E-Learning
  • Para Mais Informações!
  • +258 87 30 30 705 | 84 63 21 734
  • info@edu-tech-global.com
Especialistas defendem mais estudos sobre a vida e obra de Viriato da Cruz

O académico Nelson Pestana “Bonavena” defendeu, segunda-feira, na União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda, que a figura do poeta e nacionbalista Viriato da Cruz.

<p>&nbsp;</p> <p>Durante uma confer&ecirc;ncia designada &quot;Comemorar Viriato da Cruz&quot; promovida pela UEA e o Centro de Estudos Africanos da Universidade Cat&oacute;lica de Angola (CEA-UCAN), em alus&atilde;o ao 96&ordm; anivers&aacute;rio natal&iacute;cio do poeta, Bonavena afirmou que o antigo pol&iacute;tico, cr&iacute;tico, poeta e escritor, teve um percurso &iacute;mpar na hist&oacute;ria da cultura e do nacionalismo angolano, motivo pelo qual, a reflex&atilde;o das suas ideias, podem ajudar a construir uma nova Angola.</p> <p>O acad&eacute;mico que falava &agrave; volta do tema &quot;A Liberdade de Pensar&quot;, explicou que, desde tenra idade, Viriato da Cruz foi um investigador e educador. Bonavena disse que o nacionalista aprofundou os seus conhecimentos sobre as ci&ecirc;ncias ocultas e pelo exoterismo. &quot;Debatia com o pai a respeito destas ci&ecirc;ncias e procurava transmitir e absorver o m&aacute;ximo de conhecimento&quot;, disse.</p> <p>Um grande pensamento que Viriato da Cruz desenvolveu com o passar do tempo, explicou, foi o de achar a forma correcta de lidar e acabar com as crises sociais. O professor catedr&aacute;tico referiu, tamb&eacute;m, que a &uacute;ltima fase do pensamento de Viriato da Cruz foi sobre o democratismo, socialismo e cosmopolita.</p> <p>O tamb&eacute;m pesquisador revelou que se pode analisar o seu pensamento, sobretudo, numa carta que escreveu a Jos&eacute; Carlos Horta em 1971 e, tamb&eacute;m, num di&aacute;rio escrito no hospital em Pequim, no ano de 1973.</p> <p>&quot;At&eacute; o &uacute;ltimo dia de vida, Viriato da Cruz pensou e escreveu, porque o caderno que deixou com os &uacute;ltimos apontamentos, mostram perfeitamente que ele sempre foi um amante do saber&quot;.</p> <p>Nelson Pestana &quot;Bonavena&rdquo;, durante a abordagem, evidenciou o lado caricaturista de Viriato da Cruz. &quot;O poeta era tamb&eacute;m um caricaturista e desenhista, com paix&atilde;o vivenciada nas v&aacute;rias formas de manifesta&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica&quot;, afirmou.</p> <p><strong>Textos&nbsp; que reflectem os novos intelectuais&nbsp;</strong></p> <p>Por outro lado, o escritor, jornalista e professor Jos&eacute; Lu&iacute;s Mendon&ccedil;a ao falar &agrave; volta do tema &quot;Ethos Po&eacute;tico e Prem&ecirc;ncia do Legado de Viriato da Cruz na Era da Independ&ecirc;ncia&quot;, afirmou que o legado liter&aacute;rio do poeta est&aacute; intrinsecamente ligado ao lema do Movimento dos Novos Intelectuais de Angola &quot;Vamos Descobrir Angola&quot;, para os quais a nova poesia teria de encarar ritmo caracter&iacute;stico do homem africano.</p> <p>Segundo Jos&eacute; Lu&iacute;s Mendon&ccedil;a, o poema &quot;Mam&atilde;e Negra&quot;, de Viriato da Cruz, retrata sobre a for&ccedil;a da m&atilde;e africana. O jornalista referiu que o poema&nbsp; apresenta &quot;um sentimento de perten&ccedil;a &agrave; terra onde nasceu.&rdquo;&nbsp; Viriato da Cruz, explicou, enquadra &quot;a m&atilde;e negra numa tela de v&aacute;rios epis&oacute;dios da hist&oacute;ria, sobretudo, numa vertente perversa, a escravatura.