A presidente da Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário (FDC), Ana Dias Lourenço, lançou, terça-feira, a primeira pedra para a construção de uma escola de quatro salas e área administrativa na aldeia da Camutcha
O projecto da FDC, de criação de infra-estruturas escolares para aumentar e melhorar as condições do processo de ensino e aprendizagem em áreas recônditas, contempla, ainda, a construção de três outras escolas, de quatro e seis salas de aula, incluindo as respectivas áreas administrativas, nas aldeias de Camihombo, Mbala yo Mucua e Nphombo. A Primeira-Dama da República, ao valorizar os novos recintos escolares a serem erguidos em várias povoações do Hoque, disse ter sido necessário organizar, capacitar e fortalecer a comunidade local, tendo, para efeito, criado cinco núcleos, de modo a envolver todos os beneficiários. Ana Dias Lourenço disse terem sido formados 21 promotores comunitários que tratam, diariamente, da implementação do projecto-piloto, cuja experiência, se for positiva, vai abranger, também, outras localidades e províncias. Apelou ao engajamento de todos na construção da escola, para ser concluída no prazo previsto. A comunidade da Camucha, adiantou, deve começar já a preparar os viveiros para arborizar o pátio e áreas adjacentes. No ano passado, lembrou, deu-se início à distribuição de sementes, equipamentos agrícolas, enxadas, catanas e limas, para além de sete moto-cultivadoras e igual número de debulhadoras às associações de agricultores, que serviram para capacitar 14 operadores de máquinas. Ana Dias Lourenço reconheceu que o empenho das associações locais permitiu acumular dois milhões de kwanzas, um fundo de iniciativa local com receitas da venda de sementes e aluguer de equipamentos. Aos promotores e à Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário, a Primeira-Dama da República deixou o desafio de incentivarem as associações e a comunidade a envolverem-se mais na produção. “Fomos informados que o nível de literacia na comunidade do Cotoco era quase inexistente, pois a maior parte da população não sabia ler, nem escrever. Decidimos também priorizar a alfabetização, tendo sido já formados 34 alfabetizadores”, referiu. Deu como exemplo o caso de um alfabetizador que trabalha com 91 pessoas na aldeia da Camutcha. “A nível do Toco, temos nas cinco aldeias-piloto um programa em curso com 466 pessoas no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, com idades entre os 15 e 70 anos. Alegra-nos o facto de que 62 por cento são mulheres”, sublinhou. Ana Dias Lourenço disse ser necessária a microlocalização das infra-estruturas da comunidade, para se saber onde há lavras e onde implantar outros projectos em carteira nas áreas da Saúde, Educação Ambiental e Sanitária.