
Já chegou às livrarias 'Uma Viagem Para a Vida', um "guia" escrito pela atriz Mariana Martinho que enumera coisas que gostava que lhe tivessem sido ditas antes de ser adulta.
<p> <audio class="audio-for-speech" src=""> </audio> </p> <div class="translate-tooltip-mtz translator-hidden"> <div class="header"> <div class="header-controls">Translator</div> <div class="header-controls"> </div> <div class="header-controls"> </div> </div> <div class="translated-text"> <div class="words"> </div> <div class="sentences"> </div> </div> </div> <p>"Oque eu gostava que me tivessem dito antes de ser adulta". A frase surge na capa do primeiro livro de Mariana Martinho, um rosto que se tornou conhecido dos portugueses através de projetos televisivos como 'Morangos com Açúcar' e 'Uma Aventura'.</p> <p>A carreira como atriz deu lugar a uma experiência como produtora e foi a partir de Espanha, mais precisamente em Alicante, que Mariana falou com o Fama ao Minuto sobre a obra 'Uma Viagem Para a Vida'.</p> <p>A conversa, que aconteceu através de uma videochamada, começou por ser sobre este pequeno livro que pretende ser "um guia" para a "busca pela realização pessoal". Depois, Mariana 'abriu o coração' sobre a sua nova profissão, que assume que poderá muito bem não ser a sua última experiência.</p> <p>Achei curioso o facto de ter a frase "o que eu gostava que me tivessem dito antes de ser adulta" na capa. Podemos assumir que este livro vai ajudar a orientar os mais novos?</p> <p>Sim, acho que ser adolescente e crescer nos dias que correm é duro. A educação que recebemos não é adequada para os tempos que vivemos e estamos pouco preparados para enfrentar o mundo. Penso que há certas coisas que nos deviam ser ensinadas, quer na escola quer na universidade, para conseguirmos lidar melhor connosco.</p> <p>Nos aviões costumam dizer: 'em caso de turbulência, primeiro coloque a sua máscara e só depois coloque a máscara da criança que tiver ao pé de si'. Quando eu era pequena e ouvia isto pensava: 'que estupidez, primeiro devíamos cuidar da criança'. Agora, sei que se o adulto não meter primeiro a sua própria máscara, poderá não ter ar suficiente para pôr a máscara à criança. É uma metáfora muito interessante para conseguirmos entender que precisamos de tratar de nós primeiro para conseguirmos ser inteiros para os outros. Quando percebi isto, que tinha de ser mais egocêntrica e colocar-me a mim no princípio, foi quando se fez um clique, abriu-se uma porta e agora sinto-me mais feliz e tranquila. Acho que o livro pode ser o começo dessa viagem para as pessoas, a nossa tranquilidade é tudo e vão abrir-se muitas portas a nível espiritual.</p> <p>Neste livro, a Mariana também se foca muito nas decisões que temos de tomar quando ainda somos adolescentes...</p> <p>A maior parte das pessoas não está realizada no seu trabalho, no seu propósito de vida... acho que isso tem muito que ver com o facto de ser preciso tomar decisões de forma repentina. De repente, é preciso escolher o que vamos fazer para sempre e seguir um curso. Para mim, foi uma altura muito complicada e senti que não tinha as 'armas' suficientes para fazer essa escolha. Este livro fala sobre essa minha inquietação e sobre o que acho que os jovens devem saber antes de tomarem esta escolha. Quero passar a mensagem de que decidir um curso não é a coisa mais importante da nossa vida. </p> <p>Eu tenho 34 anos e ainda não sei o que quero da vida, penso que não serei a únicaEntão, assume que o livro foi escrito a pensar numa faixa etária mais jovem? Ou há pessoas mais adultas que poderão identificar-se?</p> <p>Quero que este livro seja uma inspiração para quem o vai ler, independentemente do 'target'. Não é um livro só para jovens e não posso dizer que o escrevi só a pensar neles, ainda que a mensagem possa ser, muito provavelmente, mais útil para um jovem que está a passar pela fase das dúvidas. Eu tenho 34 anos e ainda não sei o que quero da vida, penso que não serei a única que estou nesta faixa etária e que ainda tem perguntas.</p> <p>De onde partiu a ideia de escrever este livro?</p> <p>O livro nasce porque estava numa altura em que me tinha despedido de um trabalho e não sabia bem o que queria fazer. Tinha apenas uma certeza: não queria ser escrava do trabalho. Quero que o que me vai dar dinheiro seja feito com prazer, portanto tentei perceber o que me dava prazer.</p> <p>E escrever um livro sempre foi um objetivo ou nasceu de uma casualidade?</p> <p>Nunca pensei em escrever um livro e ainda agora me custa dizer que o escrevi. Não me sinto com legitimidade para o fazer. Qualquer um que quer passar uma mensagem pode fazê-lo, também é esse um dos ensinamentos do livro. </p> <p>Livros há muitos e nós temos pouco tempo para ler, vivemos muito rapidamenteSendo que faz tantas coisas diferentes a nível profissional e que também é uma pessoa que viaja muito, onde encontrou tempo para se dedicar a este projeto?</p> <p>Entre despedir-me de um trabalho e entrar noutro tive algum tempo para pensar. Como não sou de estar parada, achei que era uma boa altura para começar a conhecer-me melhor. Peguei nas notas do iPhone e comecei a escrever, isto há quatro anos. À medida que ia contando a minha história, pensei que me estava a sair tudo de forma muito natural e então dei o que tinha à minha irmã para ela ler. Ela disse que adorava e que podia fazer alguma coisa com isto. Sem acreditar muito, comecei a falar com escritores que me disseram para avançar. Falei com editoras mais pequenas, porque nunca pensei que conseguisse editar um livro com a Leya, e depois de perceber que a aceitação era boa avancei então para editoras de maior dimensão.</p> <p>Este é um livro muito pequenino, que quase cabe no bolso. Esse era também um objetivo, o de tornar o livro curto e conciso?</p> <p>O livro podia ser muito maior, tinha muito mais histórias para contar. No entanto, nós recebemos tanta informação que eu decidi que queria uma coisa prática, simples de ler e leve, como se fosse uma conversa. O livro lê-se em dois ou três dias, antes de irmos para a cama. Livros há muitos e nós temos pouco tempo para ler, vivemos muito rapidamente. Encaixa-se bem no 'target' de pessoas que têm pouco tempo.</p> <p> </p> <p>A Mariana conta também com uma boa base de seguidores nas redes sociais. Saber que tem esta comunidade fiel e de uma boa dimensão também a incentivou a avançar com o livro? </p> <p>Um livro promove-se de várias formas. Pode promover-se através de canais digitais ou pelo próprio facto de estar nas livrarias. Tenho a vantagem de conseguir escalar um bocadinho por estar nas redes sociais, conseguindo assim ter uma maior facilidade de chegar à comunicação social. Isso dá um 'empurrãozinho' e motivação. Por ter feito os 'Morangos com Açúcar' tenho muitos jovens que me seguem, um público para o qual quero falar. Inconscientemente, isso talvez me tenha motivado a fazer o livro.</p> <p>Sei também que entrou recentemente no TikTok e que conta com esta rede social da moda para promover o 'Uma Viagem Para a Vida'...</p> <p>O público que acho que tirará maior partido do livro está essencialmente no TikTok. Não estar lá e não passar a mensagem por lá pode fazer-me perder algum espectro.</p> <p>É curioso dizer que aos 34 anos ainda não tem a certeza do que quer da vida, principalmente quando já fez várias coisas diferentes profissionalmente...</p> <p>Agora estou a fazer produção, mas a verdade é que esta viagem de autoconhecimento me fez perceber que não tenho de fazer só uma coisa, posso fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Além da produção, tenho a minha marca de tapetes de ioga, a <a href="https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/2248915/ego-selfcare-era-mesmo-isto-que-lhe-faltava-para-comecar-a-praticar-ioga" target="_blank">Ego Selfcare</a>. O que me ocupa mais tempo agora é produção, trabalho na Sagesse Productions, uma empresa de uma das minhas melhores amigas. Quando ela abriu a produtora eu estava neste meu encontro, então coincidiu com a minha entrada neste mundo. Gostei, é um mundo de resolução de problemas e é preciso ser-se prático, isso encaixa em mim. Para lá disso, permite-me viajar, que é algo de que gosto muito.</p> <p>A pessoa do catering que alimenta as pessoas é tão importante quanto os atoresEntretanto, já conta com projetos muito interessantes no currículo.</p> <p>Os meus maiores projetos foram o 'House of The Dragon' e o 'Velocidade Furiosa X'. Agora, estou a fazer o 'Venom', em Espanha, para a Marvel. </p> <p>E em que consiste na prática o seu trabalho?</p> <p>É difícil dar uma resposta rápida, produção envolve muita coisa. Isto é um mundo com muitas pessoas, neste momento somos 500 aqui em Espanha, desde a equipa dos estúdios ingleses à equipa que é contratada localmente. Tratamos de tudo o que está relacionado com a contratação de pessoas, contacto com fornecedores e maquinaria, transporte de camiões... é basicamente fazer com que a equipa se sinta bem e que consiga fazer o seu trabalho criativo e técnico. Somos um apoio para todos os outros departamentos.</p> <p>O glamour nos bastidores é o mesmo que todos vemos?</p> <p>Isto não tem glamour nenhum, o glamour é no cinema. Aqui todos trabalhamos muitas horas e é duro, muito duro. </p> <p>Esta profissão tem muito em comum com o início da sua carreira como atriz. Acaba por ser, também, uma possibilidade para conhecer como é que as coisas se fazem em projetos de grande dimensão...</p> <p>É um mundo que está por trás e que as pessoas, quando estão sentadas no cinema, nem imaginam as horas e as pessoas que estão envolvidas. É um trabalho de muita gente. Parece estúpido dizer, mas a pessoa do catering que alimenta as pessoas é tão importante quanto os atores. Somos muitos e somos todos importantes, há essa magia de trabalhar em equipa por um produto final. </p> <p>Há algum 'segredo' que possa contar?</p> <p>Não posso dizer nada [risos]. Não posso sequer publicar fotos e deixei de ir ao meu Instagram quando estou nestes projetos.</p> <p>Entretanto, com este trabalho em produção, a paixão pela representação fica um pouco em pausa, certo?</p> <p>Acho que nunca chegou a ser uma paixão, ficou ali na experimentação, apesar de ter gostado muito. Se fosse a minha paixão, era isso que eu fazia. Não o faço porque há outras coisas que me dão mais prazer. Ia adorar ter uma nova experiência, mas isso não me preenche totalmente, daí ter ficado para trás.</p> <p>Também nos falou há pouco da sua marca. Um ano depois do lançamento, os resultados estão em linha com o que tinha antecipado?</p> <p>O meu objetivo com a marca era que ela tivesse uma maior diversidade de produtos e que fosse uma plataforma de 'selfcare', na qual as pessoas pudessem encontrar várias coisas que suportassem as atividades de autocuidado. Comecei com os tapetes porque adoro ioga e porque senti que havia uma oportunidade de mercado, no entanto, há uma distância muito grande entre o que foram as minhas expetativas e aquilo que a marca é hoje.</p> <p>E como se sente em relação a isso?</p> <p>Estou bem porque estou ocupada com outras coisas e passo pouco tempo em Portugal. A marca sou só eu e para uma marca digital sobreviver tem de haver muito conteúdo a ser publicado. Agora está em modo automático e quando parar este projeto vou dar-lhe mais carinho e energia para as vendas aumentarem.</p> <p> </p> <p> </p> <p>Leia Também: <a href="https://www.noticiasaominuto.com/fama/2512448/luis-represas-de-regresso-alem-do-que-ja-foi-feito-falta-me-fazer-tudo" target="_blank">Luís Represas de regresso: "Além do que já foi feito falta-me fazer tudo"</a></p>