O Facebook anunciou na quinta-feira acordos preliminares com três organizações noticiosas australianas, um dia depois de o parlamento ter aprovado uma lei que vai forçar os conglomerados digitais a pagar pelas notícias.
<p>O Facebook informou que tinha assinado cartas de intenção com as organizações noticiosas independentes Private Media, Schwartz Media e Solstice Media.</p> <p>Os acordos comerciais estão sujeitos à assinatura dos acordos na sua plenitude dentro de 60 dias, segundo uma declaração distribuída pela rede social.</p> <p>"Estes acordos vão trazer novas propostas de jornalismo de qualidade à Facebook, incluindo alguma que até agora só estavam disponíveis através de pagamento", adiantou-se no texto.</p> <p>O chefe executivo da Schwartz Media, Rebecca Costello, afirmou que o acordo vai ajudar a sua empresa a produzir jornalismo independente.</p> <p>"Nunca como agora foi tão importante te uma pluralidade de vozes na imprensa australiana", disse Costello, citada no comunicado do Facebook.</p> <p>O chefe executivo da Private Media, Will Hayward, adiantou, por seu lado, que o acordo vai assentar em um entendimento já existente com 0 Facebook.</p> <p>Na quinta-feira, o parlamento aprovou a versão final do designado Código Negocial News Media acordado entre o ministro das Finanças, Josh Frydenberg, o chefe executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, na terça-feira.</p> <p>Neste quadro, o Facebook concordou em levantar uma proibição aos australianos, que os impedia de ter acesso e partilhar notícias e durou seis dias.</p> <p>Mas até hoje, o aceso livre aos sítios das organizações de informação não tinha sido restaurado totalmente.</p> <p>O Google, o outro conglomerado digital alvejado pela legislação, já tinha atingido acordos de licenciamento de conteúdos, ou avançado muito nos entendimentos, com alguns dos principais meios, incluindo a News Corp., de Rupert Murdoch, e a Seven West Media.</p> <p>O vice-presidente do Facebook para os Assuntos Globais, Nick Clegg, criticou, de forma velada, a News Corp. em uma mensagem a criticar a lei australiana, que pretende estabelecer um preço justo para o jornalismo australiano que as plataformas digitais distribuem.</p> <p>"É irónico que alguns dos maiores editores, que desde há muito advogam o mercado livre e acordos comerciais voluntários, apareçam agora a favorecer um estabelecimento de preços patrocinado pelo Estado".</p> <p>O presidente executivo da News Corp. Australia, Michael Miller disse na semana passada que a sua empresa estava a manter negociar pagamentos com a Facebook.</p> <p>A News Corp. possui os principais títulos noticiosos da Austrália e alguns analistas avançam que o império mediático, baseado nos EUA, é o causador da iniciativa do governo australiano de fazer a Facebook e a Google pagarem.</p>