Os casos de delinquência juvenil nas escolas da províncial de Luanda reduziram na ordem dos 25 por cento, desde Junho deste ano.
<p>Bento Sassoma referiu que, apesar dos relatos de actos de delinquência a nível da capital do país, as instituições escolares têm observado maior tranquilidade, se comparado com igual período do ano anterior. </p> <p>Essa redução de crimes nas escolas, disse, é resultado das medidas operacionais gizadas no âmbito do policiamento de proximidade e do protocolo existente entre as instituições de ensino e Comandos Municipais da Polícia Nacional, através da linha de atendimento. </p> <p>Avançou que a Polícia Nacional tem gizado programas para prevenir casos de rixas, por via da filosofia dos policiamentos de proximidade, comunitário e o orientado para o problema. </p> <p>O chefe de Departamento realçou, por exemplo, que as denúncias recebidas dos cidadãos nas esquadras servem para traçar encontros com as comunidades, para que estas possam participar da sua própria segurança.</p> <p>Disse que adolescentes e jovens, fora do âmbito escolar, têm cometido crimes mais graves como homicídios, roubos ou assaltos à mão armada, ofensas à integridade física e agressões sexuais. </p> <p>Bento Sassoma referiu que entre as más práticas as que configuram crimes podem levar à tribunal e à condenação para o cumprimento, por muito tempo, a pena de prisão, o que retarda o desenvolvimento dos jovens e da sociedade. </p> <p><strong>Desmantelamento de grupos </strong></p> <p>As rixas registadas entre grupos ou no seio familiar têm resultado em agressões graves à integridade física e chegam, nalguns casos, a terminar em mortes ou ferimentos graves. </p> <p>Para inverter este quadro, a Polícia tem desmantelado muitos grupos de supostos marginais e encaminhá-los aos órgãos judiciais, para responsabilização criminal. </p> <p>Quanto às famílias, a corporação realiza acções de sensibilização, no sentido de absterem-se de práticas criminais e, em caso de rixa entre grupos rivais, são exortadas pelos efectivos a pedir apoio das autoridades policiais para o devido tratamento. </p> <p>Considerou que as rixas entre grupos rivais nos bairros constituem acções negativas e deploráveis, condenáveis socialmente, cujas consequências são a falta de paz e de harmonia social nas comunidades, gerando, assim, um clima de insegurança. </p> <p>"As rixas têm resultado em ofensas à integridade física, que, em muitos casos, levam a ferimentos graves e à morte de jovens na flor da idade, à desestruturação de famílias, condicionando o desenvolvimento psicológico, social e cultural da juventude, com reflexos negativos para a economia e a imagem do país”, referiu. </p> <p>Considerou, ainda, que as rixas contribuem para o aumento de crimes e processos judiciais, bem como da população penal nas cadeias do país. </p> <p> </p> <p><strong>Alunos em rixas</strong></p> <p>Simão Mariano era um rapaz que tinha a formação escolar como uma das suas grandes prioridades. No bairro Sete e Meio, município do Cazenga, onde vive, ele já chegou a ser uma referência positiva entre os vizinhos.</p> <p>Mas, tudo isto mudou quando, um dia, Simão, de 17 anos, juntou-se aos amigos para formar um grupo que fizesse frente a meninos de outro lado do bairro, o que o arrastou para constantes rixas.</p> <p>Em função disso, o rapaz criou vários inimigos, muitos dos quais com certa perigosidade, por serem considerados delinquentes envolvidos em muitos casos de roubo e assaltos no bairro.</p> <p>Simão, agora, tem noção das consequências de se ter envolvido em brigas de rua. Depois dos confrontos com grupos rivais, o adolescente corre o risco de perder o ano lectivo, uma vez que não pode atravessar o bairro para chegar à escola.</p> <p>O rapaz tem receio de ser atacado pelos membros dos grupos rivais, por isso, fugia ao risco de viver a mesma experiência de um dos seus amigos, que foi agredido e ficou gravemente ferido.</p> <p>A situação é tão preocupante que a mãe do Simão, a senhora Josefa Fernandes, há dias em que não dorme! A mulher enfrenta o medo de ver o filho a perder o ano lectivo, a ser agredido brutalmente ou que lhe aconteça o pior.