
ISUWakucungo oferece os cursos de Direito, Engenharia Agrária e Civil, Psicologia, Enfermagem, Ciências Económicas e Empresariais, Análises Clínicas e Ciências Farmacêuticas, estando disponíveis, numa primeira fase 700 vagas
<p> <audio class="audio-for-speech" src=""> </audio> </p> <div class="translate-tooltip-mtz translator-hidden"> <div class="header"> <div class="header-controls"> <p>As celebrações dos 54 anos desde a elevação do Waku-Kungo à categoria de cidade, assinalados ontem, 6 de Julho, tiveram um grande significado para a população local, sobretudo aos jovens, por coincidirem com o reconhecimento, pelas autoridades, do primeiro Instituto Superior Privado.</p> <p>Os jovens contactados pelo Jornal de Angola reconhecem os ganhos alcançados, ficando para trás os sacrifícios consentidos num passado recente, em que tinham de percorrer longas distâncias para a capital da província ou à vizinha província do Huambo, a fim de terem acesso aos cursos de nível superior.</p> <p>Trata-se de uma instituição que apresenta uma oferta formativa que agrega valores aos estudantes locais, e não só, e que responde à demanda do mercado de trabalho.</p> <p>O presidente do Conselho de Administração do Grupo que promove o Instituto Superior Privado do Waku-Kungo (ISUWakocungo), Hélder Chipindo, garantiu ao Jornal de Angola que a instituição possui um curriculum formativo vasto, que engloba os cursos de Direito, Engenharia Agrária e Civil, Psicologia, Enfermagem, Ciências Económicas e Empresariais, Análises Clínicas e Ciências Farmacêuticas, estando disponíveis, numa primeira fase, um total de 700 vagas.</p> <p>Hélder Chipindo fez saber que o Isuwakocungo remeteu ao Ministério do Ensino Superior e Inovação uma necessidade de cursos para o próximo ano académico, que vai absorver um total de duas mil vagas para os diversos cursos. "Surgimos na cidade do Waku-Kungo com uma aposta muito grande, tendo em conta as potencialidades da região, e com o tempo pretendemos focarmo-nos para a área do empreendedorismo, que garante não só o ensino, mas também gerar capacidades aos jovens de criar empresas”, disse.</p> <p>Hélder Chipindo adiantou que o Isuwakucungo constitui um "ecossistema de ensino” que incorpora as componentes do ensino, pesquisa e empreendedorismo, factor que, segundo ele, o distingue de outras instituições de nível superior na província do Cuanza-Sul. Garantiu que, pela sua vocação, a instituição vai responder aos anseios da juventude da província, além de incorporar o desporto, nas modalidades de basquetebol, futebol salão, natação e outrasmodalidades.</p> <p>O gestor reconheceu os apoios da administração municipal da Cela, do Governo da província e do Ministério de tutela. "A implantação do Isuwakocungo ocorreu desde 2020, e só foi possível com os apoios que recebemos da administração local, do Governo da província e do Ministério do Ensino Superior e Inovação, o que orgulha bastante e sobretudo os estudantes da região, que vêm encurtadas as distâncias que percorriam para terem acesso ao ensino superior”, disse.</p> <p><strong> <br /> Estudantes falam em revolução</strong></p> <p>No seio dos jovens estudantes, a implantação do Instituto Superior Privado na cidade do Waku-Kungo constitui uma revolução na região, e consideram ser uma conquista que ultrapassa fronteiras, tendo em conta a oferta formativa alinhada às potencialidades agropecuárias da região.</p> <p>Inácio Praia Handanga é dos primeiros estudantes que vai frequentar o curso de Enfermagem Geral. Disse ao Jornal de Angola que, apesar de ingressar na universidade aos 42 anos, valeu à pena o surgimento do Isuwakocungo, e apelou os estudantes de outros municípios a juntarem-se ao instituto. "Resido aqui no Waku-Kungo, e por ter família aqui tornava-se oneroso frequentar o curso superior na vizinha província do Huambo. Com a abertura do instituto superior, tive que aproveitar a oportunidade”, referiu.</p> <p>Georgina Bombo, que frequenta o curso de Psicologia, revelou que aguardava, desde 2015, pelo ingresso ao ensino superior. O reconhecimento pelo Estado do IsuWakocungo surge como uma lufada de ar fresco, pois existe a garantia de que os cursos na instituição são ratificados. Georgina aproveitou a ocasião para apelar aos demais jovens no sentido de se dedicarem aos estudos.</p> <p>Joaquim Queta Teixeira matriculou-se no curso de Ciências Económicas e Empresariais e disse que o curso diz muito com ele, daí a escolha.</p> <p><br /> <strong>Cidade em franco crescimento</strong></p> <p>O administrador municipal da Cela, Francisco Manuel Mateus, considerou que as autoridades e os municípes acreditam, a cada ano que passa, em dias melhores, fruto dos programas que visam a melhoria das condições sociais básicas das populações.</p> <p>"São inúmeras as realizações que a cidade vem conhecendo nos últimos tempos, sobretudo com a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), mas ainda não consideramos o dever cumprido porque os desafios são enormes e constantes”, disse, tendo se mostrado optimista quanto ao desenvolvimento da região, tendo em conta as potencialidades agro-pecuárias e turísticas que a cidade do Waku-Kungo e o município em geral dispõem.</p> <p>Francisco Mateus reconheceu que, passados 54 anos, a cidade do Waku-Kungo continua a crescer, sobretudo no sector Social que vai respondendo aos anseios das populações. Entre os ganhos alcançados, salientou a melhoria da imagem do Waku-Kungo, através de acções de requalificação que a cidade conheceu nos últimos tempos, ostentando actualmente uma imagem digna. "A cidade do Waku-Kungo continua a crescer, mas também a desenvolver-se, basta olharmos aos níveis actuais de desenvolvimento, o que nos obriga a trabalharmos mais para respondermos aos anseios dos cidadãos”, frisou.</p> <p><br /> <strong>Administrador municipal da Cela destaca ganhos do PIIM</strong></p> <p>O administrador municipal da Cela reconheceu que o Plano Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM) contemplou para o município um conjunto de acções que compreendem 12 projectos.</p> <p>Entre os resultados da implementação do PIIM destaca-se a construção de duas escolas com sete salas de aula cada, sendo uma na comuna da Quissanga-Kungo e outra na sede comunal da Sanga, a instalação de iluminação pública, sobretudo nas principais ruas da cidade e jardins, limpeza e saneamento, reabilitação de passeios e lancís, a aquisição de meios de saneamento básicos, operacionalização dos serviços de saúde, terraplanagem dos bairros periféricos da cidade, bem como de outras infra-estruturas sociais.</p> <p>Francisco Mateus apontou para o sector Social como o que mais ganhos teve, sobretudo a Saúde, que fruto dos investimentos feitos, conta agora com 36 unidades sanitárias, sendo um Hospital Geral, três centros médicos e 32 postos de saúde. Neles trabalham 24 médicos, 194 enfermeiros, 32 técnicos de diagnóstico e terapêutico, 14 quadros administrativos e 43 de apoio hospitalar.</p> <p>Já no sector da Educação, a rede escolar compreende agora 72 escolas, das quais três privadas, e conta com 1.445 professores.</p> <p><strong> <br /> Apelo aos cidadãos</strong></p> <p>O administrador municipal da Cela apelou às populações da Cela e da cidade do Waku-Kungo, em particular, no sentido de contribuirem para o desenvolvimento socioeconômico da cidade e do município, bem como terem uma convivência sadia, "que dignifique o bom nome deste povo trabalhador e acolhedor, cuja luta foi sempre defender a paz e a unidade nacional”. </p> <p>Francisco Manuel Mateus disse ainda ser necessário que as populações e os visitantes saibam conservar os bens públicos que o Governo está a recuperar e a colocar à sua disposição, porque as celebrações da cidade do Waku-Kungo não podem justificar o desrespeito ao próximo, a vandalização dos bens públicos e comportamentos anti sociais.</p> <p> <br /> <strong>Dinamizar o sector turístico</strong></p> <p>O administrador municipal considerou que a revitalização do sector turístico na Cela traz inúmeros benefícios, não só do ponto de vista de ocupação dos tempos livres, como da geração de empregos para os habitantes da região, sobretudo dos jovens.</p> <p>Francisco Mateus disse que o município da Cela é um destino de muitos turistas nacionais e estrangeiros, o que submete a administração municipal a enormes responsabilidades de criar condições, em parceria com o sector privado, no restauro de locais de atracção turística.</p> <p>Apar desse esforço, o administrador municipal da Cela defendeu o alargamento da rede hoteleira, para que possa dar resposta à procura. "Não podemos falar sobre a dinamização do turismo sem olharmos para a rede hoteleira, por ser a componente que garante o acolhimento de turistas”, defendeu.</p> <p>Francisco Mateus referiu que a exploração das potencialidades turísticas consta das prioridades do programa para os próximos tempos, tendo em conta os rendimentos que possam advir, nas vertentes social e económica. "Temos potencialidades turísticas no nosso município, mas, por falta de investimentos, estão quase em estado de abandono, sem o seu real aproveitamento por parte dos munícipes e, com isso, perdemos muitas receitas, bem como oportunidades de empregos para os jovens”, lamentou.</p> <p>Citou como exemplos de locais turísticos que clamam pela sua urgente reabilitação o Miradouro da Cidade (Morro Waku), o Centro de Emissores da TPA e da RNA, a Capela do Monsanto, na Aldeia n.º 6, o Lago dos hipopótamos, entre outros.</p> <p> <br /> <strong>União de todos para o desenvolvimento da Cela</strong></p> <p>O administrador municipal da Cela lançou um apelo para a necessidade da união de todos os munícipes para o alcance do desenvolvimento da cidade do Waku-Kungo e do município no geral.</p> <p>"Temos de trabalhar juntos para que possamos identificar e solucionar os nossos problemas”, advogou Francisco Mateus, para quem o desenvolvimento da cidade do Waku-Kungo abre oportunidades de investimentos aos empresários nacionais e estrangeiros. Para o efeito, garantiu que a administração que dirige vai prestar apoios a todos os que se interessem em executar projectos na região.</p> <p>No quadro das comemorações dos 54 anos de elevação do Wako-Kungo à categoria de cidade, a administração municipal elaborou um vasto programa que contempla actividades desportivas, culturais, exposição de produtos da região e palestras com temática diversificada, além de um espectáculo músico-cultural que vai juntar artistas locais e de renome no music hall nacional.</p> <p> <br /> <strong>Histórico da data</strong></p> <p>A cidade do Waku-Kungo, sede do município da Cela, na província do Cuanza-Sul, foi elevada à categoria de cidade no ano de 1970, pela Portaria n.º16.997, pelo então governador-geral de Angola, Camilo Augusto de Miranda Robocho Vaz, ainda durante a vigência do sistema colonial português.</p> <p>Segundo fontes orais, Waku, nome originário de Haku, significa de acordo com a tradição da região o bairro dos naturais de Kungu, a nomenclatura do Sobado, que aportuguesado passou a chamar-se de Waku-Kungo.</p> <p>Os portugueses chamaram-na de Santa Comba, tendo em conta a semelhança, em termos climáticos, da região de Santa Comba Dão, terra onde nasceu António Salazar. Para lhe conferir maior importância, a Cela foi durante a vigência do sistema colonial o maior Colonato em Angola, onde famílias portuguesas se fixaram, desenvolvendo a agro-pecuária.</p> <p>A actual denominação Waku-Kungo surgiu nos anos 1977/78, resultante da confluência de dois morros, o Waku e o Kungo.</p> <p>O município da Cela tem uma superfície de 5.525 quilómetros quadrados, conta com uma população de 301.204 habitantes, estando dividido administrativamente por três comunas: a sede, Kissanga-Kungo e Sanga.</p> </div> </div> </div> <p> </p>