Dado é de relatório conjunto de agências da ONU, que defendem mais investimento em saúde escolar e nutrição; quando oferecidas em instituições de ensino, refeições aumentam frequência e número de matrículas.
<p>Embora o investimento em saúde e nutrição escolar tenha um efeito positivo nos resultados acadêmicos das crianças, um terço das escolas em todo o mundo ainda não tem acesso a água potável e instalações sanitárias básicas.</p> <p>A conclusão é de um relatório conjunto de agências da ONU, publicado às vésperas do Dia Internacional da Merenda Escolar. A data é celebrada neste 9 de março.</p> <h2><strong>Acesso a serviços básicos</strong></h2> <p>A estimativa do estudo é que cerca de 584 milhões de crianças não tenham pleno a serviços básicos de água potável na escola.</p> <p>Quase metade dos jovens vive na África Subsaariana, de acordo com o estudo da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA.</p> <p>Além disso, embora praticamente todos os países do mundo forneçam merenda escolar, cerca de 73 milhões das crianças mais vulneráveis ainda não se beneficiam desses programas.</p> <p>A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, ressaltou que os alunos aprendem melhor em escolas seguras e saudáveis.</p> <p>Falando em nome dos parceiros, ela pediu apoio a comunidade internacional para mais investimento em saúde, nutrição e proteção social na escola “porque as crianças merecem um ambiente onde possam atingir todo o seu potencial”.</p> <p> </p> <h2><strong>Alimentando mentes jovens</strong></h2> <p>O relatório revela que as refeições escolares sozinhas aumentam as taxas de matrícula em 9% e a frequência em 8%. Em locais onde a anemia e as infecções por vermes são prevalentes, a desparasitação e a suplementação com micronutrientes podem manter as crianças na escola por mais 2,5 anos.</p> <p>Além disso, os alunos têm 50% menos probabilidade de faltar à escola quando o ambiente de aprendizado é livre de violência. O absenteísmo é reduzido em países de baixa renda ao promover a lavagem das mãos, principalmente para meninas durante a menstruação, quando a água, o saneamento e a higiene são melhorados.</p> <p><img alt="Chef de refeições escolares preparando comida" src="https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/18-01-2023_School%20meals%20chef_Whole%20grain_Rockefeller%20WFP.jpg/image1170x530cropped.jpg" style="height:530px; width:1170px" /></p> <p>© WFP/Emily Fredenberg and Fredrik Lerneryd</p> <p> </p> <p>Chef de refeições escolares preparando comida</p> <h2><strong>Retorno do investimento</strong></h2> <p>O relatório também aborda outras questões, como a promoção dos cuidados oftalmológicos, saúde mental e bem-estar das crianças e prevenção da violência escolar.</p> <p>Medidas como essas representam um retorno significativo do investimento para os países, além de melhorar a vida de crianças e adolescentes, com benefícios que se estendem a lares e comunidades inteiras.</p> <p>Por exemplo, cada US$ 1 investido em programas de alimentação escolar gera US$ 9 em retornos, de acordo com o relatório. Os programas escolares que abordam a saúde mental podem gerar um retorno de quase US$ 22.</p> <h2><strong>Desigual e insuficiente</strong></h2> <p>Atualmente, 90% dos países do mundo investem em programas escolares e de nutrição, e mais de 100 nações organizam campanhas de vacinação escolar, de acordo com a Unesco.</p> <p>Uma em cada duas crianças da escola primária recebe merenda escolar e quase todos os países incluem educação para saúde e bem-estar em seu currículo.</p> <p>No entanto, as agências lamentam que os investimentos sejam desiguais entre as regiões, muitas vezes insuficientes em relação às necessidades. O relatório defende um compromisso mais forte dos governos e o apoio da comunidade internacional.</p> <p>Globalmente, o investimento é de apenas US$ 2 bilhões por ano, enquanto cerca de US$ 210 bilhões são necessários apenas em países de baixa e média renda.</p> <p>O relatório recomenda intervenções como o fornecimento de refeições escolares, vacinações, desparasitação, apoio psicossocial e ambientes de aprendizagem seguros e inclusivos que promovam a saúde e o bem-estar.</p> <p>Fonte: https://news.un.org/pt/story/2023/03/1811037</p>