es zero de di&oacute;xido de carbono, o que implica uma grande transforma&ccedil;&atilde;o na infraestrutura do museu, no aspeto tecnol&oacute;gico, desde a produ&ccedil;&atilde;o aut&oacute;noma de eletricidade &agrave; substitui&ccedil;&atilde;o de equipamentos de climatiza&ccedil;&atilde;o&quot;.</p> <p>O presidente da FASVS espera que seja poss&iacute;vel financiar os projetos do Museu Arpad Sz&eacute;nes-Vieira da Silva com recurso aos fundos comunit&aacute;rios do PRR de Portugal, posto em consulta p&uacute;blica no passado dia 16, que elenca 36 reformas e 77 investimentos nas &aacute;reas sociais, clim&aacute;tica e de digitaliza&ccedil;&atilde;o, num total de 13,9 mil milh&otilde;es de euros em subven&ccedil;&otilde;es.</p> <p>Estas duas linhas estrat&eacute;gicas da FASVS v&atilde;o ser desenvolvidas em parceria com entidades de car&aacute;ter tecnol&oacute;gico - a ENGIE Portugal, empresa prestadora de servi&ccedil;os na &aacute;rea da efici&ecirc;ncia energ&eacute;tica, e, na &aacute;rea financeira, com a EDP, principal mecenas da funda&ccedil;&atilde;o, entre os cerca de uma dezena de patrocinadores.</p> <p>&quot;A defini&ccedil;&atilde;o destas atividades teve em conta a viabilidade econ&oacute;mica de as executar e prende-se com a possibilidade de recorrer a fundos desse programa, de contr&aacute;rio n&atilde;o ter&iacute;amos capacidade para o fazer com os nossos pr&oacute;prios meios&quot;, disse &agrave; Lusa Gomes de Pinho, acrescentando que est&aacute; em fase adiantada a prepara&ccedil;&atilde;o das candidaturas do museu ao PRR.</p> <p>Gomes de Pinho defendeu que a cultura &quot;deve ser um exemplo para as outras &aacute;reas, e estar na vanguarda das quest&otilde;es da digitaliza&ccedil;&atilde;o e descarboniza&ccedil;&atilde;o&quot; inscritas no plano europeu de recupera&ccedil;&atilde;o da crise pand&eacute;mica.</p> <p>Outra prioridade da FASVS &eacute; a &quot;consolida&ccedil;&atilde;o da estabilidade financeira&quot; da entidade, cujo or&ccedil;amento tem uma contribui&ccedil;&atilde;o de cerca de 50% do Estado, como um dos fundadores, e o restante prov&eacute;m de receitas pr&oacute;prias, &quot;no ano passado e este ano muito reduzidas devido &agrave; falta de p&uacute;blico, com as restri&ccedil;&otilde;es da pandemia, mas foi poss&iacute;vel fechar 2020 com um resultado positivo, devido a poupan&ccedil;as e a uma equipa reduzida&quot;.</p> <p>Na reuni&atilde;o do conselho de administra&ccedil;&atilde;o da FASVS, foram eleitos os corpos sociais para o novo mandato de quatro anos, tendo o conselho o presidente e vice-presidente, e ainda os restantes membros institucionais: Simonetta Luz Afonso, que representa a C&acirc;mara Municipal de Lisboa, e Rita Faden, que representa a Funda&ccedil;&atilde;o Luso Americana para o Desenvolvimento, tendo sido cooptados Vera Nobre da Costa, Jos&eacute; Manuel dos Santos e a curadora Isabel Carlos, que substituiu a historiadora Raquel Henriques da Silva.</p> <p>O conselho de administra&ccedil;&atilde;o elegeu ainda para o conselho fiscal Nuno Galv&atilde;o Teles, enquanto o conselho de patronos continua a ser presidido por Daniel Proen&ccedil;a de Carvalho, reeleito por aquele &oacute;rg&atilde;o em dezembro de 2020.</p>

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