
Já foram desactivados na totalidade os oito centros de acomodação que tinham sido instalados em Boane, na Província de Maputo, para acolher vítimas de cheias e inundações.
<p>Já foram desactivados na totalidade os oito centros de acomodação que tinham sido instalados em Boane, na Província de Maputo, para acolher vítimas de cheias e inundações. Mais de 60 mil alunos que ficaram duas semanas com aulas suspensas retomam as actividades lectivas esta segunda-feira.</p> <p>A chuva deu tréguas, mas as marcas permanecem no chão ou nas paredes.</p> <p>Hortência Chilundo, que vive há 16 anos no bairro Tedeko, na vila de Boane, contou ao “O País” que nunca tinha visto, no seu bairro, tanta água que a obrigasse a fugir de casa. Foram duas semanas acolhida em casa de familiares e, quando a água baixou, voltou à sua casa e encontrou alguns dos seus pertences estragados.</p> <p>“Eu estava a dormir, quando um vizinho me ligou para saber se eu tinha escapado. Foi quando acordei e vi água aqui no quintal e saí com as minhas filhas para um lugar seguro, que foi uma família amiga que nos acolheu. A situação ficou feia. Ficámos fora de casa quase duas semanas, mas agora [a situação] já está a normalizar-se. [O que fazemos] agora é tentarmos retomar a vida aqui mesmo. Não equaciono sair, por enquanto”.</p> <p>E com a água a minguar nos oito bairros afectados pelas inundações em Boane, as autoridades já desativaram os centros de acomodação temporários, e a vida tende a voltar à normalidade. Jacinto Loureiro, edil de Boane, disse, na última sexta-feira, que a desactivação dos centros é um indicador de que a situação está a ser controlada.</p> <p>“Estes mesmos centros já foram desactivados e as pessoas já foram para as suas casas. Ficámos apenas com 47 famílias, que vão ficar num centro de acolhimento, mas não numa escola. Estamos a trabalhar com parceiros para identificarmos áreas seguras para estas populações.”</p> <p>A Escola Secundária de Boane, com 22 salas, lecciona de 8ª à 12ª classe e é frequentada por 5700 alunos. O “O País” testemunhou, na última sexta-feira, a retirada dos últimos produtos que ainda estavam nas salas de aula. A directora da escola, Alzira Bucuna, garante que a escola já está em condições para voltar a leccionar.</p> <p>“Segunda-feira, está tudo a postos para o reinício das aulas. A nossa escola funcionou como um centro transitório por quase duas semanas. Assim, com a saída da população já foi feita a limpeza e vamos já trabalhar.”</p> <p>A Direcção Provincial de Educação diz que, das 90 escolas, 45 estão em Boane, que foi o epicentro das inundações na Província de Maputo, e o sector da educação já adoptou a estratégia de recuperação das aulas perdidas, segundo avançou José Luís, porta-voz da Direcção Provincial de Educação da Província de Maputo.</p> <p>“Definimos estratégias para a recuperação deste período perdido, que passa pela utilização da semana de interrupção lectiva, entre o primeiro e o segundo trimestre. Estes alunos das 90 escolas não vão ter essa interrupção. Mas também, junto ao nosso departamento pedagógico, estamos a trabalhar com fichas de apoio e fichas de exercícios, de tal forma que os alunos possam recuperar as aulas que deviam ter sido leccionadas naquelas semanas perdidas.”</p> <p>Com as últimas chuvas, o distrito de Marracuene tem 11 escolas inacessíveis devido às inundações.</p> <p> </p> <p>Fonte: O Pais - https://opais.co.mz/escolas-encerradas-pelas-cheias-retomam-aulas-na-segunda-feira-na-provincia-de-maputo/</p>