Mais de 30 mil alunos, num universo de 100 mil, faltaram à prova de aferição de Português do 2.º ano, revelou hoje o coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), André Pestana.
<p> <audio class="audio-for-speech" src=""> </audio> </p> <div class="translate-tooltip-mtz translator-hidden"> <div class="header"> <div class="header-controls"> <p>"Na semana passada, mais de 30 mil alunos faltaram à prova de aferição de português do 2.º ano, num universo de 100 mil, ou seja, mais de 30%. Claramente, isto só é possível quando os encarregados de educação tomam esta iniciativa", referiu.</p> <p> </p> <p>Em declarações à Lusa depois de uma conferência de imprensa em frente à Escola Básica Dr. João Rocha Pai, em Vagos, André Pestana sublinhou que estes números atestam que a greve às provas de aferição tem tido "impacto em escolas de norte a sul do país", apesar "dos vários atropelos à greve".</p> <p>"Os docentes em greve agradecem a solidariedade de milhares de encarregados de educação que, de várias formas, manifestaram também a sua reprovação a estas provas de aferição, que têm servido essencialmente para sobrecarregar ainda mais os docentes com trabalho, criar ansiedade e 'stress' nos nossos alunos e fazê-los perder muitas aulas", acrescentou.</p> <p>Para o responsável do STOP, o novo ministro da Educação, Fernando Alexandre, "tem de mudar nas políticas educativas e no respeito pelos direitos laborais de quem trabalha nas escolas".</p> <p>"No seu recente programa apresentado 'Mais aulas, mais sucesso' pretende, infelizmente, agudizar ainda mais o envelhecimento e o cansaço docente. Não é esse o caminho, como também não é o caminho uma avaliação docente que começa a contar para a colocação dos professores", lamentou.</p> <p>André Pestana criticou também que se siga um modelo especial de remuneração e de avaliação apenas para os diretores escolares ou que se aprofunde a municipalização.</p> <p>"Para melhorar a qualidade da escola pública é fundamental uma gestão escolar democrática, o direito à Caixa Geral de Aposentações, uma avaliação justa e sem quotas, além de muitas outras questões específicas que o STOP continua a defender para docentes, assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores especializados", apontou.</p> <p>Já a delegada sindical do STOP em Vagos, Paula Neves, frisou que os docentes continuam em greve às provas de aferição por "uma questão de coerência com os princípios que defendem".</p> <p>"Os docentes não veem qualquer vantagem pedagógica para os alunos e também não veem qualquer vantagem educativa para o sistema. Neste momento encontramo-nos no fim do ano, os professores estão exaustos e as provas de aferição desviam meios tecnológicos e humanos que são fundamentais para o sucesso educativo dos alunos", justificou.</p> <p>De acordo com Paula Neves, a greve e "a luta" é para manter até os docentes serem ouvidos e conseguirem "algumas mudanças muito importantes" e das quais dizem não abdicar "a bem da qualidade da escola pública".</p> <p>À Lusa, esclareceu também que a greve é exclusivamente às provas de aferição, mantendo-se o cumprimento da atividade letiva.</p> <p>"Estamos a ser um bocadinho condicionados a ter de dizer que estamos em greve para não sermos substituídos e estamos a assumir as turmas e a cumprir com a atividade letiva. Mas temos colegas a quem foram apagados os sumários relativos a essas aulas e pretendem descontar-nos, como aliás já foi anteriormente feito, essas horas do nosso vencimento", denunciou.</p> <p> </p> <p>Leia Também: <a href="https://www.noticiasaominuto.com/pais/2581482/ja-ha-correcao-do-exame-de-geografia-a-do-11-ano-veja-os-criterios" target="_blank">Já há correção do exame de Geografia A do 11.º ano. Veja os critérios</a></p> </div> </div> </div> <p> </p>