O primeiro-ministro defendeu hoje que os seus governos concederam aos professores tudo aquilo que era possível conseguir para esta profissão ao longo dos últimos anos e considerou que resolveu um problema estrutural no setor da saúde.
<p>António Costa falava à CNN/Portugal, na residência oficial do primeiro-ministro, quatro dias depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter demitido formalmente o seu Governo.</p> <p>"Obviamente é frustrante por duas vezes ver interrompida uma legislatura. A somar-se dois anos de paralisia com a covid-19. Há muita coisa que está no Programa do Governo e que não teremos condições de fazer", lamentou o líder do executivo, antes de se referir à atual situação do país na área da educação.</p> <p>António Costa observou que "os professores querem mais do que aquilo que se conseguiu".</p> <p>"Da nossa parte, acho que nós conseguimos tudo aquilo que era possível conseguir, e não foi pouco. Nós descongelámos a carreira, o relógio estava parado, o relógio voltou a contar. Em segundo lugar, recuperámos parcialmente o tempo de serviço dos professores. Não foi a totalidade, mas foi uma parte", advogou.</p> <p>Neste ponto, o primeiro-ministro insistiu na tese de que o descongelamento de carreiras feito no caso dos professores "foi exatamente" o mesmo que o aplicado "a todos os outros profissionais do Estado que têm carreiras cuja progressão assenta no tempo".</p> <p>"Tratámos os professores em pé de igualdade. Já neste ano, porque o diálogo tem sido permanente ao longo destes tempos, introduzimos até um conjunto de mecanismos de aceleração", completou.</p> <p>Confrontado com o descontentamento dos professores em relação aos seus governos, contrapôs que "quem governa toma decisões que merecem grande aplauso e têm decisões que merecem críticas".</p> <p>"Há professores que criticam. Acho que o conjunto da sociedade portuguesa percebeu bem aquilo que nós fizemos e que procurámos tratar com equidade", sustentou.</p> <p>Já em relação ao setor da saúde, o primeiro-ministro defendeu ter resolvido "um problema de fundo, que tinha a ver com o subfinanciamento".</p> <p>"Com o Orçamento do Estado para 2024 temos um aumento de quase 70% relativamente ao Orçamento que tínhamos em 2015. Portanto, uma questão estrutural que tinha a ver com a capacidade de o país financiar o sistema de saúde, sem entrar em desequilíbrio das suas contas públicas, é um problema que está resolvido", argumentou.</p> <p>António Costa defendeu, ainda, que o seu Governo fez "a reforma mais profunda desde a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) "com a criação da direção executiva".</p> <p>"E acompanhámos uma enorme valorização salarial, designadamente dos médicos. Convém não esquecer, o Governo chegou a acordo na semana passada com um dos sindicatos, o único que esteve disponível para negociar de boa-fé e até ao fim, que foi o Sindicato Independente dos Médicos (SIM)", observou.</p> <p>Interrogado se conclui que na saúde o seu Governo deixou um legado positivo, o primeiro-ministro respondeu: "O SNS que obviamente está sujeito a muitas tensões, teve dois anos de pandemia em que, perante um contexto demográfico que é novo, perante um conjunto de novas tecnologias, se conseguiu simultaneamente resolver um problema estrutural: O financiamento versus contas públicas".</p> <p>"Em segundo lugar, conseguimos criar um novo modelo de gestão; em terceiro lugar avançou-se para a generalização das USF de modelo B, e também introduzir isso relativamente aos hospitais. Essas reformas foram introduzidas agora. Daqui a uns meses os resultados serão mais visíveis", prometeu.</p> <p> </p> <p>Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/pais/2458702/costa-defende-que-concedeu-aos-professores-tudo-aquilo-que-era-possivel</p>