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Hormonas aliviam dificuldades de movimento após lesão cerebral ou AVC

Um grupo de investigadores de vários países, incluindo Portugal, realizou um estudo que demonstra como as hormonas podem aliviar as dificuldades de movimento após uma lesão cerebral traumática ou AVC.

<p>Otrabalho, a que a Lusa teve hoje acesso e que tem como primeiro autor Nikolay Lukoyanov, investigador do Instituto de Investiga&ccedil;&atilde;o e Inova&ccedil;&atilde;o em Sa&uacute;de da Universidade do Porto (i3S) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), revela que as hormonas libertadas pela hip&oacute;fise ap&oacute;s uma les&atilde;o cerebral contribuem para a perda de movimentos corporais.</p> <p>Se estas hormonas forem bloqueadas, indicam estes novos resultados, os efeitos nocivos de uma les&atilde;o podem ser contrariados.</p> <p>Uma descoberta que, segundo os cientistas, pode ter implica&ccedil;&otilde;es no tratamento de pessoas com les&otilde;es cerebrais traum&aacute;ticas ou AVC.</p> <p>&quot;Sabemos que um AVC ou uma les&atilde;o de um lado do c&eacute;rebro causa dificuldades de movimento no lado oposto do corpo e estudos recentes mostraram-nos tamb&eacute;m que se dermos certas hormonas a um ratinho sem les&atilde;o cerebral isso pode causar perda de movimentos num dos lados do corpo. Descobrimos ent&atilde;o, ap&oacute;s testes in vivo, que s&atilde;o duas hormonas hipofis&aacute;rias em espec&iacute;fico - a &szlig;-endorfina e a Arg-vasopressina -- que causam este efeito de contra&ccedil;&atilde;o dos membros&quot;, explica, em comunicado, Nikolay Lukoyanov.</p> <p>A equipa administrou estas duas hormonas a ratos sem les&otilde;es cerebrais e descobriu que eles desenvolveram contra&ccedil;&atilde;o do membro inferior do lado direito e tentaram depois perceber o que aconteceria se dessem a ratos com les&atilde;o cerebral do lado esquerdo medicamentos que bloqueiam os efeitos destas duas hormonas.</p> <p>Os investigadores conclu&iacute;ram que os animais n&atilde;o desenvolveram problemas de movimento do lado direito, como seria de esperar.</p> <p>&quot;A nossa expectativa &eacute; que se tratarmos os pacientes com les&otilde;es cerebrais semelhantes com medicamentos que bloqueiam os efeitos destas hormonas, podemos obter melhorias&quot; na condi&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica, acrescenta Nikolay Lukoyanov.</p> <p>Estas observa&ccedil;&otilde;es sugerem que &quot;o sistema end&oacute;crino atrav&eacute;s das suas hormonas no sangue pode visar seletivamente os lados esquerdo e direito do corpo dos animais&quot;.</p> <p>&quot;Temos de ser cautelosos na interpreta&ccedil;&atilde;o destas descobertas e das suas implica&ccedil;&otilde;es biol&oacute;gicas e precisamos de verificar este fen&oacute;meno noutros modelos animais, mas se se confirmarem os benef&iacute;cios de tratamentos que bloqueiam estas hormonas, poderemos ter aqui uma nova abordagem ao tratamento de problemas de movimento ap&oacute;s um AVC ou les&atilde;o&quot;, considera Nikolay Lukoyanov.</p> <p>Os editores, autores e revisores deste artigo publicado na ter&ccedil;a-feira na revista cient&iacute;fica eLife, discutiram os resultados e classificaram o trabalho da seguinte forma: &quot;Extremamente interessante. E, se os seus resultados forem replicados, &eacute; tamb&eacute;m um estudo de enorme import&acirc;ncia&quot;, &quot;este manuscrito relata resultados not&aacute;veis de alt&iacute;ssima import&acirc;ncia cient&iacute;fica e possivelmente cl&iacute;nica&quot;, &quot;este estudo examina um fen&oacute;meno intrigante&quot; e &quot;esta contribui&ccedil;&atilde;o &eacute; t&atilde;o importante como inesperada. O interesse fundamental e cl&iacute;nico destes estudos n&atilde;o pode ser sobrestimada&quot;.</p> <p>A equipa inclui Georgy Bakalkin e Jens Schouenborg (Universidade de Lund, Su&eacute;cia), coautores s&eacute;niores do estudo, e, como primeiros coautores, Nikolay Lukoyanov (Universidade do Porto, Portugal), Hiroyuki Watanabe (Universidade de Uppsala, Su&eacute;cia), Liliana Carvalho (Universidade do Porto), e Olga Nosova e Daniil Sarkisyan (ambas Universidade de Uppsala).</p> <p>Inclui tamb&eacute;m os investigadores Mengliang Zhang e Marlene Storm Andersen (Universidade do Sul da Dinamarca), Elena A. Lukoyanova (Universidade do Porto), Vladimir Galatenko (Universidade Estatal de Moscovo Lomonosov, R&uacute;ssia), Alex Tonevitsky (Escola Superior de Economia da Universidade Nacional de Investiga&ccedil;&atilde;o, R&uacute;ssia), e Igor Bazov e Tatiana Iakovleva (ambas da Universidade de Uppsala).</p>

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