</p> <p>Para minimizar a situação e aconselhada por familiares e vizinhos, Josefa Fernandes tinha sido obrigada a retirar o filho do bairro, tendo-o enviado a uma zona de Viana. Duas semanas depois, o rapaz regressou ao Sete e Meio. Por lá ficou duas semanas, perdeu aulas, mas acabou por regressar ao bairro Sete e Meio. </p> <p>Não fez muito tempo desde que regressou ao bairro, para Simão e amigos, quase terem perdido a vida, ao serem ameaçados com armas brancas por membros de um grupo rival. As vítimas tiveram sorte e conseguiram escapar. Por isso, Josefa Fernandes está decidida a retirar definitivamente o filho do bairro.</p> <p>A mulher vê nisso a única solução, tendo em conta que os conselhos dados a Simão não têm tido os efeitos desejados. Dias passam e Simão e amigos continuam envolvidos em brigas com grupos rivais, sendo que, às vezes, as rixas ocorrem próximo de estabelecimentos escolares.</p> <p>Essa situação de os adolescentes e jovens adoptarem comportamentos desviantes, principalmente o consumo de bebidas alcoólicas e drogas e as rixas entre grupos rivais, que envolvem muitos alunos, além da mãe de Simão, também preocupa outros pais e encarregados de educação e a Polícia..</p> <p>A Polícia quer contrapor o problema, por estar a envolver adolescentes e jovens em grupos de marginais, mas, também, pelo facto de se registarem muitas vítimas de crimes protagonizados por esses indivíduos, com destaque para roubos, violação sexual e consumo de estupefaciente (principalmente, a liamba). </p> <p> <br /> <strong>Prevenção da delinquência</strong></p> <p>É nesse sentido que a Polícia Nacional tem promovido palestras nas escolas, com o objectivo de sensibilizar os jovens a adoptarem condutas correctas. </p> <p>Uma das últimas acções desse genero foi realizada na Escola Alda Lara, durante uma palesta sob o tema "A Filosofia de Vida dos Estudantes e a Prevenção da Delinquência Juvenil”, que visou contribuir para a prevenção de crimes praticados por alunos.</p> <p>Durante a actividade, os alunos receberam lições sobre boa conduta dentro e fora da escola, para evitar comportamentos desviantes e que ponham em risco as regras de convivência social. </p> <p>Nessa palestra, o chefe de Departamento de Comunicação Institucional e Imprensa do Gabinete de Comunicação do Comando Geral da Polícia Nacional frisou que os jovens devem cultivar valores que propiciem bons resultados académicos como a dedicação, disciplina, assiduidade, respeito e amor ao próximo. </p> <p>"É com base nestes factores que se pode construir uma sociedade harmoniosa e desenvolvida”, realçou o palestrante, ao chamar a atenção dos alunos de que as más práticas devem ser evitadas, por configurarem desvios às normas sociais e, ao mesmo tempo, crimes. </p> <p>Enumerou os casos de fuga às aulas, a conhecida "mata aulas”, bullying, rixas, uso de estupefacientes e a vandalizações do património público como as situações que mais envolvem alunos e preocupam a Polícia. <br /> </p> <p> </p> <p><strong>Especial atenção aos alunos </strong></p> <p>Bento Sassoma entende que a classe estudantil deve merecer atenção especial mediante acompanhamento rigoroso dos encarregados de educação, com o reforço dos conselhos aos filhos para evitarem comportamentos desviantes. </p> <p>O chefe de Departamento esclareceu que a Polícia tem prestado uma atenção especial aos jovens. Por isso, criou o projecto "A Nossa Esquadra”, implementado em finais de 2019, através do programa "Escola Segura”, que visa desenvolver acções preventivas viradas para a garantia da ordem e tranquilidade no interior e exterior das escolas. </p> <p>"Os resultados apontam para a redução significativa de casos de delinquência juvenil”, disse o chefe de Departamento.</p> <p> </p> <p>Fonte: Jornal de Angola - <a href="https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/delinquencia-juvenil-nas-escolas-com-tendencia-a-diminuir-em-luanda/">Jornal de Angola - Notícias - Delinquência juvenil nas escolas com tendência a diminuir em Luanda</a></p>