E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 30 30 709
  • info@edu-tech-global.com
Estado da educação em Moçambique é problema "mais grave que o terrorismo"

O investigador João Feijó, do Observatório do Mundo Rural (OMR), classifica o estado da educação em Moçambique como um problema "mais grave que o terrorismo" para o futuro do país, em particular no ensino primário e no meio rural.

<p> <audio class="audio-for-speech" src="">&nbsp;</audio> </p> <div class="translate-tooltip-mtz translator-hidden"> <div class="header"> <div class="header-controls">Translator</div> <div class="header-controls">&nbsp;</div> <div class="header-controls">&nbsp;</div> </div> <div class="translated-text"> <div class="words">&nbsp;</div> <div class="sentences">&nbsp;</div> </div> </div> <p>Feij&oacute; falava em entrevista &agrave; Lusa, ao comentar a necessidade de investimento no setor em Cabo Delgado, prov&iacute;ncia do norte, rica em g&aacute;s, mas afetada por uma insurg&ecirc;ncia armada h&aacute; quatro anos.</p> <p>&quot;Colocou-se a carro&ccedil;a &agrave; frente dos bois&quot;, refere o soci&oacute;logo e doutorado em estudos africanos, numa alus&atilde;o ao avan&ccedil;o dos investimentos industriais na pen&iacute;nsula de Afungi, no distrito de Palma, sem uma aposta pr&eacute;via na educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Uma situa&ccedil;&atilde;o que se encaixa num problema nacional, adjetivando o estado da educa&ccedil;&atilde;o como &quot;uma fraude&quot; e &quot;um cancro&quot;, dentro do qual particularizou a situa&ccedil;&atilde;o do ensino prim&aacute;rio.</p> <p>&quot;Toda a gente est&aacute; a ver que as crian&ccedil;as da escola prim&aacute;ria acabam a quinta classe sem saber ler e escrever o nome&quot;, referiu, ao retratar o que considera ser a situa&ccedil;&atilde;o da maioria dos alunos.</p> <p>Ao mesmo tempo, &quot;toda a gente sabe&quot; que a maioria dos professores &quot;n&atilde;o tem compet&ecirc;ncias para ensinar&quot;.</p> <p>&quot;Eu ando pelo mato, contrato professores para aplicar question&aacute;rios, e os professores rurais que est&atilde;o nessas escolas n&atilde;o sabem calcular &aacute;reas&quot;, exemplificou.</p> <p>S&atilde;o docentes &quot;que leem a soletrar&quot;, acrescentou, para refor&ccedil;ar o retrato das dificuldades, no meio das quais os bons docentes s&atilde;o a exce&ccedil;&atilde;o: &quot;a maioria tem graves car&ecirc;ncias e, os alunos, a mesma coisa&quot;.</p> <p>Diz que entra a falar em portugu&ecirc;s nas escolas rurais, &quot;mas ningu&eacute;m percebe&quot; o que diz, referindo-se a estudantes da quinta &agrave; s&eacute;tima classe de escolaridade, mas que s&oacute; dominam as l&iacute;nguas locais.</p> <p>Jo&atilde;o Feij&oacute; conclui que &quot;o estado do ensino prim&aacute;rio &eacute; o maior engano coletivo&quot;.</p> <p>&quot;Estamos a criar duas cidadanias como havia no tempo colonial: o branco e o assimilado na cidade com acesso a ensino de qualidade e depois os ind&iacute;genas que estavam no mato&quot; - e mesmo no mundo urbano de hoje h&aacute; uma diferen&ccedil;a entre quem vai &agrave;s escolas privadas e &agrave;s p&uacute;blicas.</p> <p>Ir estudar para escolas p&uacute;blicas, onde h&aacute; uma falta de condi&ccedil;&otilde;es generalizada, &eacute; o castigo com que alguns pa&iacute;s amea&ccedil;am os filhos que frequentam o ensino privado, quando t&ecirc;m m&aacute;s notas, descreve.</p> <p>Neste contexto, a situa&ccedil;&atilde;o da educa&ccedil;&atilde;o em Cabo Delgado &eacute; ainda mais delicada, tendo em conta as necessidades de forma&ccedil;&atilde;o, se se quiser que a popula&ccedil;&atilde;o tenha emprego nos megaprojetos de g&aacute;s.</p> <p>&quot;Houve pouco investimento na educa&ccedil;&atilde;o. Em Palma&quot;, conhecida como vila do g&aacute;s, dada a proximidade dos projetos, &quot;at&aacute; ao ano passado n&atilde;o havia nenhum centro de forma&ccedil;&atilde;o&quot;.</p> <p>&quot;O primeiro foi criado poucas semanas antes do ataque&quot; que h&aacute; um ano levou &agrave; suspens&atilde;o do projeto de explora&ccedil;&atilde;o e liquefa&ccedil;&atilde;o de g&aacute;s da Totalenergies - o maior investimento privado em &Aacute;frica no valor de 20 mil milh&otilde;es de euros.</p> <p>&quot;Colocou-se a carro&ccedil;a &agrave; frente dos bois&quot;, refere Jo&atilde;o Feij&oacute;.</p> <p>&quot;As pessoas que se quisessem formar tinham de ir a Pemba&quot;, capital provincial de Cabo Delgado.</p> <p>Por outro lado, Feij&oacute; questiona os planos de forma&ccedil;&atilde;o e a rapidez de aplica&ccedil;&atilde;o.</p> <p>&quot;A forma&ccedil;&atilde;o n&atilde;o se faz de forma intensiva, em tr&ecirc;s, quatro meses ou num ano. A forma&ccedil;&atilde;o &eacute; uma coisa que exige paci&ecirc;ncia&quot;, referiu.</p> <p>&quot;Os jovens locais apercebem-se que o n&iacute;vel de qualidade da educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o &eacute; competitiva para os tornar concorrentes&quot; em rela&ccedil;&atilde;o &quot;&agrave;s pessoas do sul [do pa&iacute;s, numa alus&atilde;o &agrave; capital, Maputo] ou do exterior&quot;, pelo que &quot;sentem-se desprotegidos&quot;.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Leia Tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1952704/mocambicanos-arriscam-a-vida-entre-pontes-e-casas-destruidas-pelo-ciclone" target="_blank">Mo&ccedil;ambicanos arriscam a vida entre pontes e casas destru&iacute;das pelo ciclone</a></p>

Tags:
Partilhar: