
Algumas escolas da Cidade de Maputo não tiveram aulas, hoje, porque alguns pais e encarregados de educação não mandaram os seus filhos à escola por conta da ameaça de uma manifestação violenta de repúdio aos resultados das eleições de 11 de Outubro.
<p>Numa das mensagens postas a circular nas redes sociais neste domingo, podia-se ler: “A partir do dia 16 de Outubro (segunda-feira) ao dia 20 do corrente mês (sexta-feira), são convidados todos os moçambicanos a uma reflexão semanal, obrigada (forçada). </p> <p>Sendo assim, ninguém deve fazer-se presente nas ruas nesta segunda-feira, não nos responsabilizamos pelos danos que serão causados”. </p> <p>O jornal O País passou por algumas escolas, no centro da Cidade de Maputo e por onde passou, os corredores não tinham o habitual corre-corre dos alunos e as salas estavam vazias. Eram poucos, pouquíssimos, os alunos que foram à escola esta segunda-feira. </p> <p>Na Escola Primária Completa a Luta Continua, no turno da manhã, havia apenas 170 alunos contra os cerca de 400 que lá estudam, conforme explicou o professor Manuel Matavele.</p> <p>“Para quarta – classe – tivemos, apenas, 14 alunos; temos duas turmas da terceira onde tivemos apenas 36 alunos, quinta classe, temos três turmas, tivemos só 46 e os da sexta-classe que conta com 188 alunos e estiveram presentes 98”, descreveu. </p> <p>Segundo o professor, grande parte das crianças vive fora da cidade, vão de carrinha escolar, e nesta segunda-feira, as carrinhas chegavam apenas com dois ou no máximo cinco alunos, os que mais aderiram são os que vivem nas proximidades da escola. </p> <p>Na Escola Primária do Alto Maé, o cenário é igual, estavam lá professores, que, sentados na sala de aulas, esperavam pelos alunos, que não se fizeram presentes.</p> <p>“Todos os professores estão completos, vieram para trabalhar, mas, como vê, são poucos os alunos que cá estão, estamos a dar alguns trabalhos, mas, daqui a pouco, vamos dispensá-los, também por conta da temperatura”, disse a professora Madalena, da Escola Primária do Alto Maé. </p> <p>Na Escola Primária 3 de Fevereiro, os alunos também foram dispensados, numa das salas havia apenas três, que não chegaram a ter aulas.</p> <p>Os pais que levaram os seus filhos à escola não esperaram nem cinco minutos; logo que constataram o cenário que lá se vivia, levaram os seus filhos de volta para casa.</p> <p>André Saveca, motorista de carrinha escolar, também teve o dia perdido, segundo contou ao “O País”. “Muitos pais não deixaram seus filhos virem à escola, no primeiro turno; levei na carrinha cinco alunos, e esta tarde apenas quatro, porque estou a ver que não terão aulas, estou a levá-los de volta para casa, foi um dia perdido, praticamente”, referiu o motorista, que, em média, leva 15 alunos no seu carro, por viagem.</p> <p>Não foram apenas as escolas primárias que enfrentaram esses problemas. Neste domingo, a Universidade São Tomás de Moçambique, através de um comunicado, anunciou o adiamento da II Conferência Dom Alexandre Maria dos Santos, que se teria realizado esta segunda-feira. Já a Universidade Politécnica decidiu paralisar as actividades para esta terça-feira, como forma de garantir a segurança dos estudantes, docentes e o corpo técnico.</p> <p> </p> <p>Fonte: https://opais.co.mz/escolas-na-cidade-de-maputo-nao-tiveram-aulas-devido-a-ameaca-de-tumultos/</p>