&rdquo;</p> <p>O poema, continuou, &eacute; s&iacute;mbolo de uma &quot;&Aacute;frica perif&eacute;rica ao desenvolvimento e &agrave; justi&ccedil;a, ao decompor quatro partes figurativas do corpo da mulher, nomeadamente, a voz, dorso, rega&ccedil;o e resto, como estrat&eacute;gia de desenhar em met&aacute;foras expositivas elementos da escravid&atilde;o colonial&quot;, afirmou.</p> <p>O poema &quot;Mam&atilde; Negra&rdquo;, de acordo ainda com Jos&eacute; Lu&iacute;s Mendon&ccedil;a, &quot;&eacute; o mapa de um tesouro que os povos independentes deveriam utilizar para reconstruir o continente africano. A &Aacute;frica p&oacute;s-colonial deveria ter investido na crian&ccedil;a e no adolescente. Hoje ter&iacute;amos pessoas com 40 anos bem formadas e capazes de desenvolver as infra-estruturas do pa&iacute;s&quot;.</p> <p>O jornalista e escritor afirmou que &Aacute;frica deve avan&ccedil;ar para um novo paradigma, centrado na educa&ccedil;&atilde;o infantil, onde deve existir a inclus&atilde;o do ensino das l&iacute;nguas nacionais, com o objectivo de valoriz&aacute;-las.</p> <p>A confer&ecirc;ncia &quot;Comemorar Viriato da Cruz&quot; contou, com os depoimentos do poeta Bendinho Freitas, que abordou sobre&nbsp; &quot;A Traject&oacute;ria de Viriato da Cruz na Luta pela Liberdade&quot;.</p> <p><strong>Comprometido com a na&ccedil;&atilde;o</strong></p> <p>&Agrave; sa&iacute;da do encontro, o secret&aacute;rio-geral da Uni&atilde;o dos Escritores Angolanos (UEA), David Capelenguela, afirmou que Viriato da Cruz, apesar de morto, continua vivo no meio da sociedade angolana, por ser, constantemente, motivo de debates.</p> <p>Segundo ainda David Capelenguela, quando se conversa sobre Viriato da Cruz, est&aacute; a tratar-se de um homem importante para a hist&oacute;ria de Angola, principalmente para a literatura nacional. &quot;O antigo poeta, pol&iacute;tico e escritor foi um homem comprometido com o pa&iacute;s. Pronunciou-se sobre v&aacute;rias causas e ajudou o pa&iacute;s a tornar-se na na&ccedil;&atilde;o que &eacute; hoje&quot;, sustentou. Por outro lado, a escritora angolana Am&eacute;lia Da Lomba destacou, tamb&eacute;m, a vertente patri&oacute;tica de Viriato da Cruz, ao afirmar que em toda a sua pol&iacute;tica liter&aacute;ria, h&aacute; um sentido de revolta e perten&ccedil;a &agrave; terra.</p> <p>De acordo com Am&eacute;lia da Lomba, os mortos, enquanto permanecerem presentes na mem&oacute;ria das pessoas, n&atilde;o falecem integralmente. &quot;Por aquilo que representa para na&ccedil;&atilde;o angolana, Viriato da Cruz vai permanecer eternamente na mente e no cora&ccedil;&atilde;o dos angolanos&quot;.<br /> &nbsp;</p> <p><strong>Exposi&ccedil;&atilde;o Fotogr&aacute;fica</strong></p> <p>A confer&ecirc;ncia designada &quot;Comemorar Viriato da Cruz&quot; promovida, segunda-feira, na Uni&atilde;o dos Escritores Angolanos (UEA), e o Centro de Estudos Africanos da Universidade Cat&oacute;lica de Angola (CEA-UCAN), teve uma exposi&ccedil;&atilde;o fotogr&aacute;fica, onde foram retratados v&aacute;rios momentos da vida do pol&iacute;tico, poeta, escritor e nacionalista Viriato da Cruz.</p> <p>Na mostra, v&ecirc;em-se fotos da inf&acirc;ncia de Viriato da Cruz participando em uma excurs&atilde;o do col&eacute;gio que frequentava, na prov&iacute;ncia do Cuanza-Norte, de momentos da adolesc&ecirc;ncia e vida adulta. Alguns desenhos de Viriato da Cruz tamb&eacute;m fizeram parte da exposi&ccedil;&atilde;o.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Viriato Francisco Clemente da Cruz&nbsp; nasceu no dia 25 de Mar&ccedil;o de 1928, em Angola, e morreu&nbsp; a 13 de Junho de 1973, na China. Foi um pol&iacute;tico, l&iacute;der anticolonial e escritor angolano.</p>

Tags:
Partilhar: